Uma corrida de bigas de tirar o fôlego, cenas de superação humana (como a de homens escravizados, remando até não agüentar mais), muita ação e grandiosidade.
Isso é “Ben-Hur”: indicado a doze prêmios Oscar (filme, diretor, ator coadjuvante, direção de arte, fotografia, figurino, efeitos especiais, montagem, música, som e roteiro), o longa-metragem estrelado por Charlton Heston faturou onze estatueta, perdendo apenas a de melhor roteiro. Ter ganhado onze prêmios Oscar é um recorde que dura até hoje (“Titanic” e “O Senhor dos Anéis – O Retorno do Rei” tem o mesmo numero de prêmios).
“Ben-Hur” é um filme que fala sobre Jesus Cristo, nitidamente. O enredo é, entretanto, focado na amizade entre Messala (Stephen Boyd) e Judah Ben-Hur (Charlton Heston), um homem que buscará vingança depois de ter sido preso injustamente pela tentativa de assassinato de um governador de Roma.
O protagonista passa por poucas e boas, pois é condenado a uma vida de escravidão nas galés, e ainda tem sua mulher e filhas raptadas. Ben-Hur tem o objetivo de matar Messala, que se tornou um oficial nas legiões romanas. Assim, acontece o sublime e memorável duelo na arriscadíssima corrida de bigas (aliás, a cena da corrida levou mais de três meses para ser totalmente filmada).
William Wyler, diretor de “Ben-Hur”, foi, por anos, considerado injustamente um diretor sem personalidade. Era visto como um artesão e não um autor. De certa forma, a última consideração é verdade, visto que ele esculpiu um filme brilhante.
A história da vingança de Ben-Hur, repleta de referências bíblicas, e que nos remete à vida de Cristo, foi adaptada do romance homônimo de general americano Lew Wallace. Até a versão final, 40 roteiros diferentes foram trabalhados. Gore Vidal, um dos roteiristas não creditados no filme, insistiu em acrescentar um elemento homossexual entre os dois protagonistas. Pode-se notar esse tom dado por Vidal, na atuação de Boyd, que provavelmente foi informado de que a relação de Messala e Ben-Hur era gerada por um amor entre dois homens.
“Ben-Hur” foi feito para o lucro: a MGM encontrava-se em péssima situação financeira e um filme grandioso como este seria sucesso garantido nas bilheteria, e foi. O épico” salvou o estúdio da falência e Charlton Heston virou um ícone do cinema, fazendo vários outros grandes papéis posteriormente, entre eles o épico “El Cid” (1961) e o clássico de ficção científica “O Planeta dos Macacos” (1968).
Além disso, o filme exerce influencia sobre basicamente todos os épicos, até hoje. Bons exemplos são Spartacus (1960) e, claro, Gladiador (2000).
Veja alguns números assustadores de Ben-Hur:
Duração do filme: 3h30 (muito bem feitas).
Orçamento total: 15 milhões (muito dinheiro, mesmo hoje).
Bilheteria: 70 milhões (só nos EUA)
Bem lembrado Jessica!! Esperando outras…valeu
Obrigada, Rufino. Leia sempre o nosso blog, e fique à vontade para dar sugestões de filmes que gostaria de ver na seção Classic Movies!
Olha, eu tenho o DVD desse filme aqui em casa, minha avó comprou pra ver, eu nunca tive tive interesse em assistir, mesmo o filme sendo tão bem falado eu não tenho nenhuma atração por filmes históricos.
Mas um dia eu verei.
Os dados de curiosidades a respeito do filme, como os números impressionantes que o acompanham, são bastante interessantes. Mas a crítica fica um tanto aquém da verdadeira essência do filme. De fato, a película enquadra-se nos chamados “contos de Jesus de Nazaré”, isto é, histórias que estão de algum modo associadas aos acontecimentos próximos à vida de Jesus (vide “O Manto Sagrado – 1953 e “Barrabás” – 1961). Antes de referências bíblicas (que, aliás, não são muitas, sendo algumas, inclusive, mera especulação artística; são, porém, cruciais, pois coincidem com a própria via crucis do protagonista) e de vingança, o que há no filme é a busca da redenção, trilhada em paralelo com a de Cristo, cujas eventos a Ele ligados são determinantes para o desenvolvimento dos percalços alcançados por Ben-Hur, no caso.
Para resumir, não entendo como um texto que só elogia o filme confere-lhe a nota 9,0. A que se refere esse menos 1 ponto?
Teria ainda mais sugestões para o texto, mas fica pra próxima 😉
Rodrigo, sempre vale a pena arriscar e conhecer filmes de gêneros diferentes aos nossos preferidos. Ben-Hur é, sem dúvida, um filme a que vale a pena assistir.
Renato, obrigada pelo enriquecedor comentário. De fato, você está certo, poderia ter falado muito mais sobre o filme, mas me concentrei em fazer uma homenagem, reunindo informações sobre ele. Vou seguir seu conselho e explorar mais minhas observações sobre os clássicos.
De fato, faltou eu explicar minha nota 9.Acredito que Ben-Hur seja um grande filme grande; mas, na minha opinião o roteiro acabou se alongando um pouco demais.
Obrigada, continuem lendo e participando.
Já assisti “um milhão de vezes”. O clássico, feito em 1959 continuará sendo visto por muitos anos já que o enredo é muito bom, bem como os atores – principalmente.
Agora, a corrida de bigas é sensacional, ainda mais para a época em que foi produzido o filme, sem os efeitos computadorizados de hoje. Notal 1000!
Apenas um pedido – alguém sabe onde posso adquirir o DVD ?
Florilza, acredito que venda na Bemol ou na Saraiva, se você mora em Manaus. Se não, tem no site do Submarino. Acompanhe sempre o Cine Set! Valeu!
Me lembra minha infância, como adorava este filme, que vale a pena assistir. onde posso adquirir o DVD ?
Eu Sebastião Luis Moretti de souza, gostaria muito de adquirir este DVD dos filmes BEN HUR e EL CID
Só uma ressalva a critica, embora extemporânea. Não são a mulher e filhas do Ben-Hur que são raptadas e presas mas sim a mãe e a irmã Tirzah. Ben-Hur é solteiro, embora tenha um interesse amoroso na filha do seu servo.