Decidido a fazer de 2015 uma nova etapa na carreira de realizador audiovisual no Amazonas, Diego Nogueira planeja uma série de produções durante o ano. Os projetos incluem um documentário musical a ser rodado em Nova York e um curta-metragem de ficção para o segundo semestre.

Os trabalhos começam logo em janeiro: Diego Nogueira embarca para os EUA com o objetivo de fazer um documentário sobre a passagem do ex-vocalista e guitarrista da banda Several, Bruno Prestes, por Nova York. A dupla se conheceu após a gravação de um registro da banda Johnny Jack Mesclado no Les Artistes Café Teatro, em Manaus. “Conversamos muito sobre esse projeto e acabou surgindo o convite. Como gravar em NY era um antigo sonho dele havia o desejo de tudo ser registrado não de maneira jornalística, mas sim com uma outra visão, um pouco mais artística de todo aquele processo”, explica Diego.

Com o objetivo de ir além de um registro para o músico, Diego Nogueira pretende levar o documentário em curta-metragem para festivais. Uma preocupação demonstrada pelo realizador é tornar o material atrativo tanto para quem conhece Bruno Prestes quanto para que não sabe da existência do artista amazonense. “Pretendo abordar histórias como um amigo dele que tocava em Manaus e está em Nova York nessa vida de artista há algum tempo assim como o desafio do Bruno em conciliar a carreira de músico com a profissão de contador. Quero pegar tudo isso e transformar em boas histórias para o doc”, declara Nogueira. Intitulado provisoriamente como “Prestes”, filme está previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2015 junto com o novo disco do músico amazonense.

diego nogueira cinema amazonenseDiego Nogueira ainda planeja para 2015 um novo curta-metragem. Após as experiências de “Póstumo” e “Quando um Homem Diz Amém”, o diretor se prepara para iniciar o planejamento de “Se Eu Corro”. “Será um filme de ficção sobre um rapaz meio alheio à geração dele, e que encontra em uma garota um sentido pra fazer as coisas acontecerem. Terá um tom existencialista”, disse. O projeto ainda se encontra em fase de elaboração e deve entrar em pré-produção em breve. Além disso, Nogueira estará ao lado das produções do grupo de realizadores do “Plano Sequência”, formado por Rod Castro, Emerson Medina, Moacyr Massulo e Leonardo Mancini.

Mudanças à vista

Admitindo ser muito crítico consigo mesmo, Diego Nogueira revela desejos de evoluir na qualidade dos projetos pensados para 2015. Definindo as próprias produções anteriores muito mais próximas de registros de vídeo do que cinema, o realizador traz na inquietude o estímulo para avançar na carreira.

“Eu já revi o que eu fiz. O que foi premiado, inclusive. Sei que tem seu valor. Mas eu não quero mais fazer aquilo, sabe? Eu tenho plena certeza que posso fazer melhor. Que posso contar melhor uma história. Que tenho algo a mais pra dizer. Não quero, novamente, apenas apertar o rec e seguir um roteiro todo certinho. Pretendo ir além disso. Quero causar reações. Quero fazer quem assiste pensar no que está vendo. Estou muito longe de me sentir realizado como produtor audiovisual”, afirma.

Sem uma produção lançada em 2014, Diego Nogueira declarou que esse hiato se deu pelo próprio processo criativo dele como artista. “Vejo gente fazendo muita coisa o tempo todo. Acho isso muito massa. Queria ser assim também. Mas não consigo. Eu tenho outro timing; preciso vivenciar algo para começar a escrever. Tenho que me colocar no lugar de alguém para as ideias fluírem. Eu escrevo como um personagem, sabe? Vivo, naquele momento, uma vida que não é minha, e ‘faço’ coisas que não faria se fosse eu. E é difícil ir achando esses ‘personagens’ dentro de mim”.

Pensando em fazer a diferença no cenário do audiovisual amazonense, Diego Nogueira tem como meta evoluir na linguagem cinematográfica. “Penso que falar em ‘fazer a diferença no que diz respeito a evolução técnica daquilo que é feito no Amazonas’ pode soar prepotente. Mas ao mesmo tempo, por que não? Por que não tentar melhorar no quesito técnico? Tentar trabalhar com os nossos melhores profissionais. Buscar os melhores equipamentos. Trabalhar na pré e pós-produção de maneira decente. Penso que isso seja ambicioso da minha parte. E acho que é assim que se deve pensar. Não somente eu, mas todos os realizadores daqui”, complementa.