O segundo episódio desta última temporada de “Game of Thrones” comprovou uma aposta teoricamente arriscada dos criadores da série, David Benioff e D. B. Weiss: igual ocorrera no domingo anterior, presenciamos um capítulo de ritmo cadenciado, marcado por reencontros e poucas novidades em relação à história como um todo. Seria um risco caso não fosse a adoração dos fãs e a expectativa de que algo possa acontecer até o último minuto, mas, joga um peso enorme em relação ao terceiro episódio na expectativa de compensar o (pouco) que fora visto até aqui.

A iminência da morte proveniente da batalha contra os White Walkers predomina durante todo o episódio. Exceto pela conversa entre Sansa e Daenerys, não há um diálogo sobre o futuro e o que pode acontecer no pós-confronto: o clima de consternação sobre o fim da linha para todos é claro.

Isso pode vir de forma bem humorada no encontro de Jaime, Tyrion, Tormund Giantsbane e Davos Seaworth, culminando no emocionante momento em que Brienne de Tarth vira um cavaleiro ou mesmo no trecho fanfic, na qual Arya perde a virgindade. Os personagens sabem que não há tempo a perder, sendo necessário fazer aquilo que é preciso/querem naquele instante com pena de nunca mais consegui-lo.

O NOME DO EPISÓDIO

Neste sentido, nada mais certeiro do que ter Jaime de protagonista. Afinal de contas, entre todos os personagens, talvez nenhum tenha tido a transformação mais visível de personalidade em “Game of Thrones”. Assim como no capítulo anterior em que houve diversas analogias com o episódio-piloto, não há como deixar de fazer um paralelo entre a última vez em que o Lannister esteve em Winterfell, comportando-se como um cafajeste e transformando a vida de Bran quase como em um ato de molecagem, para o atual. Apesar de dizer que repetiria tudo o que fez por estar em guerra, ele sabe o mal causado e que precisava dar àquelas pessoas a possibilidade de ouvir tudo o que ele merece e até necessitava escurtar. Tudo indica ter sido um desfecho digno a partir de um excelente trabalho feito por Nikolaj Coster Waldau.

Por outro lado, a temporada segue abusando dos reencontros excessivos a ponto de pouco nos importamos deles acontecerem. Sansa e Theon, Jon e Tormund, além dos trechos entre Missandei e Worm são facilmente dispensáveis. Enquanto isso, a estratégia fundamental para a grande batalha se perde em um momento de epifania de Sam sobre a morte. Saudades Cersei.

É preciso notar também como a trama parece dar sinais de esgotamento seja pela falta de novidades ou de momentos capazes de entregar novas perspectivas daqueles personagens tão conhecidos, afinal, é para isso que servem episódios com este intuito mais intimista. Por fim, toda a relação Jon e Daenerys cansou a tal ponto que a aguardada conversa sobre o segredo da origem dele terminar subitamente e não fazer a menor falta.

Sem dúvida, as fichas da última temporada de “Game of Thrones” estão colocadas no terceiro episódio. Tudo o que foi especulado sobre a grande batalha de Winterfell, as aguardadas e temidas mortes de personagens queridos, além do duelo dos dragões será visto no próximo domingo.

Afinal de contas, foi por isso que aguentamos dois episódios mornos.

MAIS ANÁLISE DO CINE SET