Com quase US$ 1 bilhão em bilheteria, “Jumanji: Bem-vindo à Selva” (2018) foi uma grata surpresa para Sony Pictures e claro, se é sucesso de bilheteria, tem continuação garantida. E como em time que está ganhando não se mexe, o estúdio tratou de garantir o retorno do diretor Jake Kasdan e todo elenco do anterior contando ainda com reforços de peso. Um novo desafio, mas que contém o mesmo espirito, ou seja, uma aventura divertida e despretensiosa. 

Em “Jumanji: Próxima Fase”, Fridge (Ser’Darius Blain/Jack Black), Martha (Morgan Turner/Karen Gillian) e Bethany (Madison Iseman), precisam entrar no jogo que está “bugado” para resgatar o amigo Spencer (Alex Wolff) que resolveu jogar novamente por conta de uma crise pessoal. E para deixar tudo ainda mais complicado, agora, eles ainda contam com a companhia de vô Eddie (Danny DeVito/Dwayne Johnson) e Milo (Danny Glover/Kevin Hart). O mundo de Jumanji, claro, está em ameaça novamente: o vilão da vez é interpretado por Rory McCann (o Cão de Caça, de “Game of Thrones”). Os heróis irão precisar recuperar o MacGuffin da vez das mãos do antagonista.  

Quando o tabuleiro se tornou um videogame no filme anterior, a dinâmica foi alterada: no mundo virtual, os avatares possuem habilidades fixas e isso poderia limitar a narrativa. Então, a solução encontrada se prova inteligente: com o jogo defeituoso, novas características, incluindo pontos fracos, foram inseridas e, como visto no trailer, os avatares tiveram outros personagens assumindo seus papéis. Com isso, “Jumanji: Próxima Fase” ganha muito no humor Dwayne Johson se diverte mais), sendo perceptível o entrosamento do elenco com um timing cômico na medida até para as piadinhas óbvias que fariam com a questão da idade avançada dos mais velhos – e os roteiristas não resistem e inserem diálogos expositivos neste momento. E com a adição de Awkwafina (“The Farewell”) tudo fica ainda mais divertido; falar um pouco mais da participação da atriz seria spoiler.  

Uma pena que o roteiro ainda se entregue a soluções fáceis e pouco criativas em alguns momentos, mesmo algumas delas sendo engraçadas, como, por exemplo, a forma como os personagens perdem a vida no jogo.  

Com a potencialização da veia cômica, aliada as subtramas e os conflitos dos personagens, a aventura acabou perdendo um pouquinho de espaço, por isso ocorre uma quebra de ritmo em alguns momentos. Entretanto, mesmo com esses pequenos problemas, o resultado final não é prejudicado. Os elementos dos games, continuam inseridos na narrativa, e igual ocorrera em “Bem-Vindo à Selva”, são bem encaixados funcionando de maneira natural, aliado a efeitos visuais competentes. 

Divertida e despretensiosa, essa nova aventura em Jumanji mantém o padrão oferecido pela aventura anterior, e mais uma vez é uma boa opção para a matinê de férias da família. Tem ação, comédia e aquela lição de moral básica. Agora, vamos ver se o público vai continuar dando start nesse jogo. 

Formas de voltar para casa em ‘A Migração Silenciosa’ e ‘Retorno a Seul’

Há um filme do amazonense Rafael Ramos chamado “Formas de Voltar Para Casa” que explora de forma reflexiva, melancólica e catártica — dado as sensações pós-sessão — as maneiras como podemos retornar ao que consideramos casa. Pensei muito nele enquanto, em momentos...

A retomada da Película em meio ao marasmo do Digital 

O filme é bem filmado. Tem cara de cinema. Tem jeito de cinema. Tudo parece estar no lugar certo. Mas alguma coisa te incomoda. Alguma coisa na tela. Difícil dizer o quê. Mas algo na imagem parece despertar uma reação alérgica em você. Um quê de artificialidade,...

‘Pobres Criaturas’ e a falsa percepção de excesso de sexo no cinema

Dois eventos recentemente me fizeram pensar em sexo, caro leitor... Sexo no cinema. Primeiro, fui assistir a Pobres Criaturas no cinema e notei uma ocorrência curiosa durante o filme. Em breve voltarei a isso. Segundo... Recentemente, o ex-Superman do cinema, o ator...

A transcendência do Carnaval em dois filmes brasileiros

Quem me vê sempre parado, distanteGarante que eu não sei sambarTô me guardando pra quando o carnaval chegar  (“Quando o Carnaval Chegar”, Chico Buarque, 1972) A maior festa popular do Brasil não é nenhuma estranha ao nosso cinema. Lá está o Carnaval, por exemplo, nas...

‘Assassinos da Lua das Flores’ e a manutenção da lógica cruel da branquitude

Reservation Dogs e Assassinos da Lua das Flores são duas obras contemporâneas produzidas pela indústria cultural do audiovisual estadunidense. A primeira é uma série de três temporadas iniciada em 2021, disponível no Star+, e o segundo é um filme de Hollywood. A...

‘Vudu Delivery’ promete satirizar o ódio dos tempos atuais

Começo da noite, final da tarde, fui representando o Cine Set para um casarão próximo da Estação São Paulo–Morumbi onde estavam acontecendo as gravações finais da comédia, “Vudu Delivery”, novo filme do cineasta Alain Fresnot (de “Desmundo” e “Ed Mort”). A missão era...

Um outro olhar sobre ‘A Estratégia da Fome’, de Walter Fernandes Jr.

O último festival Olhar do Norte, em agosto, trouxe alguma justiça para um dos filmes amazonenses mais interessantes dos últimos anos: A Estratégia da Fome, do cineasta Walter Fernandes Jr. Alguma justiça porque a única avaliação artística da obra até aqui havia sido...

Grande Prêmio do Cinema Brasileiro – Top 20 Melhor Filme de Ficção – Parte 1

De "Orfeu" a "Aquarius", Caio Pimenta traz a primeira parte dos vencedores do prêmio de Melhor Filme de Ficção do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. https://youtu.be/nQH8VT8ZXZg 22. ORFEU O Cacá Diegues pode ser um gigante do nosso cinema, responsável por clássicos,...

Uma Conversa com a Equipe da Minissérie ‘Amor e Morte’, da HBO 

A fórmula parece irresistível: um dos grandes produtores da história da TV norte-americana, David E. Kelley (“Ally McBeal”, “Big Little Lies”), a grife HBO (ou Max, agora) e uma história de um crime que realmente aconteceu. “Amor e Morte” chegou sob grande...

‘Bem-Vindos De Novo’ e as separações de famílias em busca do ideal da vida próspera

Laços familiares não são tão fáceis de lidar como aparenta ser; há muitas camadas e complexidades que estão para além do elo e do sangue. Os sentimentos envolvidos são muitos e todos se condensam nessa liquidificação que a vida nos coloca. Então, quando acontece uma...