Projeto do curso de audiovisual da UEA e parte da Mostra de Cinema Amazonense que acontece até a quarta-feira (16) em Manaus, “O Compromisso” poderia ser muito bem um daqueles vídeos compartilhados ad nauseam no Facebook pela sua tia (nada contra tias, tenho várias!). Entretanto, o trabalho sensível de Max Michel transforma o curta em um belo exercício do “e se?” ao mesmo tempo que brinca com pistas falsas.

Em “O Compromisso”, acompanhamos a saga de um jovem ao encontro da namorada. E quando digo saga, não estou brincando. É ônibus que não chega, táxi que prega, assalto… Todo tipo de zica. Enquanto isso, a amada espera. E espera.

A premissa pode até parecer simples, mas Michel enriquece a produção com planos inteligentes e que acentuam a impaciência do protagonista com tanto azar (a cena do táxi, em especial, ganha outra dimensão por conta disso).

O diretor exige a atenção do público nos mínimos detalhes – não dá para lembrar da pilha de DVDs com destaque para “Encontros e Desencontros” e “Conta Comigo” no travelling que abre o filme e não esboçar um sorrisinho ao pensar em toda a história de “O Compromisso”.

Ancorado por uma trilha sonora que conduz o espectador desde o primeiro minuto e por uma bela atuação de Ian Damasceno, “O Compromisso” é um trabalho que surpreende e que vale cada um de seus 17 minutos de duração.