O cinema amazonense vai visitar a Manaus do final do século XIX com o curta-metragem de ficção “O Gato”. Com o filme, Lucas Simões estreia na direção de filmes em um drama de época com toques de suspense. A previsão de estreia da obra está marcada para março e abril deste ano.

“O Gato” acompanha a investigação feita por Faukner (Espírito Santo) para desvendar as negociações ilegais de diamantes feitas pelo misterioso Constantino (Wilson do Carmo). Para ajudá-lo, o detetive terá o apoio do parceiro do empresário, Edgar (Thiago Alencar). O experiente investigador decide começar os trabalhos pelo ponto mais sensível de Constantino: a família.

Em entrevista ao Cine Set, Lucas Simões citou como questões de logística de transporte e a falta de patrocínio como problemas enfrentados pela jovem equipe. “Queremos dar ao público uma experiência audiovisual que traga o século XIX amazonense de volta, por meio de uma ficção. Desde a infância fui fascinado por história, principalmente o século XIX e a idade média. Foram épocas que abalaram nossa humanidade em questões sociais, religiosas, políticas e científicas. No cinema – assim como na escrita – vi a chance de expressar minhas ideias e compartilhar um pouco do que me fascina na história geral”, afirmou.

O processo de preparação do atores para fazer “O Gato”, segundo Lucas Simões, durou seis meses entre pesquisas, ensaios e estudos. “Foi preciso encontrar a essência de cada palavra naquele roteiro. Era um filme de época, não estávamos querendo apenas brincar, queríamos fazer acontecer!”, afirmou. O elenco do curta conta com Wilson do Carmo, Jessy Garcia, Espírito Santo, Thiago Alencar e Filipe Gomes. 

Já a gravação do filme durou dois meses, conforme Lucas, sendo as filmagens feitas em pontos históricos de Manaus como a Casa Eduardo Ribeiro, Palácio da Justiça e Parque do Mindu. “Durante o processo da equipe em si, Bruno Pereira, o diretor de fotografia do filme me acompanhou em busca de equipamentos para a filmagem do curta-metragem e alguns conselhos sábios acompanhados de companheirismo. Toda a equipe criou grande laços com seus integrantes, diante de várias risadas e descontrações”, afirmou.

Admitindo influências de grandes diretores como Christopher Nolan e Stanley Kubrick para fazer “O Gato”, Lucas Simões participou como roteirista do curta-metragem “Luiza”, vencedor do Festival Um Amazonas. Agora, como diretor, ele se disse inspirado pela entrega de toda a equipe do novo filme. “É uma sensação maravilhosa ver o empenho de todos em um projeto. Eles pararam suas vidas, fazem pausas do trabalho, apenas para estarem ali do seu lado querendo o mesmo que você. É incrível”, disse.

Começando a trilhar os primeiros passos no cinema local, Lucas Simões afirmou que está animado com as possibilidades oferecidas para o audiovisual em Manaus. “Prevejo que daqui a alguns anos teremos mais cursos para a área, mais produções independentes, mais jovens com aquele espírito de querer mudar as coisas. Espero que a produção audiovisual local receba a notoriedade que merece, com mais festivais e oportunidades porque o nosso cinema amazonense é lindo. Durante esse tempo, as produções estão cada vez mais independentes, e mais ousadas. Isso é bom demais, porque é preciso inovar, sair desses clichês. Creio que o cinema é uma porta para uma sala rica em ideias, pensamentos e expressões. É isso que deve existir em cada filme. É preciso. Nós evoluímos todos os dias, nunca ficamos estagnados no tempo, assim que os filmes deveriam ser. Sair da zona de conforto é obrigatório“, conclui.