Exageros à parte cometidos por ambos os lados, a chegada do pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) ao comando da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados fez com que o tema sobre a homossexualidade e o casamento gay ganhasse uma atenção da sociedade brasileira nunca vista até então.  As discussões nas redes sociais e os posicionamentos de artistas populares como Fernanda Montenegro, Daniela Mercury, Joelma (da banda Calypso), faz com que o assunto venha à tona.

Como forma de expressar situações do cotidiano e fazer reflexões sobre a sociedade, o cinema possui filmes que podem contribuir nestes debates e apontar caminhos para um mundo mais tolerante e pacífico.

O Cine SET elabora uma lista de cinco importantes filmes recentes que trazem questionamentos para os assuntos em voga no país:

O Segredo de Brokeback Mountain (2005)

Este drama mostra os efeitos da intolerância imposta pela sociedade sobre a homossexualidade. Para isso, o cineasta Ang Lee utiliza o símbolo da macheza norte-americano: os caubóis. Dois sujeitos, vividos por Heath Ledger e Jake Gyllenhall, precisam viver o amor deles às escondidas, mantendo infelizes casamentos, vidas de fachadas e se reprimindo o máximo que podem pelo medo que a descoberta de suas orientações sexuais pode causar. “Brokeback Mountain” mostra a realidade de milhares de gays e lésbicas ao redor do mundo que não podem ser si próprios devido a gente preconceituosa.

Milk – A Voz da Igualdade (2008)

Gus Van Sant fez o mundo inteiro conhecer o político californiano Harvey Milk, primeiro homossexual assumido a conquistar um cargo público nos Estados Unidos. Interpretado de maneira sóbria e brilhante por Sean Penn, o longa mostra a trajetória de um sujeito capaz de enfrentar qualquer tipo de preconceito ou violência para que houvesse direitos iguais para todos, sem distinção de sexualidade. Tudo isso feito na base do diálogo, articulações políticas e capacidade de mobilização social. Uma lição para quem acha que invadir sessão na Câmara dos Deputados e ficar gritando ou somente protestar no Facebook é solução.

Minhas Mãe e Meu Pai (2010)

Sabe que aquela tola história de que um casamento é coisa de homem e mulher e blá-blá-blá? Neste filme, a lógica não é bem essa. Indicado ao Oscar de 2011, a obra mostra dois adolescentes, independentes e bem resolvidos, criados por suas duas mães (Julliane Moore e Annette Bening). Ambos foram concebidos através de inseminação artificial e desejam conhecer o pai. Apesar dos dramas vividos pelos envolvidos no decorrer da trama, “Minhas Mães e Meu Pai” mostra o quanto famílias ditas “diferentes” podem conviver de maneira harmônica. Basta respeito, amor e maturidade.

O Mestre (2012)

Paul Thomas Anderson mergulha na criação da Cientologia para abordar o fanatismo religioso e de onde nasce e evolui a fé. O longa mostra como o poder da oratória de um líder religioso, no caso Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffman), é capaz de convencer centenas de pessoas a segui-lo, mesmo que suas crenças tragam questionamentos polêmicos. Um sujeito atormentado por memórias terríveis da Segunda Guerra Mundial, Freddie Quell (Joaquin Phoenix), serve, ao mesmo tempo, de desafio e espelho do guia espiritual.

Lincoln (2012)

Sim, é verdade que Steven Spielberg deixa de lado importantes e obscuras passagens de Abraham Lincoln sob o comando dos EUA e o tenta transformar em mito. Porém, a obra sobre como o presidente americano conseguiu os votos necessários para a abolição da escravidão pode ajudar, não somente Feliciano, mas os políticos brasileiros como um todo, a pensar não somente em eleições e outras coisas que não sejam o bem-estar e melhoria das condições para o povo.