Acredito ser muito difícil falar sobre Looper, e mais ainda dar alguma nota para ele. Penso até que este é um filme que, quando termina, pode ser aplaudido ou vaiado, e nenhuma das situações seria um absurdo, de forma alguma.
Mas estou me adiantando. Vamos começar do começo.
O filme se passa em 2044. Trinta anos depois, em uma tecnologia mais avançada, criminosos encontraram uma maneira de livrar-se de seus inimigos: mandarem-no para o passado, onde eles seriam assassinados por um looper, uma espécie de assassino de aluguel. Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um dos caras que fazem esse serviço, só que eu um determinado dia, ele recebe um homem para matar, e essa pessoa é ele mesmo, no futuro. O, digamos, seu eu mais velho (Bruce Willis) consegue fugir, e vai em busca do homem que criou esse método, o temido Rainmaker, que em 2044 ainda é uma criança, e é filho de Sara (Emily Blunt). Joe parte em busca de Sara e seu filho, Cid (Pierce Gagnon), para assim poder ter a sua vida no futuro de volta, porém o seu eu mais jovem tenta de todas as formas impedir isso, e tentar resolver o seu problema com Abe (Jeff Daniels) e a sua gangue, que não pode permitir que alguém enviado para o passado permaneça vivo.
A primeira hora de filme é digna de um belo filme de ação. Ágil, eletrizante, com sequências ótimas de perseguição, e com uma trama realmente interessante de se acompanhar. Além da criativa sacada de vermos a mesma pessoa se observando no passado, que garante uma das melhores sequências do filme.
Porém, a partir do momento que a personagem de Emily Blunt surge na história, é como se outro filme tivesse começado.
Um filme lento, com um foco muito maior nos conflitos psicológicos dos personagens, contrastando de forma até radical com o início.
É claro que uma mudança de ritmo, e até de estilo dentro do mesmo filme não é necessariamente algo problemático, Billy Wilder que o diga. Porém, aqui é quase que natural sentir uma espécie de frustração pela mudança radical em uma história que estava dando muito certo.
Mas vamos com calma. Não quero dizer que esse momento é ruim, apenas é menos interessante do que a história que acompanhamos no início.
Depois disso, surge o terceiro ato do filme, que definitivamente consegue ser ainda mais diferente do que as outras partes. Surge uma questão meio que sobrenatural, que é falada de forma superficial na primeira parte, mas que domina completamente a história, e dita o que veremos dali em diante.
Próximo parágrafo com spoilers.
Acredito que o problema desse momento é que vimos uma história que tinha os pés na realidade (apesar das viagens no tempo, que é um elemento que assumimos para compreender a história), e de repente surge algo que parece uma grande forçada de barra. Fica muito difícil não ver as questões sobrenaturais do garoto como falhas grotescas de roteiro, sendo utilizadas como muletas para poder explicar certas coisas que seriam difíceis do público compreender. Além disso, creio que a direção de Rian Johnson (que também escreveu o roteiro) em cima do menino foi equivocada. Ele pode parecer tudo, menos uma criança. Parece que a personalidade pensada para ele foi feita para chocar, ou coisa parecida. Mas a única coisa que fica é uma atuação bem exagerada, que chega a ser risível em alguns momentos, como quando ele mata o homem que se passava por policial, ou no momento em que os dois Joes, Sara e ele estão no campo, no final do filme, em momentos que nos fazem lembrar o filme de Brian de Palma, Carrie – A Estranha (1976).
O trio principal do filme apresenta um bom trabalho, com destaque para o inconsequente Joe de Joseph Gordon-Levitt, que carrega o filme com tranquilidade em sua primeira parte, e mostra que o ator já pode ser considerado um dos grandes nomes da atual Hollywood.
Também merece destaque o sempre ótimo Paul Dano, que (infelizmente) tem um papel reduzido na trama, mas que sempre quando aparece mostra grande força e presença.
Confesso que quando a sessão chegou ao fim, não sabia dizer se gostei ou não do que acabara de ver, pois pelo menos comigo, me pareceu um filme que tem um começo memorável e um final que… divide opiniões. Mas Looper é indiscutivelmente um trabalho que merece ser visto, e que com certeza causará opiniões diversas.
E isso não é uma das melhores coisas que a arte pode proporcionar?
Achei muito ruim o filme, cheguei a dormir em razão do enfadonho roteiro, acordando sempre ao som das excessivas sessões de tiros e explosões.
Eu gostei do filme, apenas o final foi meio fraquinho…
realmente na primeira parte do filme, é bem diferente, a gente se envolve, quando aparece a emily com o menino o filme começa a ficar monótono e as vezes confuso, quando a aparentemente bruce willis volta duas vezes no tempo, mas gostei.
sempre ouvi e li os comentarios postados por outros especialistas em cinema que vivem em outros estados ( isabela boscov), mas fiquei impressionado com a análise de diego bauer. se ele for amazonense ou e de fora e escreve para o d24, ele esta de parabens porque fez uma análise mais abrangente do filme. Isso nos mostra um pouco que no amazonas temos capacidade tambem para analisar as produções da sétima arte.
excepcional filme. vi 2 vezes e percebi q a versao dublado eh muito melhor. o final eh muito sensivel, poucas pessoas entenderao o que o final do filme quis passar.
spoiler > só eu que vi que o cara comeu a mãe dele?
Achei interessante o filme, e por talvez tratar de maneira subliminar o presságio de um futuro em que a prata/ouro serão novas moedas de trocas, frente a essa nova crise financeira mundial, em que as os papeis moeda e titulos de governo estão perdendo valor…
Chama atenção a recorrência em filmes Hollywooianos a temática de morte em massa de zumbis, nesse filme especifico, de maneira sutil, se percebe uma banalização da vida humana – no trecho onde o amigo do protagonista quase mata um transeunte que se aproxima de sua moto, ou da cena onde outro transeunte mata um ladrão que tenta roubar uma sacola defronte um ônibus escolar…
A função do Rainmaker nesse futuro, seria o exterminio em massa de “mendigos” – fala do próprio protagonista, porque exatamente os mendigos, seriam eles, o resultado da decadência do império americano?…
Fica evidente essa afirmação, quando o chefe da mafia do futuro, que vive no presente, aconselha o Joe a não morar na França e sim na China, e reitera isso várias vezes, seria o vislumbre da queda do Império “Romamericano” e acessão do Chinês/Oriental…?
A recorrência a banalização da vida, extermínio de Zumbis e / ou mendigos, que talvez sejam um eufemismo para excluídos do sistema, não seja uma maneira de nos preparar para quem sabe uma 3ª nova guerra, onde a equalização do sistema politico/econômico/social, tentaria ser restabelecido…
Pode parecer teoria da conspiração, mas tudo que é feito de maneira sutil, subliminar com leves toques de ficção, lenda, podem encobrir prelúdios de um novo tempo a por vir….
lembrei…
O Joe ter transado com sua própria mãe, acho plausível, pois a maneira que ele conta como foi abandonado, a leve lembrança de como sua mãe tocava seus cabelos, ter sido deixado num trem, é mostrada no fim, quando ela(sua mãe) toca seus cabelos de maneira similia ao que o Joe descreve e o Raimaiker dentro do trem…
O começo é a parte comum e igual a muitos outros filmes.É na segunda q o filme merece ser chamado de filme.Tem questoes mais profundas ali.O moleque ta muito bem e seus poderes sao tao absurdos quanto o Bruce matando a quilo mafiosos.Cinema nao deve se resumir a correria.Uma referencia:Akira.