É, amigos, o ano pode estar sendo de cifras históricas para o cinema nacional, mas o que realmente impressiona é o baixo (outros diriam: nulo) nível artístico em que se situam tantas entre as produções lançadas neste 2013. Até com certo alívio, aliás, que chega este “Mato sem Cachorro”, novo filme do diretor Pedro Amorim, que, com seu mote pernicioso (comédia romântica com cachorrinho?) e assustadores cartazes de divulgação (Danilo Gentili… pelado, que tal?), consegue entregar um produto final competente (ainda que medíocre) e até fazer rir de verdade.
A receita adotada pelo diretor para tanto é misturar, com habilidade, referências comuns ao imaginário do brasileiro (“clássicos” bregas, programas que marcaram a história da televisão) com outras, contemporâneas, a filmes (“Cidade de Deus”, o incontornável Tarantino) e hábitos da classe média atual (o frisson dos produtos “naturais”, os vídeos de humor da internet), que dão um certo “molho” à história, conseguindo até fugir da eterna nostalgia da chanchada (ela não está de todo ausente, infelizmente – as sequências com Danilo Gentili e Gabriela Duarte que o digam). Algumas delas funcionam à parte da trama – o hilário vídeo que casa “Imagine”, de John Lennon, com “Ai, Se Eu te Pego”, de Michel Teló, a aparição da banda Sidney e Suas Cópias –, outras aproveitam bem os clichês – o taxista no final, por exemplo. Tudo isso parece muito bom, mas eu te pergunto: e o cachorrinho?
A trama conta a história de Deco (Bruno Gagliasso, bom), um carioca preguiçoso, imaturo e dependente dos pais, que divide o apartamento no Rio com o primo Leléu (Danilo Gentili, sempre muito… Gentili), um paulistano abusado, grosseiro e igualmente imaturo, que trabalha mas é atazanado pelo chefe. Um dia, levando Leléo pro hospital por causa de uma flechada desse tal chefe (oh, boy…), Deco quase atropela um cachorrinho. A confusão provocada por esse quase atropelamento aproxima o protagonista de Zoé (Leandra Leal, ótima), uma produtora de rádio que é apaixonada por animais. Após descobrirem que o cão, logo batizado Guto, sofre de narcolepsia, doença que o leva a desmaiar e dormir repentinamente, Deco e Zoé resolvem cuidar dele e… vocês já sabem o resto.
Não é pela originalidade que você deveria dar uma chance a Mato sem Cachorro. Além da comédia romântica banal e do indefectível cachorrinho (que nem aparece tanto, por sinal – eu estava esperando um Marley e Eu ou um Sempre ao Seu Lado), o filme investe naquelas particularidades que enumerei lá em cima. Com numerosas participações – de Sandy a Sidney Magal, passando por vários coadjuvantes de luxo –, o filme consegue desenvolver pequenos incidentes que prendem a atenção do espectador ao longo das suas duas horas de projeção. Amorim e sua equipe também esbanjam competência técnica, com edição, fotografia e som caprichados – este último, por sinal, uma raridade no cinema brasileiro. O bom elenco consegue levar sem problemas os diálogos, muitas vezes forçados (nenhum mais que os de Gentili).
O grande problema, mesmo – e um diagnóstico que pode ser aplicado a 100% das comédias nacionais – é o roteiro fraco. O brasileiro, sempre tido como humorista e fanfarrão por natureza, tem uma enorme dificuldade em manejar, ou até mesmo criar, boas piadas no cinema. Com todos os detalhes felizes citados, o conjunto do filme é apenas passável, com algumas risadas aqui e ali e uma trama que, na melhor das hipóteses, você já viu dezenas de vezes em alguma Sessão da Tarde ou Tela Quente da vida. Resta o consolo, como eu disse no início deste texto, de que, num ano tão ruim pros filmes brasileiros, este aqui ao menos consiga entreter, ficando atrás apenas de “Minha Mãe é uma Peça” no ranking das comédias.
Em outras palavras: num ano normal, este filme se juntaria à massa dos “mais ou menos”, acima apenas dos francamente ruins. Num ano como este, infelizmente, este aqui é uns dos que se salvam.
Gostei do filme. Acho que ver um cartaz com um casal e um cachorro e esperar Marley e Eu ou Sempre ao seu lado é meio limitado, até para uma pessoa comum, que dirá para um “crítico”.
O filme é uma comédia romântica, não um filme de cachorro. O próprio nome é “Mato sem cachorro” pela expressão que significa “sem saída”, como o casal que foi e voltou.
O cinema nacional abusa de palavrões, é verdade, mas toda comédia americana tem um “fucking” que a galera adora.
Acredito que em edição e boas ideias, iluminação e fotografia, o cinema brasileiro também tenha melhorado bastante.
A galera deu boas risadas. O fraco que eu esperava que fosse comentado refere-se às piadas de cariocas e paulistas, como não poderia deixar de ser por causa do Gentilli, o qual provavelmente deve ter implorado para escrever as próprias falas. E bem, a Gabriela Duarte está horrorosa. :p
Como boa apreciadora dos filmes nacionais, resolvi assistir a este. A história é um tanto cansativa, embora em algumas situações me fizeram rir. Também achei a trama muito vaga, o casal principal sem química, não tiveram espaço para construírem sua história. Acabaram se envolvendo muito superficialmente. Danilo Gentilli, totalmente sem graça na comédia e a participação do Rafinha Bastos, sem nexo. Mais uma decepção com o cinema nacional.
Filme até bonzinho, muitas palavras obscenas para classificação de 12 anos, Filme nacional sempre assim.
Assisti ontem o filme e confesso fiquei extremamente decepcionada. A história tem um fundamento real, pessoas que são acomodadas e esperam as coisas acontecerem não evoluem (Deco).
A participação do Gentili, sinceramente foi desastrosa, embora em alguns momentos as piadas tenham sido engraçadas, ele poderia ter ido muito além. O stand up comedy é muito mais divertido do que as piadas que utilizou no filme e para piorar o nível de palavrões assinou com chave de ouro o baixo nível de intelectualidade do filme.
Deixo minha crítica pois acredito no potencial brasileiro para produzir bons filmes, temos elenco, bons diretores e cenários maravilhosos. Não gostaria de ver estrangeiros dizendo que os filmes do Brasil só mostram “sexo, violência, drogas, pobreza e palavrões”.
Atte
Camila
Assiti o filme ontem e decepção, precisa recorrer a tanto palavrão e cenas escrotas de nudez, palavras e gestos obscenos, a história poderia ter dado um ótimo filme, o comediante em questão só sabe piadas de alusão ao sexo, de outro assunto ele não sabe falar não, parece q as pessoas não fazem mais nada na vida só isso….ridículo.