Parece até brincadeira, mas esse ano já tivemos três filmes de monstros gigantes nos cinemas: “Círculo de Fogo – A Revolta”, “Rampage – Destruição Total” e agora “Megatubarão”. Todos filmes com colossos gigantes destruindo e devorando tudo em sua volta, mas sabe o que é mais os três tem em comum?

Resposta: os três são meros passatempos decepcionantes através de um maravilhoso desperdício de potencial.

Ainda chega a ser impressionante o desperdício de potencial de “Megatubarão” se comparado aos filmes antes citados. O novo filme de John Turtletaub (do superestimado “A Lenda do Tesouro Perdido”), além de entregar uma aventura sem emoção, ainda a traz um emaranhado de clichês submersos. É como o personagem do Rainn Wilson diz no filme: “o barco está afundando se vocês não perceberam”.

Sem poder usufruir de violência extrema e gore, por conta da faixa etária baixa, o filme sofre por sua total falta de criatividade em montar cenas, no mínimo, interessantes com a criatura.

Na história, acompanhamos Jonas (Jason Statham) – sim, o nome coincide com o personagem bíblico da baleia – um mergulhador profissional de resgate que tem um trauma (sempre tem um passado assombrando), mas, é preciso voltar ao trabalho para resgatar uma tripulação que está no fundo das fossas Marianas. Ao realizar o resgate, eles acabam libertando um Megalodonte, um Tubarão pré-histórico de 30 metros de comprimento.

Sem conseguir empolgar nas cenas de ação, “Megatubarão” também não erra ao tentar fazer humor. Mostrar cachorrinho nadando para escapar do Tubarão gigante é tosco demais.

As mortes se resumem, basicamente, às pessoas caírem dentro da boca gigante do animal. Se em algum momento o filme traz uma belo quadro do peixe passando por baixo dos banhistas, em outro, a câmera fecha em cima dele – talvez pra sufocar o público, mas só se for de raiva – e assim não temos a dimensão exata da criatura. Sobra pra Jason Statham soltar frases de efeito, fazer cara emburrada, mostrar tanquinho, encarar o bicho e desviar das investidas do mesmo.

O efeito 3D é até charmoso em alguns momentos pelo fato do filme se passar embaixo d’água, mas os quadros fechados não ajudam em nada na experiência. O diretor, nesse momento, sabota o filme ao eliminar a profundidade de campo.

O elenco de apoio é bem diverso, a co-produção com a China deve ajudar nas bilheterias locais, mesmo o filme não merecendo. Talvez Meg devesse ter ficado perdido nas fossas do limbo de Hollywood, onde o projeto perambulou até achar o seu diretor.

Dá próxima vez, assisto “Sharknado”. Em certo, momento ainda me lembrei da piada com “Tubarão” feita pelo Seth McFarlane em “Uma Família da Pesada”.  Se o filme seguisse essa ideia, talvez não fosse tão esquecível assim.