Alfred Hitchcock
Um Corpo de Que Cai X Psicose

Escolher dois dos grandes filmes do mestre do suspense é complicado, mas, as duas opções representam bem a versatilidade de Hitchcock. Se em “Um Corpo que Cai”, o inglês mostra toda sua competência em uma história de suspense clássica do diretor (mocinho com fragilidade, loira fatal e misteriosa e trama cheia de reviravoltas), “Psicose” aposta mais em um toque sombrio, aproximando-se dos longas de terror. Dois filmes espetaculares.

Vencedor do duelo: Psicose (pela clássica cena do chuveiro).

Christopher Nolan
Amnésia X Batman – O Cavaleiro das Trevas

Nolan surgiu para o cinema com um filme simples, mas eficiente. Em “Amnésia”, o cineasta adota uma narrativa não-linear e transforma a experiência em algo sufocante, o que faz o longa ser um grande e ótimo quebra-cabeça para o público. Com o Homem-Morcego, o diretor-roteirista deu um novo rumo aos filmes baseados em HQs, oferecendo complexidade nunca antes vista ao gênero. No segundo filme da saga, entáo, o espectador é colocado em uma série de alegorias sobre a violência da sociedade e a degradação moral e ética desta. Para coroar, há Heath Ledger em uma atuação inesquecível como Coringa.

Vencedor do duelo: Batman – O Caveleiro das Trevas (pela profundidade do roteiro)

Stanley Kubrick
2001 – Uma Odisseia no Espaço X Laranja Mecânica

A ficção científica definitiva contra uma análise profunda do vazio de uma geração. Aliado a isso, cenas clássicas (uma elipse que ultrapassa milhões de anos versus ‘Sing in the Rain’), roteiros, trilhas sonoras e design de produção memoráveis. Clásssicos essenciais para qualquer cinéfilo.

Vencedor do duelo: 2001 – Uma Odisseia no Espaço (por transformar o cinema em ópera)

Steven Spielberg
E.T – O Extraterrestre X A Lista de Schindler

Spielberg ao fazer o filme sobre o Holocausto, além de contar uma capítulo importante e triste da humanidade, buscava também se firmar como um cineasta sério, fugindo um pouco o rótulo de Peter Pan, ganho através do sucesso de suas obras mais leves e voltados para o público jovem, como “E.T”. “Schindler” é um belo filme, não há dúvidas. Porém, ao se pegar toda a carreira do diretor, o filme que mais representa Spielberg e pelo qual será eternizado é o da amizade de um garoto com um extraterrestre.

Vencedor do duelo: E.T – O Extraterrestre (por ser a essência de Spielberg)

Martin Scorsese
Taxi Driver x Touro Indomável

Apesar dos dois filmes terem a parceria entre Robert DeNiro e Scorsese e terem a violência com força-motriz de seus protagonistas, o estilo da cada obra é singular. “Taxi Driver” traz a angústia das ruas de uma época em que os EUA precisaram se desgarrar do passado e expor suas mazelas e problemas. A violência, prostuição, as sequelas da guerras; está tudo lá. Já em “Touro Indomável”, vemos a desconstrução de um ícone do esporte (Jake LaMotta) através de um minucioso estudo de personagem. A fotografia em preto-e-branco, o cuidado na direção de arte e a movimentação de câmera precisa nas cenas de lutas contribuem para ser um dos melhores dramas do cinema.

Vencedor do duelo: Taxi Driver (por ser um retrato urgente e preciso de seu período)

Quentin Tarantino
Cães de Aluguel X Pulp Fiction – Tempo de Violência

Esqueçam “Kill Bill”, “Bastardos Inglórios”, “Django Livre”: a essência do cinema de Tarantino está nos dois filmes citados acima. Os longas trazem os diálogos rápidos e com referências à cultura pop, a violência estilizada, trilhas sonoras de alta qualidade… “Cães…” é, sem dúvida, muito mais simples do que “Pulp Fiction” tanto em termos de história quanto nos elementos característicos da carreira do diretor, mas, consegue compensar por ser o mais sucinto e direto. Ambos clássicos.

Vencedor do duelo: Cães de Aluguel (por ser a base da filmografia de Tarantino)

James Cameron
Titanic X Avatar

Rei do cinema espetáculo com qualidade, Cameron consegue levar o espectador a um mundo inimaginável a cada novo filme. Seja em recriar um dos maiores navios da história ou inventar um planeta ficcional, o apuro estético do cineasta é impressionante. Pena o roteiro e os diálogos não seguirem a mesma linha. Para compensar isso, “Titanic” se apóia em dois dos principais astros do cinema de Hollywood em ascensão na época (Kate Winslet e Leonardo DiCaprio) para conseguir dar vida àquela trama, fato que não se repete em “Avatar”.

Vencedor do duelo: Titanic (por conseguir aliar a grandeza da história com personagens carismáticos)

David Fincher
Seven – Os Sete Pecados Capitais X Clube da Luta

O melhor momento da carreira de Fincher continua sendo o fim dos anos 90. Apesar de ter lançado ótimos filmes (“A Rede Social” e “Millenium”), as duas primeiras obras da carreira deste americano são clássicos do cinema. “Seven” por conseguir algo raro: um trama de suspense bem amarrada com personagens inteligentes e bem desenvolvidos. Já “Clube” expõe características incômodas da sociedade atual, como, por exemplo, o consumismo supérfulo, a individualidade exarcebarda e niilismo da atual geração. Nos dois longas, a mão pesada do diretor não procura poupar o público de verdades incovenientes e, por isso, temos os impactantes finais dos dois filmes.

Vencedor do duelo: Clube da Luta (por ser essencial a uma sociedade tão vazia como a atual)

Clint Eastwood
Os Imperdoáveis X Menina de Ouro

Eastwood mostra a grandeza do seu talento com estas duas obras que representam dois lados dos EUA. Em “Os Imperdoáveis”, ele traz, talvez, a última grande obra do gênero tipicamente norte-americano. Já em “Menina de Ouro” traz para a discussão um tema polêmico e avançado para uma sociedade tão conservadora. Em ambos, consegue trazer o país mais rico do mundo em todas as suas formas, da mais tradicionalista para a moderna, e realiza extraindo atuações excelentes de seus protagonistas e tramas ricas.

Vencedor do duelo: Os Imperdoáveis (por ser o último grande Western)

Roman Polanski
Chinatown X O Pianista

Polanski, assim como Kubrick, possui na filmografia uma lista de filmes de gêneros diversos, indo da comédia (“Deus da Carnificina”), ao terror (“O Bebê de Rosemary”). Os dois escolhidos para representá-lo são de gêneros opostos: o policial noir e o drama de guerra. No filme estrelado por Jack Nicholson, o diretor polonês consegue dar fluidez a uma trama intricada e com reviravoltas a cada 15 minutos, possuindo uma riqueza de planos para desenvolver o suspense como poucos. Já em “O Pianista” consegue emocionar o público ao narrar, com simplicidade absoluta, uma trama de um fugitivo do Holocausto, uma história contada tantas vezes no cinema, porém, sem a realidade deste.

Vencedor do duelo: O Pianista (por surpreender após tantas obras do gênero tratarem sobre o assunto)

Billy Wilder
Crepúsculo dos Deuses X Quanto Mais Quente Melhor

É comum os mais apressados listarem como gênios do cinema Kubrick, Welles, Scorsese, Coppola e, até mesmo, Tarantino. Wilder, porém, muitas vezes, fica apagado no imaginário coletivo. Pena deles! Esse brilhante diretor-roteirista é daqueles magos que aparecem de tempos em tempos para renovar e trazer a inteligência de volta a sua arte. “Crepúsculo” traz uma crítica ácida ao show-business e a Hollywood, com direito a inovações narrativas para a época e uma sequência única protagonizada por Gloria Swanson. Já “Quanto Mais Quente Melhor” é uma comédia de situações pura e simples, porém, de uma leveza e inocência raras.

Vencedor do duelo: Crepúsculo dos Deuses (pelo roteiro afiado de Wilder)