Protestos contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff marcaram a sessão de “Aquarius”, novo filme do diretor pernambucano Kléber Mendonça Filho, no Festival de Cannes, nesta terça-feira (17). A equipe do longa composta por Sônia Braga, Maeve Jinkings e outros integrantes, além do próprio cineasta, empunharam cartazes pedindo respeito aos votos de 54 milhões de pessoas que votaram na candidata do PT nas eleições de 2014 e criticando o que consideram um golpe a chegada de Michel Temer ao poder.

Na plateia da sessão, mais manifestações contra o afastamento de Dilma. Uma faixa com os dizeres ‘Pare o Golpe no Brasil’ foi levantada pouco antes do início do filme. O grupo ainda segurava placas dizendo “Nós Vamos Resistir”, em referência a luta pela manutenção de Dilma no poder.

A situação de Michel Temer com o setor cultural segue delicada, especialmente, após o anúncio do fim do Ministério do setor. Criado ainda na gestão Sarney durante o processo de redemocratização do Brasil, o MinC acabou sendo fundido com a Educação na reforma administrativa conduzida pelo peemedebista. A ideia do presidente interino é ter uma secretaria ligada a área.

“Aquarius” traz Sônia Braga vivendo Clara, uma mulher que tem 65 anos, é aposentada, viúva e mãe de três adultos. Mora no condomínio Aquarius, em Boa Viagem, no Recife, e tem a rara habilidade de viajar no tempo. Kleber Mendonça Filho ficou conhecido mundialmente a partir do primeiro filme da carreira, o drama “O Som ao Redor”.