Antes mesmo de a ação na tela começar, “The Wild Rose” parece rodar como um filme realizado em terras anglo, da apresentação com o nome da produtora (um pomposo ‘Dream House Films presents’) ao próprio título do longa. Mas todo esse estrangeirismo não casa com o que aparece a seguir.

Rodado nas belas paisagens de Paricatuba, no município amazonense de Iranduba, o filme entende que tem como trunfo o cenário e a bela fotografia assinada por Romulo Sousa e Davi Penafort é o testemunho desse esforço. Mais que evidenciar a beleza do cenário, o trabalho acerta como a extensão do que é mostrado na tela. Um único porém é que a direção de fotografia e a montagem poderiam trabalhar juntas para disfarçar um erro crasso que aparece nos últimos minutos de projeção.

E é isso que faz a narração em voice-over de Ítalo de Castro ser completamente dispensável. Com dois atores expressivos (porém seria bacana uma trama que pudesse exigir mais da talentosa Geisa Frölich) e uma história que fala por si só, ouvir a voz com eco narrando exatamente o que estamos vendo em cena atrapalha o que poderia ser uma experiência completamente sensorial. A trilha sonora fica ainda mais pesada com a companhia da narração e, em vez de servir como um componente importante para ambientar o espectador, apenas o afasta da história.

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Os quase oito minutos de duração são perfeitos para que a trama se desenrole sem complicações, a despeito dos problemas citados. Porém, ainda que trôpego e galgado demais em mirar “o estrangeiro”, “The Wild Rose” aponta um caminho interessante para a produção local. Mas, nunca custa lembrar que menos é mais.