Mais um título da segunda da edição da Mostra do Cinema Amazonense a mergulhar no tema da depressão, “Todas as Minhas Anotações” o faz em forma de ficção, acompanhando o jovem Matheus (Carlos Oliveira) começando a conviver com a doença.

A perspectiva do protagonista é assumida desde o início do curta, e é fundamental para compreendermos sua mudança de comportamento, por mais súbita que o filme a faça parecer. Curiosamente, ao mesmo tempo, “Todas as Minhas Anotações” procura fazer um filme com um tom cool em contraponto à doença: frames e truques de edição que poderiam estar facilmente em obras pop como um (500) Dias com Ela estão presentes em todo o decorrer do filme, com as devidas proporções por conta do tema. Além disso, o curta se aproveita também dos recursos estéticos ao seu dispor, indo desde o split screen aos balõezinhos com troca de mensagens sobre a tela.

Por mais apressada e pouco aprofundada que seja a narrativa, pouco colaborada por uma trilha sonora onipresente que chama demais a atenção para si mesma, o filme de Andrew de Souza, pelo menos, sabe o ponto exato em que quer chegar: a importância de se ter um outro em sua vida que se faça essencial na luta contra a depressão. Nem tudo é tão bonito quanto a fotografia limpa do filme sugere, mas vale a intenção de sensibilizar.