Igual Anderson Mendes, 2015 marca a volta de Zeudi Souza à direção de curtas-metragens. Cinco anos depois de “Vivaldão – O Colosso do Norte” e “Perdido”, o realizador volta com dois projetos: a ficção “Rio das Borboletas” e o documentário “Flor do Caramelo”.

Contemplado nos editais do Proarte e Manauscult, “Rio das Borboletas” ficou em segundo lugar no concurso de roteiros do Amazonas Film Festival 2013. Com lançamento previsto para agosto deste ano, filme terá o processo de seleção do elenco iniciado na primeira quinzena de fevereiro. Não há, até o momento, locações definidas para as gravações.

“Rio das Borboletas” traz a história de quatro mulheres vivendo em uma região distante do Amazonas. Em um determinado momento, elas irão tomar uma decisão capaz de mudar a vida delas significativamente. Zeudi informou que o processo de construção do roteiro envolveu muita pesquisa artística. “Usei referências do dramaturgo britânico William Somerset (“Servidão Humana” e “O Filho da Navalha”), o qual sempre tratou da condição humana em sua literatura sobre os desejos e sonhos que nos movem. Também posso citar a influência do escritor norte-americano Gerald Green (“Holocausto”) que trata sobre as escolhas humanas e o resultado delas”, disse.

No meio de julho, o diretor grava “Flor de Caramelo”, registro da procissão realizada em homenagem à padroeira de Parintins, Nossa Senhora do Carmo. Segundo Zeudi, o objetivo será mostrar o aspecto humano da fé. “Quero tratar sobre as histórias de caboclos que passam dias no rio para agradecer a graça alcançada. Outro ponto que pretendo abordar está relacionado ao contraste entre o sagrado e o profano, ou seja, a terra do boi-bumbá de Garantindo e Caprichoso envolvida em um ato religioso considerado um dos maiores do Brasil”, declarou o realizador. Também contemplado no Proarte, projeto tem previsão de lançamento apenas para janeiro de 2016.

Evolução para passos maiores

Durante o tempo sem comandar curtas-metragens, Zeudi Souza realizou em 2012 o curso de direção cênica da Escuela Internacional de Cine y Televisión (EICTV), em Cuba. Quando voltou para Manaus, participou do processo de preparação de elenco de filmes locais como o road movie “E Se Essa Estrada Não Levar a Lugar Nenhum?”, próximo filme de Rafael Ramos. Além disso, ele conseguiu se formar em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas.

Essa pausa, de acordo com Zeudi Souza, serviu para mudar formas de pensamento sobre a realização de cinema. “Tirei esse tempo para me preparar e estudar. Busco um amadurecimento profissional para fazer uma obra com preocupação técnica e artística. O distanciamento foi necessário para refletir sobre o que é esse ‘cinema amazonense’ e também não cair na armadilha de que fazer cinema é fácil. Sempre estive envolvido em outras questões do audiovisual e políticas do setor”.

Com o retorno da carreira de diretor, Zeudi tem planos ambiciosos para o futuro. “‘O Rio das Borboletas’ será um teste para o longa-metragem que pretendo fazer em breve. Recentemente, fui selecionado para o Projeto Mar Aberto de desenvolvimento de Longa. Considero que volto maduro com outra visão e outra realidade”.

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