Quando “O Espetacular Homem-Aranha” (2012) foi lançado, muitas foram as ressalvas de público e fã com a proposta do reboot cinematográfico do herói pouco tempo depois da popular série de filmes estrelados por Tobey Maguire. No entanto, o primeiro filme com Andrew Garfield na pele do “aracnídeo” foi até interessante, com boas cenas de ação encaixadas de maneira fluida num roteiro que, se não era dos mais originais, pelo menos não era desestruturado. Tal encaixe é justamente o que não acontece nessa continuação, que guarda desagradável semelhança com o péssimo “Homem-Aranha 3” (2007).
No começo do filme, as cenas de ação prometem tirar o fôlego do espectador: há os pais de Peter Parker tentando fugir num avião e, logo depois dos créditos iniciais, uma sequencia muito bem bolada do ponto de vista do herói enquanto se embala com a ajuda das teias dentre os enormes prédios de Nova Iorque. Ironicamente, é o recurso do 3D que deixa a cena artificial, pois o Aranha parece totalmente “deslocado” do espaço da ação. Depois disso, o filme segue morno, com duas constrangedoras apresentações de personagens que serão antagonistas na trama: Max Dillon/Electro (Jamie Foxx) e Aleksei Sytsevich/Rhino (Paul Giamatti).
Sob vários aspectos, “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” lembra os filmes de super-heróis dos anos 1990. O primeiro ponto que sustenta esse olhar é o fato de os personagens, no geral, apresentarem um péssimo desenvolvimento. Peter Parker e o Homem-Aranha parecem indivíduos completamente diferentes, pois enquanto o primeiro se comporta de maneira melancólica e confusa, o segundo é o amigo da vizinhança brincalhão, pronto para soltar uma piadinha infame enquanto enfrenta a morte. O Electro de Jamie Foxx segue por um caminho ainda menos interessante: o da total caricatura. Sem tempo de aprofundar as raízes do tormento mental do personagem, o roteiro explicita o quão “nerd” e carente é Dillon/Electro, sem nenhuma nuance que o humanize de fato. O único que ainda consegue se safar nesse meio tempo é Harry Osborn (Dane DeHann, uma versão sinistra de Leonardo Dicaprio quando jovem), pelo menos até encarnar o Duende Verde. De resto, até a Tia May (Sally Field) está caricata.
Outro ponto de semelhança entre “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” e os filmes de super-heróis dos anos 1990 é a profusão de vilões presentes. Electro, Rhino e Duende Verde são as três ameaças enfrentadas pelo herói no decorrer de 142 minutos, isso enquanto Peter Parker lida com o vai e vem (chatíssimo) do namoro com Gwen Stacy (Emma Stone), o mistério não resolvido do sumiço dos pais, as críticas da mídia para com o Homem-Aranha, as incertezas do futuro após a formatura… os subtemas são enfiados dentro do roteiro com a sutileza da confecção de uma salsicha, e junto a eles estão os vilões que, muitas vezes, nem parecem ameaças reais (a exceção de Electro, extremamente poderoso). Rhino, que provavelmente foi só (mal) introduzido e deverá surgir no terceiro filme da série, perde incontáveis chances de matar o Aranha, enquanto que o Duende Verde parece tão facilmente “derrotável” por parte do herói que, mesmo dentro de um filme fantasioso como esse, soa inexplicável ele fazer o que fez ao final do filme. Ainda bem que há os confrontos entre Homem-Aranha e Electro, sem dúvida um desafio para o herói e, de quebra, bem empolgante para o público.
É curioso também pensar numa aproximação entre as qualidades desse “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro” e outro filme da Marvel recentemente lançado, “Capitão América 2”. Este último tinha nas cenas de luta uma verdadeira obsessão com a câmera na mão e a busca por levar às últimas consequências a expressão da velocidade e forças descomunais dos golpes trocados entre o herói e o antagonista, o Soldado Invernal, o que muitas vezes desprestigiava o trabalho de coreografia das lutas.
Já em “O Espetacular…”, a montagem parece querer mostrar cada detalhe de cada golpe com o máximo de precisão, o que não deixa de trazer uma beleza plástica incrível. Tal característica pode ser conferida dos momentos de “voo” do Homem-Aranha entre os arranha-céus, nos quais a suavidade dos movimentos corporais do herói é expressa em slow motions que com certeza lembram as posições retratadas na arte dos quadrinhos.
Outro exemplo se dá no primeiro confronto entre Homem-Aranha e Electro, quando é exibida detalhadamente, em vários ângulos e em câmera lenta, a maneira como o herói salvou as pessoas numa escadaria (seria essa uma releitura extremamente livre da cena da escadaria de “O Encouraçado Potemkin”? Vai saber…). Tal como o roteiro, a edição também parece querer mostrar tudo ao mesmo tempo, tornar tudo absurdamente explícito e explicativo. Pelo menos nos momentos de luta, isso garante alguma empolgação ao espectador, haja vista que, no geral, o filme peca por usar tempo demais se desenvolvendo de menos apesar de ter tantas possibilidades.
Mantendo ainda o paralelo entre esse “O Espetacular…” e os últimos filmes da Marvel, é estranha a discrepância que ele traz ao “conjunto da obra” do estúdio. Enquanto as sequências de filmes de Homem de Ferro, Thor, Capitão América etc. buscaram roteiros mais complexos e com um pé na maturidade que o próprio público-alvo atingiu no decorrer do tempo, essa versão do Homem-Aranha tenta manter a proximidade com o público infantil e pré-adolescente, mas parece ignorar que mesmo esse público pode ser exigente em questões de qualidade. Não há mais espaço para filmes de super-herói à lá Joel Schumacher como “Batman Eternamente” (1995) e “Batman e Robin” (1997)!
Se os pontos citados até aqui deixam o filme irregular, mas não totalmente ruim, o mesmo não se pode dizer do uso da trilha sonora instrumental em “O Espetacular…”. É simplesmente tenebroso, um dos piores usos de música dentre as fitas resenhadas pelo Cine Set! Como tantos outros elementos do filme, a música que deveria auxiliar na exposição de nuances surge óbvia: alta nos momentos de tensão, melosa nos momentos de romance ou tristeza. Em especial nas cenas com Electro, chega a ser infantil o encaixe feito entre som e imagem, tamanha a falta de sensibilidade no uso do recurso, fato esse bastante estranho quando se relembra o quanto o diretor Marc Webb agradou ao público com a trilha sonora de “500 Dias com Ela” (2009).
Há ainda mais um ponto digno de nota neste “O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro”: os cidadãos da Nova Iorque. Electro tem o poder de controlar toda a energia elétrica da cidade, causando panes gerais e blackouts até nos aviões, colocando todos em risco. Rhino ganha sua armadura letal ao final do filme e, com isso, tem livre acesso a uma ampla gama de armas de fogo. Qualquer pessoa, em Manaus ou na Terra Média, correria para bem longe desses caras numa situação de confronto, menos os cidadãos de Nova Iorque em “O Espetacular…”! Na mesma interessante cena da primeira luta entre Homem-Aranha e Electro, essas pessoas indefesas preferem praticar bullying contra o vilão, xingando-o e gritando palavras de incentivo ao Aranha, a salvar suas próprias vidas, escolha essa inverossímil até num filme de super-heróis. A mesma coisa acontece no confronto entre Rhino e Homem-Aranha.
Fica a impressão de que esses necessários figurantes estão ali com uma função extra: a de convencer o público a criar empatia com o herói. A estratégia culmina em mais uma das obviedades que o roteiro e a direção de Marc Webb trazem ao filme, como que numa tentativa de convencer que o Homem-Aranha é espetacular mesmo sem vermos nada de tão espetacular assim no filme. No quadro geral dos filmes de aventura, esse filme não passa de 142 minutos de algum entretenimento, mas nada que marcará a vida dos fãs do gênero.
Parei de ler no momento em que você citou personagens que não existem no filme, Harry Osborne. acho que você quis dizer Osborn.
bem, gostei do filme sou leigo em criticas de cinema, só não achei interessante colocarem o rhino desta forma e principalmente com o traje de metal.
Fala sério. O filme não é perfeito, mas chama tambem de infantil e elogiar os filmes da Marvel feitos pela Disney?Aquilo é maduro?O HdF plagio de Maquina Mortifera2?O Capitao América em luta para salvar uma organização secreta q nunca reapondeu a ninguem?E aquelas meninas(a Emily de Revenge e a Viuva)q so tavam la esconder os verdadeiros interesses dele no filme:o Falcao e o Bucky.E o filme do Thor?Só o Lok presta ali.
Mais uma coisa:lembra de Superman 2?As pessoas fugiram quando o Super lutou com Zod?Não.Elas simplesmente estavam acostumadas com ele salvando tudo e todos sem ninguém morrer.O mesmo acontece ali.
Parecem duas pessoas diferentes?Você ja leu os quadrinhos?Peter é ate mais melancólico, principalmente depois q a Gwen morre.
Acho que vc não lê quadrinhos, achei o filme muito bom
este respeitou os quadrinhos totalmente.
Achei engraçado vc postar um vídeo sem SPOILERS depois do seu texto está cheio de SPOILERS tbm hahahahaa
cada uma viu!!!!
Criticar a história do filme mostra claramente o desconhecimento sobre o peesonagem. O Peter Parker dos quadrinhos sempre foi extrovertido e piadista, comparar este Peter com o da trilogia passada é no mínimo lamentável e mostra de que neste caso quem merece a crítica é o crítico desta matéria infeliz. Se fosse pra fazer tudo igual a aquela história que ficou repleta de lacunas era melhor nem fazer nada e pra quem não sabe a Gwen morre em uma edição de 1973 nos quadrinhos, fato que foi importantíssimo para os dilemas dele em seu papel de herói para com a Mary Jane. E Por favor estudem melhor um personagem antes de sairem disparando bobagens nos comentários, afinal de contas o próprio Stan Lee acompanhou mto mais pois quiz um trabalho melhor do que os antecessores ….
Geralmente é assim, a crítica não gosta mais o publico ama… então continuem 😀
Esse filme merecia o prêmio jabuti havia clara falta de entrosamento entre os personagens, parecem que tinham saído da escola de teatro do bananal.
“O filme é nota dez! Melhor filme de super herói já feito!” Caraca é pra chorar sangue ao ler uma coisa dessas!!! Santa-ignorância Batman…
Maluco, dizer que o roteiro desse filme é bom é assinar uma confissão de extrema burrice, pelo amor de Deus!!! Sem roteiro bom, o filme não pode ser bom cazzo!!! Se é pra ver um videoclip eu ligo na VH1!!!A Gwen Stacy morre nos quadrinhos, tá certo, essa é a história original…esse tipo de coisa é feita para que o herói cresça e evolua passando por uma série de problemas, assim como na vida, caraca tem que explicar o mais simples, tá loco…
Essa sua critica foi muito boa se quiser ver de um modo antiquado “ou velho” pois foi um dos melhores filmes q já vi se tratando de roteiro “Fictício” já no momento dos romances q vc trata como “Chatíssimo” faz parte de um roteiro já escrito acho q quando vc usava fraudas, eu ainda acho q poderia ter mudado um pouco a trilha sonora, e os efeitos especiais foi uma coisa de outro mundo (Quem já assistiu em 3D sabe do que se trata) eu acho q o trabalho de critico e facil e q tem prazer de fazer essas criticas, com criticas negativas vcs ganham dinheiro, mais a verdade é q no quadro geral a mais simples porcaria seja mais talvez seja mais significativa do q a suas criticas!
Gente a Gwen Stacy morre pq é assim que acontece nos quadrinhos. Essa é a historia do Homem Aranha!! Primeiro a Gwen depois a Mary Jane. =D
Discordo que o Duende Verde seja retratado como facilmente derrotável. Acho que no filme já se tem uma ideia do quão trabalhoso ele pode ser. O mesmo não se pode dizer do Rhino.
Acredito que apesar de meloso muitas vezes, o drama todo com a Gwen é bem necessário a trama.
De resto concordo com a crítica, principalmente com a questão da música, que é usada de forma constrangedora em quase todo o filme. Anti-climax.
Não sei o quanto você conhece do universo Homem Aranha, mas tudo o que você relatou como negativo, acontece nos quadrinhos. Seria interessante se inteirar antes o que acontece e/ou o que aconteceu nos quadrinhos para fazer uma comparação dessas.
Péssima crítica! Tudo bem não gostar do filme, gosto é gosto, e não se discute. Mas comparar com os filmes de Joel Schumacher é um insulto à inteligência dos leitores.
Melhor filme de herói já criado. E essa é a pior crítica que eu já vi na minha vida… Cada um com suas opiniões, tudo certo. rs
ACABEI DE ASSISTIR O FILME EM 3D. OTIMO FILME NOTA 10.
E outra coisa, “Peter Parker e o Homem-Aranha parecem indivíduos completamente diferentes, pois enquanto o primeiro se comporta de maneira melancólica e confusa, o segundo é o amigo da vizinhança brincalhão, pronto para soltar uma piadinha infame enquanto enfrenta a morte.” isso prova o quanto voce não tem conhecimento sobre o Homem aranha….
Não concordo com MUITAS coisas descritas nessa crítica.. especialmente a trilha sonora que eu achei sim que encaixou bem, a “melosidade” entre o Peter e a Gwen pra mim foi necessária e principalmente o conflito interno contra ele mesmo naquela questão da promessa que ele fez ao pai dela, o que mais apreciei nesse filme (apesar de ler que em sua opinião foi um filme voltado a crianças e pré-adolecentes) foi que eu simplesmente acabei com minha fantasia de querer ser um super-heroi, pelo fato do filme deixar claro que ser um super-heroi, requer sacrifícios, grandes, e isso eu achei MUITO maduro por parte do roteiro por (pelo menos a maioria dos filmes) nunca ver um filme de super-heroi no nível da marvel que deixa tão explícito as perdas que um super-heroi tem de estar disposto a arriscar. Então é isso, achei que a crítica poderia ter sido um pouco mais bem elaborada, não só pelas diferenças de opiniões (sua/minha) mas por usar de certos artifícios equivocados. Mas concordo com a questão de quererem colocar MUITA coisa num filme só!
Boa noite galera!!! Particularmente gostei mto do filme. O novo uniforme ficou mto loko. O melhor até agora de todos os filmes do aranha. Em relação a Gwen é o seguinte; quando foram começar as gravações desta sequência, foi “quase” que certo a entrada da Mary Jane neste filme (o que acabou não ocorrendo). Já tinham até a atriz para o papel, mas na última hora cortaram. Então com a morte da Gwen, quem vocês acham que vai finalmente aparecer no terceiro filme???
Cara nota 10 pro filme e nota 0 pra sua critica ….So digo assim :Melhor filme de heroi q ja vi, (Obs:Spide mandou beijin no ombro.pros criticos de plantão kkkkk). Filme completo , Enredo , Roterio , Ação , Aventura , Romance , Drama e Comedia..
Cara, você devia odiar a Marvel né?
Tudo bem você é um critico.
O melhor dos cinco filmes já apresentados, apesar de levar uma pegada um tanto quanto infantil Dane DeHann é o único caricato mas apenas como Duende verde, Andrew convence bem mais que Tobey, Emma está melhor que no filme anterior, Foxx faz um sociopata mais ameaçador que o homem de areia, JJ ainda não deu as caras, e a morte de Gwen é o ponto forte do filme, o que talvez trará um tom mais dramático nos próximos filmes.
@mikaellsr
Vale lembrar que essa Produção é de responsabilidade da Sony que tem os direitos do Homem Aranha… os estúdios Marvel por sinal esta fazendo ótimo trabalho com os outros heróis.
Gostei bastante do filme, foi objetivo para aproximar os leigos de quadrinhos, o problema é querer fazer muito em pouco tempo, o que deixa espaços abertos e personagens mal aproveitados, mas comparando com o Homem Aranha 3 que sofreu o mesmo problema ainda prefiro este atual.
nada haver ela morrer mesmo 🙁
COMENTÁRIO COM SPOILER
Não entendi o porque da Guen ter morrido no final… poxa ele pelo menos deixaria ela viver na Inglaterra e não mata-la.
Eu acho que você foi equivocado, parei de ler quando você criticou os efeitos especiais. A única diferença, é que nesse filme é mais CLARO, não escuro como os outros, que usavam tal artificio para esconder os defeitos especiais, pesquise um pouco sobre a tecnologia utilizada.
muuito loko!!!!!
é da hora