Já faz um pouco mais de 24 horas que terminei de assistir a Polar e já estou me esquecendo da trama. Então, como explicar essa mais nova bomba lançada pelo serviço de streaming mais famoso do planeta?

Vamos lá: baseado em uma HQ homônima da Dark Horse, Duncan Vizla (Mads Mikkelsen) é um assassino de aluguel prestes a se aposentar, porém, seu chefe não quer pagar a indenização, e decide eliminar seu melhor funcionário. Agora, Duncan tem que lidar com assassinos mais jovens e “espertos” e se vingar do seu ex-chefe, além de ajudar  o novo crush, a vizinha (Vanessa Hudgens).

 Embora Mads Mikkelsen imponha respeito e utilizando de muito bom humor se mostre a vontade no papel de Vizla, é inegável que o roteiro escrito por Jayson Rothwell não ajuda a criar uma trama, no mínimo, interessante. “Polar” fica com o aspecto de colagem de clichês do gênero e o mais irônico: tenta se vender como um anti John-Wick – vide a cena do cachorro – mas tenta beber na fonte nas cenas de ação.

“Polar” apresenta em certos momentos uma melancolia que lembra um filme noir, porém, desanda sempre quando faz humor com situações absurdas, o que colabora para uma constante falta de foco. Seria uma comédia de ação? Filme noir? Decidam-se!

Os personagens que cercam o protagonista não são interessantes e acredito que o visual chamativo deles seja para compensar a falta de peso dos mesmos. E sempre que aparecem tentam passar a impressão de como são bons no que fazem, o que faz a gente torcer para que o protagonista dê cabo logo de todos.

A presença de Vanessa Hudgens é irrelevante até mesmo como fator motivador em certo momento. A personagem é desnecessária até o final do terceiro ato quando é apresentada uma virada cretina. E Katheryn Winnick (a Lagertha de Vikings) pouco pode fazer com papel tão pequeno.

Embora tenha um certo esmero visual em sua violência gráfica e sexual – ela acaba soando absurdamente gratuita e apelativa pela falta de tato do diretor Jonas Akerlund. Com carreira mais focada nos videoclipes, o sueco tenta acertar no melhor do gênero de ação atual, como os filmes de David Leitch, mas acaba acertando em outro: no David Ayer e seu Esquadrão Suicida.