Jogos Vorazes, Divergente, Maze Runner… todos podem até tentar, mas o título de fantasia mais bizarra e surreal da década está nas mãos de outra franquia: Deus Não Está Morto. Se o primeiro filme investia em um debate entre um aluno cristão e um professor ateu que exigia que os alunos declarassem que “Deus está morto”, o segundo chega aos cinemas agora levando a história a um patamar acima, direto para o tribunal, e consolidando de vez a onda de sucessos gospel de proporções bíblicas em Hollywood, como o recente Quarto de Guerra (2015) – ou, no caso das salas brasileiras, o nosso Os Dez Mandamentos (ainda que com salas vazias).
A boa notícia é que Deus Não Está Morto 2 é relativamente (ênfase no “relativamente”) melhor que o seu antecessor – não que isso signifique muita coisa. Em vez do excesso de histórias paralelas e desconexas do primeiro, o novo filme prefere se concentrar na professora de ensino médio Grace Wesley (Melissa Joan Hart, a ex-Sabrina, a Aprendiz de Feiticeira, de bruxa pagã a cristã devota). Depois de ser interpelada por uma aluna na aula de história e responder traçando um paralelo entre as abordagens de não-violência de Gandhi, Martin Luther King e o próprio Jesus Cristo, Grace é processada pelos pais da garota sob o pretexto de estar pregando em sala de aula, o que dá início a um julgamento que ganha repercussão nacional.
“Mas o que realmente está em julgamento aqui?” é a pergunta-chave óbvia – mas, caso você tenha dúvidas, uma jornalista escreve a questão num caderninho e o diretor Harold Cronk (também do primeiro longa) faz questão de enquadrar os dizeres em um plano-detalhe. É o tipo de escolha que ilustra bem o filme como um todo: acima de tudo, a direção e o roteiro prezam por subestimar a inteligência do espectador. Tudo toma proporções exageradas até mesmo para os padrões de suspensão da descrença: no mundo ocidental em que vivemos, não há nada demais na aula de Grace, já que a resposta da docente é puro embasamento histórico; já na realidade pintada em Deus Não Está Morto, citar o evangelho em sala de aula é o suficiente para se iniciar uma cruzada contra o cristianismo, num mundo em que cristãos são tão perseguidos que o nível de paranoia no ar faz o Batman de Ben Affleck parecer sensato. Não é à toa que o advogado contratado pelos pais da garota (vivido por um Ray Wise que parece estar se divertindo à beça) faz questão de pronunciar em alto e bom som que “vamos provar de uma vez por todas que Deus está morto”.
Aí reside o maior problema de Deus Não Está Morto 2, que, assim como o primeiro, insiste na ideia de uma perseguição generalizada aos cristãos praticantes, em especial os evangélicos, e principalmente no meio acadêmico. Mesmo assim, é curioso como a produção é recebida com aceitação e identificação por seu público-alvo, se apresentando como uma obra que se propõe a reafirmar a fé desses espectadores – na sessão em que eu estava, por exemplo, as pessoas vibravam sempre que o advogado de Grace Wesley conseguia vencer uma parte do processo. Até aí tudo bem, pois não há nada de errado em um filme que se assume como religioso, desde que ele seja bem feito – até mesmo a animação O Príncipe do Egito (1998) consegue fazer isso de maneira básica e satisfatória.
A questão aqui é outra: para atingir em cheio seu público, Deus Não Está Morto 2 investe em pura desonestidade intelectual, como uma propaganda mal-feita de uma religião. Ao mesmo tempo em que os personagens falam sobre a importância da tolerância e da diversidade, apenas o cristianismo é visto sob os maus olhos da sociedade; um dos personagens secundários, o asiático Martin, chega a levar um tapa do pai por “sair do armário” como cristão, enquanto os ateus são novamente caracterizados essencialmente como pessoas más, mesmo com eufemismos (os pais que processam a professora se apresentam como “livres pensadores racionalistas”, por exemplo). Mas o que dizer sobre a opressão muitas vezes institucionalizada a outras religiões, como, por exemplo, o crescente preconceito ao islamismo no âmago dos próprios EUA, que, aliás, continua sendo um dos países mais cristãos do mundo? O discurso sobre diversidade que o filme de Harold Cronk prega pode parecer bonito no papel, mas não funciona no mundo retratado no filme, em que apenas um grupo (cristão) está inegavelmente certo e sofre por suas convicções.
Assim, é quando foge um pouco dessa sensação de paranoia que o longa até consegue acertar, ao investir na linha de defesa utilizada pelo advogado de Grace (vivido por Jesse Metcalfe, de Desperate Housewives), apresentando alguns argumentos que realmente fazem sentido, ao contrário do filme anterior, que comparava o Big Bang a versículos bíblicos. Especialistas reais, como o ex-detetive J. Warner Wallace, autor de Cold Case Christianity, são chamados a depor para apresentar pesquisas factuais que comprovam que Jesus existiu historicamente, e portanto não há nenhum impeditivo em ser citado numa aula de história – o que deveria ser óbvio mesmo para os ateus malvados do longa, mas ao menos é explicado de forma didática e eficiente no filme. Discussões temáticas à parte, o orçamento maior da sequência também pelo menos possibilitou alguns acertos técnicos, como uma fotografia e um elenco melhores: Ray Wise se diverte exagerando na caricatura do “advogado do diabo”, Jesse Metcalfe é eficiente ao dar um espírito de veracidade e ingenuidade ao advogado de defesa e Melissa Joan Hart… bem, ela chora e parece triste o bastante. Por outro lado, a trilha sonora onipresente e irritante continua firme e forte.
Ainda que pelo menos não precise matar nenhum ateu no final do filme para comprovar seus argumentos, Deus Não Está Morto 2, assim como o primeiro filme, continua panfletário, desonesto e nem um pouco criativo. Não que isso faça alguma diferença para a mina de ouro que a produtora Pure Flix Entertainment encontrou: o filme conta até com uma cena pós-créditos, no maior estilo Marvel, deixando no ar mais uma sequência do “universo expandido” da franquia, e provando que o que vimos na tela é mesmo uma realidade alternativa. Mais uma vez, a banda gospel Newsboys encerra o filme com um show, convidando os espectadores a enviarem mensagens de texto para os amigos e cantando agora uma música nova, em que um dos versos diz “quando se tornou contra as regras falar o Seu nome em alto e bom som na escola?”. A resposta é: não se tornou. Não nos EUA, ao menos, e nem no Brasil. Só mesmo na dimensão paralela de Grace Wesley e seus alunos.
As pessoas podem até pensar que é um universo paralelo. Mas os Cristãos são perseguidos sim. E não digo de países como China e Iraque onde Cristãos tem sido mortos e os cultos ocorrem em igrejas subterrâneas, onde não há liberdade cristã. Digo na nossa sociedade ocidental, onde você é sim criticado por escolher viver diferente da maioria. É fanático e outros rótulos que o Cristão recebe. Mas só consegue perceber isso quem vive, para os outros é puro vitimismo e blá blá blá!
Jessica, é verdade que em países como os que você citou há sim preconceito e mesmo perseguição aos cristãos praticantes – Coréia do Norte, Afeganistão e Irã são outros exemplos. No texto, porém, procurei me ater ao filme, que se passa nos EUA, e que, como mencionei, continua sendo um dos países com o maior número de cristãos no mundo, assim como outros grandes países do Ocidente, inclusive o próprio Brasil. É a isso que me refiro quando falo em “dimensão paralela”: nesses países, a população religiosa só cresce, ainda mais puxada pela onda do conservadorismo. Ou seja: nesses lugares, a dita perseguição retratada pelo filme simplesmente inexiste. E pasme, falo isso como alguém que foi criado como cristão e tem essa vivência. De qualquer forma, obrigado pelo comentário. 🙂
Esse é o pior filme que assisti na vida. A premissa do filme é risível e idiota. Só no país do faz de conta que os cristãos são perseguidos. Aliás, falar que os cristãos são perseguidos nos EUA e Brasil é uma desonestidade, mentira, má fé e fantasia tosca para se auto promover como “cristão perseguido”..tenha dó. É muita manipulação e mentira falar isso.
Já que você fala com tanta autoridade, me responda: você é cristão?
Tenho que ouvir todo dia de pessoas na escola de que desde que me converti, me tornei Burro por não ficar mais com meninas em festas e que sou um idiota por ser feliz sem bebidas e outras coisas que Cristãos se comprometem a diminuir ou parar, creio que comentarios que dizem que não existe preconceito contra cristãos são justamente de pessoas que não pertecem ao grupo considerado Cristão e que não pararam nem para pensar se elas mesmas não o fizeram!
Por um lado os homossexuais interpretando opiniões contrárias como homofobia. Por outro lado os cristãos interpretando opiniões contrárias como perseguição… Nesse caso então toda religião é perseguida
Concordo plenamente
não é porque se tem o maior numero de cristãos nos Estados unidos e no Brasil que não existe perseguição. existe sim uma grande perseguição em oculto com cristãos. o governo e suas diretrizes estão tentando fazer o que aconteceu no filme ou melhor já fizeram hoje já não existi mais aula de religião nas escola com houve antigamente.
Cara, na boa, eu sou cristão, e tu tá falando merda.
O que acontece é justamente o contrário
Os cristãos impõem pra caralho seus valores na política, nas escolas, no ambiente de trabalho. As outras pessoas só querem ter a liberdade de serem quem querem.
Ou será que tu nunca viu na vida símbolos cristãos em repartição pública? Já viu símbolos de outras religiões, também?
Você não é modesto, não tem um bom testemunho com esse vocábulo e tão pouco sabe o que é ser Cristão de verdade. Você é um pronunciado cristão apenas, mas não vive o evangelho! Quem vive o evangelho é constantemente discriminado e chamado de fanático!
fanático
CRISTÃOS NAO SAO PERSEGUIDOS E PONTO FINAL. OS QUE MORREM EM PAISES ESTRANGEIROS SAO FIEIS EM PAISES PADROADOS E EXTREMOS E MESMO SABENDO DISSO AI MORREM DE GRACA. DE GRACA MESMO PQ NAO SE TRATA DE UMA PERSEGUICAO A UMA RELIGIAO ESPECIFICA, MAS SIM DE QUALQUER OUTRA RELIGIAO QUE NAO SEJA DA FÉ DO PAIS. PAREM DE SE FAZEREM DE COITADOS.
As aulas de religião de antigamente eram confessionais e os próprios evangélicos não assistiam essa aula. Seria perseguição aos católicos? Hj existem aulas de ensino religioso no ensino fundamental e muitos evangélicas insistem em não quererem assistir pelos mesmos motivos de antigamente. Acontece que não é a mesma coisa. Então os evangélicos neste sentido não são os perseguidos. Mentira que o fim e passa. E o pai da mentira é quem?
Não se pode enfiar uma ideologia dessas a força na cabeça dos alunos
Só comento no intuito de contribuir, não de discordar ou gerar polêmica.
Esse texto é fantástico, argumentado com viés inovador. Porém, sou professora de Direito no interior do Estado do Rio Grande do sul, e infelizmente já percebi perseguição aos cristãos. Não no sentido de que os ateus sejam “maus” e os cristãos “bons”, sabendo da ambiguidade que essas expressões querem trazem em si.
No que aqui me refiro, é a unificação do pensamento dos docentes de que o cristianismo seja apenas uma coisa: pessoas ignorantes que sofreram lavagem cerebral.
Os não cristãos não levam em conta que dentro dessa concepção do “cristianismo” há divergências de cunho teológico, que refletem na postura dos acadêmicos frente as discussões.
Já ouvi de um colega ateu, em uma reunião fora da Universidade que: “cristãos são pessoas ignorantes, que são manipuláveis e sem nenhum pensamento racional”. Logo, pasme: Esse colega Doutor, se formou nos EUA.
Já vi colegas falarem das vestimentas e do tamanho o cabelo das alunas que seguem uma linha pentecostal. Vi também, alunos serem prejudicados na análise dos seus trabalhos acadêmicos quando abordam temáticas que remetem ao cristianismo. Não de forma clara, mas velada, como todo o preconceito.
Por isso tudo, e por ter muitos amigos que moram nos EUA, percebo que também há preconceito quanto à sua religião, de forma mascarada, mas ironizada nos comentários. Nas segregações diárias, nas entrelinhas do texto e do contexto.
Acredito que não haja de forma radical como nos países Orientais, mas afirmar que lá o preconceito inexiste acredito ser uma afirmação absolutista, e verdades absolutas não existem.
Sei que no fundo a Academia quer alunos críticos e reflexivos, empoderados dos seus argumentos através das leituras. Acredito que isso só será possível, se ambos, aluno e professor, deixaram suas vaidades de lado, seja no Brasil seja onde for.
Concordo com tudo o que disse, sou cristã e vivenciei isto na Faculdade, onde a professora começou a falar sobre crenças e de maneira indireta criticava nossa fé como se fossemos “tapados”, manipulados, tivéssemos sofrido lavagem cerebral e quase todos na sala concordavam. Concordo que há cristão fanático, que critica outras religiões, mas é fato que as pessoas se incomodam com a maneira que nos vestimos, falamos, nos comportamos e opinamos, ou seja, podemos ser qualquer coisa, mas só o fato de ser cristão somos criticados, as “piadinhas” são constantes.
Não concordo com nenhum tipo de preconceito, pois sei o que é isso, passo por isso desde minha infância, mas vejo pessoas que defendem um certo tipo de preconceito e criticam outras pessoas que tem uma fé, religião diferente da sua.
No texto acima fala sobre o rapaz que levou um tapa na cara do pai, então, que bom que você nunca viu ou ouviu falar de pessoas que passaram por isso com os pais, pois eu cresci vendo pessoas que por se dizerem evangélicas eram tratadas de maneira diferenciada, discriminatória e agressiva pelos pais, não tenho mais contato com os que conheci, mas isto eu conheci.
Então vivemos e presenciamos sim preconceitos pelo o que somos, fazemos e pensamos, muitas vezes de maneira indireta mas infelizmente esta é nossa realidade.
Aí depende do professor e da linha ideológica dele. Não é uma perseguição conforme o filme coloca. Existem professores cristãos que também não aceitam a linha de pensamento ateia de seus alunos. Sou professor tb e já percebi isso. Como tem professores cristãos que tb nao aceitam determinados trabalhos que envolvem religiões afros. Por considerarem satânicas. Então isso é muito relativo. Portanto o filme falta com a verdade ao colocar os evangélicos como vítimas quando tb são algozen.
Concordo plenamente, temos que ter uma visão critica e mais abrangente do todo, e não focada apenas na ideia de que apenas os países onde não ha liberdade religiosa possuem essa perseguição que o filme retrata.
Uau, comentário perfeito!!!!!
“verdades absolutas não existem”
Vc Está absolutamente certo disso?
É um titulo um tanto medíocre, pois Deus não morre, ou então ele não é Deus. o universo paralelo de quem acredita é só um, tem pessoas que enxergam diferentes das outras, há aqueles que consegue vê Deus e aqueles que que não consegue nem enxergar a se mesmo. Deus está em toda criação, alguém já viu besouro nascer do nada, uma lagoa criar peixes sem nunca ter colocado alevinos. e uma outra mesmo perto da outra não criar peixes, existe muitas formas de mostrar que Deus existe, mas pra enxergar ele precisa está em espirito viver em espirito, a chave disto está na humildade de se viver.
Boa noite Gabriel 🙂 você afirma que essa situação mostrada no filme não faz paralelo com a realidade, mas pelo visto você está mal informado, pois o filme é sim baseado em histórias reais. No final do filme, eles colocam até uma lista de processos que trataram da temática onde eles buscaram inspiração para o roteiro. Informe-se melhor também a respeito do neo ateísmo que tem tido maior e expressão nos EUA e no norte da Europa, onde defende-se que aqueles que possuem uma fé em Deus não devem ser levados a sério no meio acadêmico, pois suas crenças os impossibilitariam de terem expressão científica relevante. Entendo seu ponto de vista, mas sua crítica demostra desconhecimento a respeito do tema. Abraço !
Silva, quais os casos reais que o filme referencia? Só ouvi falar do caso do professor Kenneth Howell, que usou como desculpa uma aula de história do catolicismo pra compartilhar um texto homofóbico que nem referência direta à Bíblia tinha, pelo menos de acordo com uma cópia do email apresentada no site de notícias Huffpost. Um erro tosco da justiça em não punir esse cara, aliás. Não vi o filme e li num texto a citação a esse caso, por isso a pergunta.
Se puderes postar alguma referência de um site de notícias não-cristão a esses casos, gostaria de ler e me informar melhor.
Falou tudo! O filme é sim baseado em fatos reais. É um filme cristão e quem não gosta de filmes cristãos é só não assistí-los, simples assim.
Realmente tens razão. A paz de Cristo.
Silvia, ia justamente escrever quanto ao que disse!
É de tamanha ignorância e desatualização afirmar que religiosos em geral não sofrem preconceitos…
Sr. Gabriel, o que você entende por preconceito? no dicionário está: “sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância.” … ou seja, qualquer pessoa que é rotulada por simplesmente pertencer a um grupo determinado sofre preconceito!
Quanto ao filme… há de se convir que o número de cristãos no mundo é muito maior do que qualquer seguidores de qualquer outra religião teísta, politeísta .. Por isso creio que seja direcionado com maior ênfase a essa classe.. Contudo, nas cenas de escolha do júri, o advogado da professora Grace cita que se tivesse em jogo qualquer outra religião eles também deveriam se manifestar…
e para finalizar, vale lembrar que foram citados casos judiciais de onde surgiu a inspiração para o roteiro!
Como assim cara não existe perseguição nos EUA ? Claro que existe!! , mas a perseguição é mascarada, eu mesmo ja fui prejudicado pq em um texto disse q era contra o homossexualismo e tiraram potos por causa disso, tenta viver com ideais Cristãos nessa sociedade caída sem valores e princípios e vc vai ver se não sofre perseguição.
Observação apesar de ter citado os EUA, vivo aqui no Brasil.
Bom, se não existe certa aversão aos cristãos/Cristianismo na Academia pode-se dizer que os casos citados ao fim do filme são pura ilusão? E podemos dizer que eu, estudante de História numa universidade estadual, encontrar resistência no meio é fantasioso também?
Enquanto muito se defende a respeito de diversidade religiosa na educação e na sociedade, me parece que cada vez mais o Cristianismo não faz parte dela. Por que será? Não vão nos calar.
Filme desonesto? Quero crer que você Gabriel não seja desonesto, apenas muito mal informado (faltou pesquisar antes de sair criticando).
O filme tem sim um ponto de vista cristão (por obviamente tratar da fé cristã, como foi amplamente divulgado, não de proselitismo) mas, a questão central levantada é a liberdade religiosa, bandeira que deveria ser levantada inclusive por ateus (pois tal liberdade é a base do estado laico) e por pessoas de todas as religiões.
Se se informasse um pouco saberia que o primeiro filme, apesar do roteiro de ficção, foi inspirado em dezenas de casos reais em que a liberdade religiosa foi parar nos tribuinais. Isso consta nos créditos, ao final do filme.
– A lista é longa, não tem nada de “realidade paralela”, está aqui: http://godsnotdead.com/blog/real-life-imitates-reel-life/
Só pra citar um exemplo bem real, do meio acadêmico, nos EUA, o conselho de uma universidade ameaçou impedir a graduação de uma estudante cristã se ela “não mudasse suas crenças”.
– A estudante Jennifer Keeton não cedeu à pressão (chantagem e perseguição) e foi expulsa da Augusta State University.
http://www.christian.org.uk/news/video-us-university-tells-christian-to-change-beliefs/
Mais exemplos:
– California Teacher Punishes Students for Saying, “Bless You”
http://www.adflegal.org/detailspages/blog-details/allianceedge/2011/09/30/california-teacher-punishes-students-for-saying-bless-you
– New York school district agrees to end discrimination against Christian teacher
http://www.adflegal.org/detailspages/press-release-details/new-york-school-district-agrees-to-end-discrimination-against-christian-teacher
E pra citar um exemplo brasileiro, uma palestra sobre criacionismo (que seria ministrada por um físico, um geólogo e um bioquímico) é cancelada na Unicamp por pressão ateísta (quando o que se espera numa universidade é o livre debate e a pluralidade de opiniões).
– http://www.istoe.com.br/reportagens/331557_DEUS+FORA+DA+UNICAMP
A propósito, aquela parte do filme em que a justiça obriga pastores a entregarem cópias dos seus sermões, uma absurda violação da laicidade (em que o Estado visa controlar o que é pregado no altar), parece coisa de ficção e até desonestidade intelectual do roteirista, né?
Mas, não é, olha só, uma prefeita (em Houston) tentou obrigar (intimar) pastores exatamente a isto:
– http://oglobo.globo.com/sociedade/cidade-do-texas-aprova-leis-que-analisam-sermoes-de-pastores-contra-gays-enfrenta-criticas-14251740
Felizmente, os pastores se posicionaram contra este absurdo e a prefeita teve que voltar atrás.
– http://www.washingtontimes.com/news/2014/oct/29/houston-mayor-withdraws-pastor-subpoenas/
Como você vê, o filme não é a “realidade paralela” que você criou.
Vejo cristãos vindo aqui e alegando que são muito perguidos, e quando aparece alguem que se intitula cristão ai vem a ladainha, você não é cristão de verdade, a velha história eu sou melhor que todos, faço o bem, dou dízimo, vou aos cultos, me poupe, pouco me importa se você acredita ou não em deus, agora vir com vitimismo, que é o que os dois filmes fazem, para né, o mundo não é fácil pra ninguém seja ateu, cristão, budista.
Tá! Mas Cristo não ensina nos a sermos melhores do que ninguém, e sim ” amar os outros como a si mesmos”. Entendeu?
Eu analisei alguns pontos do filmes relacionado ao ao advogado de ataque. No que percebi que ele retratou algumas vezes, sobre “Eles vão ficar contente”, “Vamos provar que Deus não existe”, “É um caso especial” e até mesmo o advogado de defesa, disse não querem só ganhar esse caso, também te humilhar pela sua crença, fazer você perder tudo”, acham que é referência clara de santanista, se aproveitando da Lei humana.
Diante dos comentários contrários à sua crítica ao filme, Sr. Gabriel, alguns bem fundamentados, no mínimo, caberia um posicionamento, é seu direito. Ademais, reconhecer nossas limitações é sinônimo de crescimento espiritual em que se atende a um princípio básico deixado por Jesus: humildade. Atente-se a isto. Detalhe: Sou cristã e como a maioria, não identifiquei no roteiro nenhum absurdo à realidade que vivemos em relação à prática e defesa do Cristianismo. Exemplos não faltam. Analise-os melhor!
Não li os comentários mas fiquei surpreendida quando no fim do filme eles mostram a quantidade de pessoas q sofreram processo semelhante ao mostrado no filme… Isso nos EUA que eh um país que foi fundamentado nos princípios cristãos… Concordo que a maioria dos filmes evangélicos são fracos sim mas não eh uma realidade paralela. Eu enquanto cristã no Brasil na faculdade particular e não pública (isso faz diferença sim visto que, embora metas vezes o enfoque disso eh preconceituoso na intenção de desmerecer os crentes dizendo q isso eh coisa de pobre que precisa de auxílio de alguma coisa que os dê esperança, eh uma realidade, nas camadas mais altas dá sociedade não existem mtos crentes e existe preconceito sim, e nas faculdades públicas em sua grande maioria está essa camada social) vejo argumentos preconceituosos com relação aos cristãos vindos inclusive dos docentes. Mtas vezes eh preciso calar pra não gerar conflitos desnecessários e um dos focos eh esse: calar e retroceder ou assumi sua fé independente das consequências? No caso do Brasil: porque eh ridículo um artista falar de Jesus e se assumir crente ou cantores gospel irem na tv, mas eh legal os artistas falando de santos, falando de orixás e tocar músicas falando dá temática das religiões afro brasileiras e até músicas q chamam de “ponto de macumba”? Pq todo crente eh chamado de fanático e intolerante? Pq todo pastor eh chamado de ladrão? Tenho familiares próximos q falam que o único motivo de se afastar de mim eh pq sou crente… Faz sentido?
Perdeu uma linda chance de fazer uma crítica construtiva, mas se perdeu ao tentar fazer uma análise opinitativa e pessoal. Uma pessoa dizer que cristãos não são perseguidos é a mesma coisa de dizer que o céu não é azul. Os ‘isla’ radicais cortando a cabeça dos crentes é indiferente em seu ponto de vista? Qual mundo tu vive amigo? Já existe sim, escolas nos EUA onde são terminantemente proibido de se falar sobre qualquer ícone de tradição religiosa em sala de aula. Apesar que quando eu assistir o filme eu já embasei no que vai acontecer daqui pra frente, principalmente com a força que o politicamente correto está tomando e com a prerrogativa da separação de Igreja e estado. Então o filme não tem nada de catastrófico. E o filme arrasou ao fazer uma busca histórica e científica na existência de Jesus, porque de fato Ele existiu e tão certo como o ar que eu respiro Ele Vive! Vlws Flws
Gabriel, vamos entender que esse texto é a sua opinião. Eu não tenho que obrigatoriamente concordar, certo?
Você olhou esse filme sem nenhum pré-conceito? Qual estudo você tem sobre religião? Você acredita em que? É cristão?
No final do filme é dito que o roteiro se baseia em casos reais. Gostaria de ler sobre esses casos, mas não achei nada na net. Se alguém souber de algo, posta aí.