De “O Rei Leão” a “Central do Brasil”, Caio Pimenta apresenta quais produções teriam sido indicados ao Oscar entre 1995 a 1999 se fossem 10 nomeados em em Melhor Filme.
OSCAR 1995
“Forrest Gump” foi o grande ganhador do Oscar de 1995: venceu 6 prêmios incluindo Melhor Filme, Direção, Ator e Roteiro Adaptado. A lista ainda tinha os clássicos “Pulp Fiction” e “Um Sonho de Liberdade”, e os ótimos “Quatro Casamentos e um Funeral” e “Quiz Show”.
Se fossem 10 indicados, a lista ainda estaria em alto nível.
“Tiros na Broadway” seria o primeiro a aparecer – a comédia foi indicada em 7 categorias, entre elas, Direção para o Woody Allen e Roteiro Original, além ter vencido Atriz Coadjuvante com a Dianne Wiest. O clássico da Disney, “O Rei Leão”, também faria dos finalistas após vencer os prêmios de Canção Original e Trilha Sonora. Ganhador de Melhor Direção de Arte, “As Loucuras do Rei George” representaria os britânicos, enquanto os franceses seriam lembrados com “A Fraternidade é Vermelha”. Por fim, a versão dos anos 1990 de “Adoráveis Mulheres” completaria os 10 indicados.
Não que eu goste do filme, mas, o azarão poderia ser “Lendas da Paixão”, indicado em três categorias e vencedor de Direção de Fotografia. Já quem eu gostaria de ver indicado é o “Ed Wood”, deliciosa homenagem do Tim Burton ao pior cineasta da história. O filme foi premiado com o Martin Landau em Ator Coadjuvante.
OSCAR 1996
Mel Gibson dominou o Oscar de 1996 com “Coração Valente”, ganhador de cinco estatuetas. A lista dos indicados a Melhor Filme tinha o ótimo “Razão e Sensibilidade”, os simpáticos “Babe” e “O Carteiro e o Poeta” e, por fim, o correto “Apollo 13”.
Se fossem 10 indicados, ah, a lista subia muito de nível.
Responsável por render o único Oscar da carreira do Nicolas Cage, o triste “Despedida em Las Vegas” estaria na lista final. O sensível “Os Últimos Passos de um Homem”, premiado em Melhor Atriz com a Susan Sarandon, também seria indicado assim como o grande suspense “Os Suspeitos”, premiado em Melhor Roteiro Original e Ator Coadjuvante com Kevin Spacey. O Oliver Stone não seria esquecido com o subestimado “Nixon” e “Toy Story” colocaria a Disney de novo no páreo.
O azarão improvável “Poderosa Afrodite”, do Woody Allen, tentaria uma vaga difícil entre os 10 finalistas. Quem eu gostaria de ver nomeado era “Os 12 Macacos”, ficção científica do Terry Gilliam, tão profético em relação aos nossos dias de pandemia.
OSCAR 1997
1997 foi o ano dos independentes no Oscar. “O Paciente Inglês” não deu chances para os rivais e venceu em 9 categorias. A lista de indicados ainda tinha o ótimo “Fargo” e os bons “Shine”, “Jerry Maguire” e “Segredos e Mentiras”.
Com 10 indicados, a lista continuaria boa com produções ainda do circuito independente.
Milos Forman iria disputar mais um Oscar de Melhor Filme com “O Povo Contra Larry Flynt”. Premiado em Melhor Roteiro Original, “Na Corda Bamba” seria indicado assim como “Retrato de uma Mulher”, de Jane Campion. A lista ficaria completa com “Hamlet”, épico integral da obra de William Shakespeare comandado por Kenneth Branagh e o irregular “Evita”, estrelado por Madonna.
Com Daniel Day-Lewis e Winona Ryder revivendo a dupla de “A Época da Inocência”, “As Bruxas de Salem” poderia ser o azarão, enquanto eu queria muito ver o insano “Trainspotting”. O filmaço do Danny Boyle foi indicado apenas em Roteiro Original.
OSCAR 1998
“Titanic” igualou os 11 Oscars de “Ben-Hur” em 1998. Apesar do domínio absurdo do épico do James Cameron, o ano teve muita coisa boa, entre elas, os excelentes “Los Angeles – Cidade Proibida” e “Melhor é Impossível”, o ótimo “Gênio Indomável” e o divertido “Ou Tudo ou Nada”.
Se fossem 10 indicados, a lista de Melhor Filme perderia um pouco do pop, mas, ainda assim, a qualidade continuaria muito alta.
Nomeado em Direção Atom Egoyan e Roteiro Adaptado, “O Doce Amanhã” seria um dos finalistas assim como “Asas do Amor”, drama que rendeu uma indicação para Helena Bonham Carter em Melhor Atriz. O Spielberg teria vez com “Amistad”, enquanto o Paul Thomas Anderson veria “Boogie Nights” superar o conservadorismo da Academia. Por fim, “Mera Coincidência” daria a pitada política na lista.
Apesar de não ser um dos mais queridos filmes do Scorsese, “Kundun”, que teve quatro indicações, poderia ser o azarão da disputa. Quem eu queria muito ver entre os finalistas era o “Contato”, uma das ficções científicas mais subestimadas da história e protagonizada pela Jodie Foster.
OSCAR 1999
1999 foi o ano de uma das edições mais polêmicas da história do Oscar graças a “Shakespeare Apaixonado”, ganhador da categoria de Melhor Filme. Exceto por “A Vida é Bela”, todos os outros concorrentes – “O Resgate do Soldado Ryan”, “Além da Linha Vermelha” e “Elizabeth – eram bem melhores.
Se fossem 10 indicados, a lista continuaria devendo.
“Pleasantville – A Vida em Preto e Branco” seria indicado mais pela a ousadia técnica do que necessariamente ser um grande filme. Já “Irresistível Paixão”, do Steven Soderbergh, iria por falta de opções. Alternativas melhores eram “O Show de Truman”, grande injustiçado daquele assim como o seu protagonista Jim Carrey, e “Deuses e Monstros”, ganhador de Melhor Roteiro Adaptado. A última vaga seria do filme que gostaria de ver na disputa, o nosso “Central do Brasil”, que seria impulsionado pela vitória do Urso de Ouro no Festival de Berlim.
Porém, o azarão poderia “Um Plano Simples”, do Sam Raimi, ou “Segredos do Poder”, do Mike Nichols. Ambos poderiam entrar no lugar de “Central do Brasil” para evitar dois candidatos internacional no prêmio do cinema americano.