Romulo Sousa chega ao segundo trabalho da carreira na direção de curtas-metragens com “Vila Conde”. O suspense com 14 minutos de duração será exibido em Manaus no Festival Olhar do Norte, entre os dias 12 e 15 de abril, dentro da Mostra Competitiva Norte.

“Vila Conde” acompanha dois amigos da juventude que se reencontram depois de muito tempo. Um deles é aposentado e dono de uma vila, enquanto o outro é um político conhecido na cidade. Do reencontro deles, surge uma proposta inesperada.” Eu pretendia contar uma história baseada em pessoas da vida real e que tivesse um tema que eu me identificasse. É uma produção sobre lealdade ao mesmo tempo em que retrata personagens bem brasileiros”, declarou Romulo Souza. A produção gravada no Centro de Manaus tem Luiz Vitalli, Ismael Farias e Tony Ferreira no elenco, trazendo Arnaldo Barreto na produção, Davi Penafort como assistente de produção e Daniella Coriolano na montagem do curta.

Após pequenos trabalhos audiovisuais durante a passagem no curso de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas, Romulo estreou na direção de curtas com “Personas”, documentário sobre o artista plástico Otoni Mesquita e realizado ao lado da amiga e colega de faculdade, Daniella Coriolano. Agora, em “Vila Conde”, ele encontra oportunidade para colocar em ação suas ideias enquanto segue no aprendizado de fazer cinema. “Há muitas questões no curta que são o tipo de coisa que preciso praticar. Por isso, meu foco foi em tentar aplicar técnicas de roteiro e direção que já havia aprendido na teoria”, disse.

INSPIRAÇÕES, FASCÍNIO E DESAFIOS

No primeiro trabalho de ficção da carreira, Romulo contou que grande parte do foco do trabalho foi nos diálogos. Para se preparar para esta nova empreitada, o realizador buscou inspiração em produções como “Onde os Fracos não Têm Vez”, “O Mestre”, “Sangue Negro”, “Sicario” e “Whiplash”. “Eu tentei me inspirar em filmes que alternam entre momentos de suavidade e impacto. Também queria a trama se passasse em cenas longas, como uma peça de teatro. Então analisei vários filmes do tipo para tentar pegar algumas referências, como “A Rede Social”, por exemplo”.

A oportunidade de ver o processo de construção dos personagens feito pelos atores e a forma como se preparavam para fazer as cenas chamou a atenção do jovem diretor. “Nos intervalos entre as tomadas, os atores começavam a imitar outros personagens e atores, dançavam músicas engraçadas. Isso tudo mesmo após terem feito momentos tensos e, depois, voltavam a ficar sérios, concentrados novamente para mais gravações”.

O maior desafio, entretanto, foi o tempo. Entre a primeira versão do roteiro de “Vila Conde” e a finalização da montagem se passaram dois anos. No meio disso, outras atividades profissionais e a vida acadêmica. “Foi tudo muito desgastante porque era feito nas horas livres tanto minhas quanto dos atores. Se você não tiver confiança na ideia, dá vontade de largar tudo”, conta Romulo.

Sobre a seleção de “Vila Conde” para o Festival Olhar do Norte, Romulo Souza considera que esta será uma oportunidade para que o público possa ter acesso aos filmes locais na tela do cinema e com qualidade sonora. “Serve também como um momento de reflexão: meditar sobre os personagens e, principalmente, sobre a produção de baixo orçamento de ficção em Manaus”.

CONFIRA MAIS FOTOS DE “VILA CONDE”

Arnaldo Barreto (esq) ouve orientações de Romulo Sousa

Ismael Farias e Tony Ferreira em cena de “Vila Conde”

Luiz Vitalli (esq) também integra o elenco do curta

Romulo Sousa acompanhado da equipe de produção de “Vila Conde” no intervalo das gravações

Lançamento de “Vila Conde” será no Festival Olhar do Norte