“Morto-Vivo”, “Et Set Era”, “A Doce Dama”, “A Última no Tambor”, “A Lista”, “Toda a Noite Eu Tenho o Mesmo Sonho”, “Germes”… Leonardo Mancini vem sendo presença constante em algumas das principais produções do cinema amazonense nesses anos 2000 seja como diretor, ator, roteirista, produtor e até montador. Para 2015, ele já prepara um novo passo: a estreia na animação com “A Última Balada de El Manchez”.

Previsto para ser lançado entre agosto e novembro desse ano, “A Última Balada de El Manchez” será uma adaptação de uma webcomic publicada no site Pulapirata.com. Animação no formato 2D com 15 minutos de duração traz a história sobre como o maior mariachi de todos os tempos teve que vender a alma para conseguir talento e fama, e sua inevitável queda e busca por redenção.

leonardo mancini cinema amazonenseProjeto contemplado no Edital de Curtas-Metragens de 2013 do Ministério da Cultura começou a ser produzido em 2014 com definição de storyboards, orçamento, cronograma, equipamentos, entre outros. “Estou agora procurando animadores e ilustradores de background para o projeto. A produção começa agora em janeiro e se estende até julho, época da finalização. Basicamente, daqui pra frente, é trabalhar sem parar e ver no que vai dar”, afirma o diretor.

O diretor revelou ainda que “A Última Balada de El Manchez” não é a primeira experiência dele no setor. “Sempre gostei de animação, fiz algumas toscas há muitos anos atrás. Sempre fui apaixonado por ilustração e este é um projeto antigo, o qual já inscrevi em várias editais até que, finalmente, este emplacou”. Sobre os dubladores, Leonardo Mancini informou que pretende convidar dois profissionais da área, além de utilizar amigos mais próximos e ele próprio para dar voz aos personagens.

Planos em Sequência

Leonardo Mancini ainda tem projetos com o grupo Planos em Sequência. Formado por Rod Castro, Emerson Medina, Moacyr Massulo e Diego Nogueira, a parceria deu novos rumos para o realizador. “Antes de conhecer os rapazes, eu me sentia muito sozinho no meio audiovisual e acho que muita gente passa por isso. Em 2010, gravei um curta chamado ‘Dennis’ em um esquema muito só: fiz a fotografia, edição, produção das locações e tudo mais. Ao lado de outros amigos, gravei nove horas de material em uma semana. Foi extremamente extenuante, mas, por fim, eu tinha um curta que sempre quis fazer pronto”, revela o diretor.

Após conhecer Rod Castro no trabalho e dividir conversas sobre cinema com ideias de possíveis roteiros, a dupla resolveu formar parceria para dar início às produções de curtas-metragens. “Enchi o saco do Castro para participar do ‘Et Set Era’. Nessa época, acabei conhecendo o Emerson Medina. Eles tinham conseguido parceria com as produtoras Sambatango e o Cacau Mangabeira, o que fez ser um salto de qualidade a minha experiência no ‘Dennis’ para o ‘Et Set Era’: tinha mais pessoas envolvidas, mais câmeras, uma locação apenas, maquiador, etc”, relembra Leonardo Mancini.

Segundo o realizador, o grupo busca agora sempre trazer algo novo para melhorar a qualidade dos projetos. “Em ‘A Lista’, por exemplo, conseguimos usar mais steadicam, obtivemos autorização para fechar a Ponte do Educandos para a gravação de uma sequência, grana pra custear transporte e alimentação da equipe. Essa união permitiu trazer novos e talentosos integrantes para o grupo, além de ter mais ferramentas para atingir uma qualidade cada vez maior, errando e acertando juntos”, afirma.

A força de vontade para realizar os projetos de cinema do Planos em Sequência, aliás, é apontada por Leonardo Mancini como uma das principais qualidades do grupo. Para ele, o esforço e a raça, muitas vezes, driblam a falta de verba. “Querer fazer cinema no Brasil já é complicado; em Manaus então ainda mais e estando sozinho você não progride para lugar algum. Eu vejo gente que diz que não consegue fazer um curta por menos de 50 mil reais. Não vejo desta forma. Foi justamente com esse grupo de pessoas engajadas que vi que um orçamento apertado não necessariamente significa perda de qualidade. Nosso maior desafio é manter a bola rolando. Você pode fazer um curta que pode ser execrado pelo público, ou fazer um barulho, ganhar prêmios, e no ano seguinte começa tudo de novo. O bom da galera é que não há estrelismos nem ego, só vontade de fazer. Se pinta um edital, a gente se junta para montar projetos e assim por diante”, afirma.

grupo planos em sequência