Nem mesmo as grandes estrelas escapam da desigualdade de gênero no mercado de trabalho. Barbra Streisand que o diga. Em debate conduzido por Robert Rodriguez no Festival de Tribeca, em Nova York, ela afirmou que o sexismo a tirou da corrida pelo Oscar de Melhor Direção por duas vezes. As informações são do site da Variety.

Segundo a atriz, o machismo existente em Hollywood impediu com que ela fosse indicada ao Oscar de Melhor Direção tanto por “Yentl” (1983) e “O Príncipe dos Mares” (1991). Pelos dois filmes, Barbra foi indicada ao Globo de Ouro, sendo vencedora com o primeiro longa.

De acordo com Barbra, além dos homens, muitas mulheres acabam não sendo exemplo de sororidade e detonam as colegas dentro da própria indústria devido a sentimentos de ciúmes e competitividade. Para a atriz, as críticas feitas por mulheres, por exemplo, foram mais pesadas que as dos homens em relação a “Yentl”, utilizando o texto da jornalista Janet Maslin, do New York Times, como exemplo.

“Nenhuma das críticas mulheres falou sobre o que o filme pretendia dizer”, declarou Barbra, fazendo referência a análise de Maslin que criticava o uso considerado depreciativo do kipá em uma cena de “Yentl”. O filme traz a luta da personagem-título para aprender os ensinamentos do Talmud, um privilégio apenas dos homens durante a virada do século. Para tanto, a protagonista precisa se disfarçar de homem.

Barbra Streisand revelou que a ausência de “Yentl” do Oscar por toda a série de polêmicas a levou a ficar afastada da direção por oito anos até fazer “O Príncipe dos Mares”. “Fiquei muito mais machucada do que imaginava, por isso não quis dirigir filmes por anos”, declarou.

Até hoje, apenas Kathyrn Bigelow, em 2010, com “Guerra ao Terror”, quebrou a hegemonia dos homens no Oscar de Melhor Direção. A última indicação feminina na categoria ocorreu justamente com Bi