Electrophorus electricus. Esse é o nome científico do Poraquê, peixe da região amazônica capaz de soltar descargas elétricas de até 500 volts. Os mitos e lendas entorno dele serão tema do novo curta-metragem da carreira de Wagner Santinny. A produção será lançada no próximo dia 31 de maio durante a 2º Sessão de Cinema Amazonense, no Cinemark do Studio 5.

Rodado totalmente no dia 16 de abril em um sítio no KM 30 da rodovia AM-010 (Manaus – Itacoatiara), “Poraquê” traz a história da menina Bia (Taiza Lira). Ela cria um imaginário rico sobre o peixe elétrico após o sumiço do pai, Ciso (Carlos Eduardo), em uma noite de lua cheia, época comum dos ataques do bicho, segundo o folclore da região. O elenco ainda conta com o ator Espírito Santo e a equipe técnica inclui Wander Luiz no tratamento do roteiro, o diretor de fotografia Thiago Morais e Arnaldo Barreto na preparação de elenco e assistente de direção.

“O elenco, por motivo de força maior, se reuniu para ensaio e preparação durante algumas horas antes da gravação no próprio set. A excelência do trabalho feito pelos atores se deu muito mérito ao Arnaldo Barreto pela competência e profissionalismo diante das quase inviáveis possibilidades de preparar um elenco em tão pouco tempo”, declarou Santinny em entrevista ao Cine Set.

Com o apoio da Amacine e da Amazonas Film Comission, Wagner Santinny revelou que conflitos de horário, a logística e questões financeiras foram os maiores problemas para a realização de “Poraquê”. “Para superar esses problemas e o prazo exige foco! Essa é a palavra, independente de ser um curta-metragem. O olhar tem que ser com profissionalismo para realizar. Metas são traçadas para serem alcançadas através de vitórias sobre os obstáculos. Foi assim que chegamos à pós-produção”, declarou.

Tendo no currículo projetos como “Verdade Nua e Crua”, “O Sonho de Kika” e “Escarlate Vermelho Sangue”, o diretor de “Poraquê” atribui a atenção para a cultura regional ao realizador do audiovisual local, Zê Leão (também conhecido na cena artística como Júnior Rodrigues). “Costumo acompanhar o trabalho dele. Pelo foco na pegada linguística regional sou admirador do seu trabalho. Faço essa menção a ele. Antes de conhecê-lo, nunca cogitei produzir filme com temática regional. Tive que focar em um cara que olha com propriedade e domínio o assunto”, complementa.