Quando um popstar resolve estrelar um filme, a reação geralmente é de desconfiança. Madonna, Britney Spears, Mariah Carey… Os exemplos mal sucedidos são muitos. No entanto, quando eles acertam, acertam bonito. Vejam só o exemplo da cantora Janelle Monae: ela estreou no cinema com Rio 2, mas foram os seus segundo e terceiro filmes que lhe colocaram como um dos nomes de maior destaque no Oscar deste ano. Monae não chegou a ser indicada a nenhum grande prêmio, mas seus trabalhos em “Estrelas Além do Tempo” e “Moonlight” têm arrancado elogios. E foi isso que inspirou a playlist da semana do Cine SET.

Não dá para falar de cantoras bem sucedidas no cinema sem lembrar de Jennifer Hudson, que foi do oitavo lugar no American Idol a um Oscar por “Dreamgirls – Em Busca de Um Sonho”, onde dividiu a tela com outra popstar, Beyoncé Knowles, que ainda não conseguiu emplacar um grande papel. Justin Timberlake teve a metalinguagem a seu favor e entregou um ótimo desempenho como o criador do Napster em “A Rede Social”.

Cher dividia as meias arrastão dos anos 1980 com uma série de bons trabalhos em “Marcas do Destino”, “Silkwood” e “Feitiço da Lua”, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz. Outra diva, Diana Ross, chegou a ser indicada a melhor atriz por interpretar o ícone Bille Holiday. David Bowie não teve uma carreira tão extensa na tela grande, mas seus trabalhos em “O Homem Que Caiu da Terra” e “Labirinto” serão sempre lembrados.

E Mark Wahlberg, quem diria? Aposentou uma duvidosa carreira no hip hop para investir no cinema. Os nossos ouvidos agradecem. Falando em aposentar, Bjork (como todo mundo lembra) ficou tão traumatizada com “Dançando no Escuro” que resolveu ficar apenas na música mesmo. Uma pena. Eclipsada pelo furacão Madonna em “Evita” em 1996, Courtney Love foi brilhante sob a direção de Milos Forman em “O Povo Contra Larry Flynt”, naquele ano, e “O Mundo de Andy”, de 1999.

O mundo do rap também rendeu bons frutos ao cinema. Eminem pode até ter interpretado a si mesmo em “8 Mile”, mas não dá para negar a força do trabalho do rapper no drama dirigido por Curtis Hanson. Ludacris teve um bom 2005 com papeis em “Crash” e “No Ritmo de Um Sonho”. Enquanto isso, Ice Cube teve uma estreia promissora em “Os Donos da Rua”, de John Singleton, e seguiu entre tropeços como “Anaconda” e acertos como “Três Reis”. Ah, ano passado a história dele e dos rappers do NWA ganharam um ótimo filme, “Straight Outta Compton” – no drama, Ice T é interpretado por seu filho, o talentoso O´Shea Jackson, Jr.

Finalizo a lista com dois nomes “das antigas”. O “old blue eyes” Frank Sinatra teve um segundo ato na carreira com o trabalho de ator, enquanto o cantor de country Kris Kristofferson fez bons trabalhos em “Alice Não Mora Mais Aqui” e no terceiro remake de “Nasce Uma Estrela”, com Barbra Streisand.