Mais um capítulo dramático para a história de “The Man Who Killed Don Quixote”. Após conceder autorização para ser exibido no Festival de Cannes, o Tribunal de Apelações de Paris deu ganho de causa para o produtor português Paulo Branco sobre os direitos de comercialização da obra. As informações são do site Indiewire.

Segundo Branco, qualquer exploração comercial já feita do filme foi completamente ilegal e sem a autorização da produtora dele, Alfama Films. O cineasta Terry Gilliam e seus representantes não quiserem se pronunciar sobre a decisão judirical parisiense

Entenda o caso

O longa-metragem, considerado por muitos um projeto ‘maldito’, começou a ser rodado em 2000 e quase não teve a possibilidade de estrear devido a um conflito com o produtor português Paulo Branco.

Branco que comprou seus direitos de autor-diretor através de sua empresa Alfama Films. Em troca,tinha se comprometido, entre outras coisas, a manter a data da filmagem em outubro de 2016 e a respeitar as decisões artísticas de Gilliam. Mas durante a pré-produção, os muitos desacordos entre ambos levaram o produtor a suspender o início das filmagens. Gilliam então procurou a produtora espanhola Tornasol, e com ela filmou o longa-metragem entre março e junho de 2017, na Espanha e Portugal.

O diretor lançou um procedimento ante a Justiça francesa para anular o contrato de cessão de seus direitos em favor de Branco. Mas em 19 de maio de 2017, um tribunal de Paris se pronunciou em primeira instância em favor do produtor, embora tenha rejeitado seu pedido de parar as filmagens.

Este episódio judicial prolonga um pouco mais a “maldição” que atinge há quase duas décadas “O homem que matou Dom Quixote”. Em 2000, Gilliam teve que interromper a filmagem de sua adaptação livre da célebre obra de Miguel de Cervantes, com Jean Rochefort, Johnny Depp e Vanessa Paradis, devido a uma série de infortúnios, como inundações no set de gravação e uma hérnia de disco sofrida pelo já falecido ator francês. Ele tentou ressuscitar o projeto em várias ocasiões, deparando-se com a falta de financiamento, até conseguir filmar o longa no ano passado.