“Carol” chegou à temporada de premiações de 2016 como um grande concorrente. As presenças de Cate Blanchett e Rooney Mara aliada à temática de preconceito LGBT tinha tudo para conquistar estatuetas. O filme, entretanto, não vingou e, mesmo com seis indicações ao Oscar, ficou de fora das categorias de Melhor Filme e Direção com Todd Haynes e não teve chances de vencer nenhuma das categorias.

Dois anos depois, Cate Blanchett desabafou sobre o filme e acredita que a presença de Harvey Weinstein como produtor atrapalhou as chances do projeto. A presidente do júri da Palma de Ouro do Festival de Cannes deste ano lembrou que o executivo já havia tido problemas com Todd Haynes em “Eu Não Estou Lá”, a cinebiografia de Bob Dylan, ao não dar o apoio necessário ao longa.

“Fiquei desapontada quando Harvey entrou como produtor de “Carol”. Achava que ele não compreendeu ou deu o suporte necessário em “Eu Não Estou Lá”. Já havia algo de podre ao redor dele. Eu acho que a associação dele talvez não tenha ajudado o filme [nas bilheterias]”, afirmou Blanchett. Por outro lado, a atriz se disse surpresa pela quantidade de pessoas que a abordam para falar do filme, o que a leva a considerar que “Carol” deva ganhar o status de cult em alguns anos.

“Quando vou ao supermercado, as pessoas sempre chegam para falar de “Carol” muito mais do que qualquer outro longa que fiz. Se um filme não faz o sucesso necessário nas bilheterias, isso não significa que as pessoas não vão buscá-lo. Há muitas plataformas para as pessoas encontrarem filmes hoje a ponto de fazer com o senso de êxito de uma produção seja mais elástico”, explicou.

Sobre a situação envolvendo Harvey Weinstein e todas as acusações contra ele, Cate Blanchett defendeu a prisão do produtor. A australiana também revelou que já foi alvo dos ataques do produtor, mas, preferiu não entrar em maiores detalhes sobre o assunto.