Ah, 1988… Trinta anos atrás o mundo era mais simples. Foi neste ano que Osama Bin Laden fundou a Al Qaeda, sujeitos muito legais como Ronald Reagan e Augusto Pinochet estavam governando seus respectivos países, e José Sarney estava lá no Palácio do Planalto, mas o verdadeiro presidente do Brasil parecia ser mesmo o “dragão da inflação” – pois é, sou velho o bastante para me lembrar dessa expressão. Saudade daqueles tempos. Na cultura pop, Anos Incríveis divertia e emocionava a galerinha, que também podia ouvir um Guns n’ Roses ou um INXS para extravasar. No cinema, John McClane salvou aqueles reféns do Nakatomi Plaza, um garotinho quis ser grande e virou o Tom Hanks, o “Rain Man” ganhou Oscar e o Roger Rabbit teve aquele seu pequeno problema em Toontown.
Ah, e falando especificamente do cinema de terror, o Jason já havia começado a descer a ladeira, mas o Freddy Krueger estava firme e forte no estrelato. Por enquanto… Mais alguns anos e ele iria reservar uma tumba no cemitério pertinho da do seu colega de anos 1980.
Mas, como os filmes de terror não se resumem a eles, tivemos outras coisas legais em 1988. Então, sem mais delongas, vamos revisitar alguns trintões que ainda são muito queridos da galera que viveu aquela época. Filmes como…
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Palhaços Assassinos do Espaço Sideral
Virou um cult absoluto o filme dos irmãos Stephen e Charles Chiodo – foi até atração recorrente do programa Cine Trash na TV brasileira. É um filme de invasão alienígena, com uma pequena cidade norte-americana sendo atacada por ETs… que na verdade são palhaços deformados que usam armas que disparam pipocas e prendem os humanos em casulos de algodão-doce. É tudo muito trash e desmiolado, mas também estranhamente divertido. E não chega realmente a criar uma atmosfera de terror, embora a cena que revele o destino do xerife da cidade (o ator John Vernon) seja um pouco perturbadora. Apesar de até ter feito certo sucesso, nunca ganhou sequência e nem os irmãos Chiodo viraram grandes nomes. Mas o filme deles é tão bizarro e maluco que ainda vale a assistida. Bem, exceto para quem sofre de coulrofobia (medo de palhaços).
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Elvira, a Rainha das Trevas
Tal como Palhaços Assassinos, este também foi muito popularizado no Brasil pelas exibições na TV. Talvez mesmo seja um filme que fale bastante ao inconsciente brasileiro: afinal, a história da apresentadora de programas de terror na TV Elvira (vivida pela icônica Cassandra Peterson) que chega a uma cidadezinha para receber uma herança e choca aquela comunidade conservadora com seu jeito, suas roupas e seus… grandes atributos, se adapta bem para a nossa sociedade, que parece adorar repressão e libertinagem na mesma proporção. Mas divago… O fato é que o filme ainda é divertido, a personagem Elvira é bacana e sedutora e Peterson é uma simpatia só. Uma verdadeira estrela do gênero, e que soube se divertir com ele – ela ainda vive a Elvira e virou uma figura cultuada no mundo todo. E a cena da “dança dos peitos”? Totalmente inapropriada para exibição na Sessão da Tarde, mas que permanece na memória de muitos por aí…
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Brinquedo Assassino
Pois é, pessoal, o Chucky virou trintão. O primeiro filme com o personagem se tornou um sucesso que surpreendeu até o estúdio – especialmente quando saiu em vídeo – e marcou uma geração com sua trama com sabor de lenda urbana. Quando vimos o Chucky andar e falar pela primeira vez, o que vimos na verdade foi um triunfo dos efeitos práticos no cinema, e o trabalho com o boneco animatrônico, espertamente unido na montagem com um ou outro dublê e deixando coisas para a imaginação do público, envelheceu bem. Isso faz com que o longa do diretor Tom Holland – o mesmo do clássico oitentista A Hora do Espanto (1985) – ainda se sustente. Chucky voltou em várias sequências e de vez em quando até se fala em remake do filme original – sem computação gráfica, por favor. Mas nunca foi mais superstar do que no seu longa de estreia.
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A Bolha Assassina
Em se falando de filmes de terror americanos de 1988 e efeitos práticos, não dá para deixar de citar este, um exemplar ainda hoje divertido e empolgante do gênero. Refilmagem do filme B de 1958, a versão anos 1980 da história do organismo melequento que veio do espaço para devorar uma cidadezinha norte-americana foi atualizada pelo diretor Chuck Russell, que viria a fazer O Máskara (1994), e pelo roteirista Frank Darabont, que viria a ser indicado ao Oscar com Um Sonho de Liberdade (1994). Os dois capricharam nas cenas grandiosas e nojentas, muitas delas feitas com efeitos de maquiagem ainda hoje impressionantes, como esta
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Ficam aí essas dicas para quem quiser fazer uma visita ao terror de 1988. Recomendo que não se esqueçam da pipoca. O mundo era diferente há 30 anos, mas a gente se divertia.