Muitas vezes é tênue a linha entre homenagem e plágio… A decisão do Observatoire européen de l’audiovisuel adicionou lenha nessa fogueira ao se pronunciar a favor da ação de plágio movida pelo cineasta John Carpenter contra a Europacorp, produtora francesa de Luc Besson, responsável pelo filme “Sequestro no Espaço” (2012). O órgão francês considerou que “Sequestro” tinha muitas similaridades com o filme de Carpenter “Fuga de Nova York”, lançado em 1981, e deu ganho de causa ao cineasta americano.

“Sequestro no Espaço” trazia Guy Pearce como um ex-soldado forçado a se infiltrar numa prisão espacial para resgatar a filha do Presidente americano (Maggie Grace), prisioneira dentro da instalação. Já em “Fuga de Nova York”, Kurt Russell interpreta Snake Plissken, um ex-militar forçado a uma missão de resgate do Presidente americano, cujo avião foi derrubado dentro da Ilha de Manhattan, transformada numa super-prisão.

A corte francesa notou muitas semelhanças entre ambos os filmes além da sinopse, e não achou que a nova ambientação do filme de 2012 foi suficiente para diferenciar as duas produções. Inclusive, Carpenter e Russell fizeram uma continuação, “Fuga de Los Angeles” (1996), que também fazia uso da mesma premissa básica de “Fuga de Nova York”.

A Europacorp foi condenada a pagar 50.000 Euros para a produtora detentora dos direitos autorais sobre “Fuga de Nova York”, e 20.000 Euros para Carpenter e 10.000 Euros para Nick Castle, co-roteirista do filme de 1981. Atualmente existe um projeto de refilmagem de “Fuga de Nova York” e Carpenter possui um crédito de produtor-executivo neste novo projeto. Isso pode ter ajudado na sua decisão de processar a Europacorp: ele não precisa de outras “homenagens” (ou plágios) saturando o mercado por aí.