Banho de Cavalo, de Francis Madson e Michele Saraiva, é um curta atmosférico e experimental composto apenas de imagens e trilha sonora. Ao longo de cerca de cinco minutos, vemos imagens rurais típicas do interior, como um caminhão passando numa estrada e um barraco isolado no meio de um rio. Vemos também outras imagens, mais fortes ou mesmo bizarras, como a de homem de vestido andando num estábulo, um cavalo morto se decompondo, outro homem coberto de sangue e um rapaz correndo nu, numa estradinha de barro, debaixo de chuva. Sua correria é mostrada de trás para diante, como se ele não pudesse sair do lugar.

Já sobre o que essas imagens significam, o que significa o título do curta, e qual o impacto emocional que essas imagens pretendiam provocar… Tudo isso permanece nebuloso e provavelmente apenas os realizadores têm respostas para esses questionamentos. Como produto audiovisual, Banho de Cavalo é muito bem-feito: as poderosas imagens são bem captadas e a curiosa trilha sonora de Tuer Lapin, ora meio jazzística, ora mais bombástica, acaba sendo a maior qualidade do curta-metragem.

Mas embora se possa admirar as imagens e os sons de Banho de Cavalo, a experiência do curta é meramente estética, sem provocar emoções ou impacto no espectador. O resultado é sensorial e, ocasionalmente, bem forte, mas também um pouco vazio.