A primeira edição do curso “Pensamentos do corpo negro no audiovisual: uma crise estética”, ministrado por Lucas Lopes Aflitos, foi finalizada no sábado, 25/11, com a exibição do filme “Rye Lane: Um Amor Inesperado” e uma roda de conversa com a diretora e multiartista Keila Sankofa. Uma segunda edição do curso será realizada no início de 2024.

Realizado no Casarão de Ideias, Centro de Manaus, ao longo de três sábados do mês de novembro, os alunos do curso compreenderam mais sobre a crise de representação do corpo negro e sobre os estereótipos utilizados no audiovisual como forma de reforçar uma visão problemática sobre as pessoas negras. Além disso, no último dia, a roda de conversa com Keila Sankofa foi importante já que a artista compartilhou sua trajetória e processos artísticos com os alunos do curso.

Lucas Lopes Aflitos ministrou o curso ao longo de três sábados.

Para Lucas Lopes Aflitos, responsável pelo curso, a experiência supriu suas expectativas, já que estava ansioso sobre como a turma iria absorver e participar do diálogo que ele estava propondo com a temática do evento. “Alcançamos a meta e estou bastante satisfeito e ansioso para a próxima leva de aulas para o início de 2024”, ele comenta.

Já para quem participou das atividades, como Mário José, criador de conteúdo sobre cinema, o curso foi uma forma de conhecer mais sobre o corpo negro exibido no universo audiovisual, saindo de estereótipos e compreendendo mais sobre as dificuldades que artistas negros tem para conseguir papéis de destaque em produções como filmes, séries ou novelas. Sobre o curso, ele complementa: “então é muito importante ter esse conteúdo também, e divulgar um pouco mais, e ter uma nova visão sobre as produções: como pessoa negra, como quero ser retratado nas telas?”.

A Anna Gabriela foi uma das participantes.

Para Anna Gabriela, acadêmica de Direito, o curso foi bastante enriquecedor por aprender sobre assuntos que ainda não conhecia e trazê-los para a área que estuda. “Eu tento sempre procurar outros meios que não são aplicados na minha área acadêmica, porque entendo que a melhor coisa que eu posso fazer é tentar acessar novas visões e poder, depois, aplicá-las na minha área”.

Para Jéssica Valois, cofundadora do coletivo Ponta de Lança, que tem foco no registro e resgate de uma memória negra no Amazonas, o curso serviu como uma ponte para referências de diversas obras que também debatem e discutem a representação negra no audiovisual. “Eu acredito que vai cooperar no campo audiovisual, porque a gente vem fazendo, desde 2018, produções mais independentes, tentando conceber e promover esse processo de resgate e representação”, Jéssica completa.

Última aula contou com a presença de Keila Sankofa.

Este projeto foi contemplado pelo edital PROGRAMA MANAUS FAZ CULTURA 2023, da Prefeitura de Manaus, e atende ao Programa de Cultura Itinerante do município.