O diretor Paul Haggis tornou pública essa semana a sua insatisfação com a imprensa. O motivo? Segundo ele, os próprios jornalistas “blindam” o ator Tom Cruise ao evitarem perguntas sobre a religião do astro, a Cientologia. Haggis foi adepto da crença até 2009, e desde então é ferrenho crítico da religião, que é constantemente acusada de utilizar de assédio moral a técnicas de tortura para controlar seus membros. Cruise é um dos seguidores mais famosos da Cientologia, além de atuar como um porta-voz da crença ao redor do mundo.

Haggis acredita que a imprensa deve ao público explicações sobre o envolvimento do astro de “Missão Impossível” com a religião, apontada por muitos como uma seita perigosa. No documentário “Going Clear: Scientology and the Prison of Belief”, de Alex Gibney, Cruise se recusou a dar qualquer depoimento sobre o assunto. É sabido também que seus assessores proíbem à imprensa abordar questões pessoais e religiosas nas entrevistas para divulgação de filmes do ator.

“Os assessores dele são espertos”, disse Haggis ao The Daily Beast, “mas eu não entendo como um jornalista ainda pode se intitular jornalista se não tem coragem o suficiente para fazer uma pergunta sobre isso. O quão grande deve ser o elefante branco na sala até que alguém faça isso?”. O “elefante” a que Haggis se refere é o popular documentário de Gibney, lançado no início deste ano. “Se um jornalista concorda em não perguntar nada sobre isso, então ele é apenas um assessor. Que vergonha!“, disparou o diretor.

Cruise não tem se pronunciado sobre o assunto, mas outro astro adepto da Cientologia, John Travolta, falou numa entrevista recente que não experimentou nenhuma das chantagens ou torturas descritas no documentário, e que por isso não teria nada a declarar.