A polêmica sobre a escolha de “Pequeno Segredo” como filme escolhido para representar o Brasil no Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro segue quente. Em entrevista à Folha de São Paulo, o presidente da comissão, Bruno Barreto, defendeu a decisão do grupo e criticou a cineasta Carla Camurati e uma das sócias fundadoras do Grupo Estação, Adriana Rattes, pela ausência no dia da escolha final.

Bruno Barreto defendeu que a escolha de “Pequeno Segredo” foi feita de modo estratégico levando em consideração o corpo votante do Oscar. “A decisão de ser prático não é errada no Oscar. Os membros da Academia, que votarão no vencedor, são muitos e variados, mas, os que escolhem os cinco filmes que serão indicados são mesmo mais velhos. Existe, sim, um padrão”, declarou. O cineasta indicado ao prêmio por “O Que é Isso Companheiro?” descartou qualquer tipo de intromissão política na decisão. “Não houve agenda política. Discordo dessa paranoia toda”, afirmou.

Segundo Barreto, a ausência de Camurati e Rattes no dia da decisão afetou o resultado. O diretor explicou que “Aquarius” tinha quatro votos, incluindo das duas ausentes, “Pequeno Segredo” estava com o mesmo número e “Nise” com um, sendo que este último acabou migrando para o longa de David Schurmann. “A única coisa que me arrependo é não ter suspendido a reunião pela falta das duas”, admitiu Barreto.

A Folha de São Paulo informa que Rattes estava em viagem para o exterior, enquanto Carla Camurati perdeu a conexão do Rio de Janeiro para a capital paulista. “Foi um ato de displicência carioca da parte da Carla. Que pegasse um voo mais cedo! Respeito muito o trabalho das duas, mas hoje, muito menos do que eu respeitava antes, depois dessa”, afirmou Barreto.

Outra crítica feita pelo diretor foi quanto à desorganização: por ser presidente da comissão, Barreto era quem deveria fazer o anúncio para os jornalistas, porém, após ser informado que o comunicado sobre a decisão por “Pequeno Segredo” demoraria para ser feito, acabou sendo liberado. Ele declarou que somente soube do anúncio quando viu a notícia na Folha de São Paulo.