O pedido de falência do estúdio Weinstein Company não protege o ex-presidente de seu conselho Harvey Weinstein, que foi acusado de assédio e agressão sexual, disse um advogado da empresa à juíza Mary Walrath, do Tribunal de Falências dos Estados Unidos.

“Não estamos aqui para proteger Harvey Weinstein”, disse Paul Zumbro, , na terça-feira. “O pedido de falência (da Weinstein Company) não afeta de maneira nenhuma o direito de ninguém de buscar ações civis e criminais contra Harvey Weinstein”.

Weinstein, que cofundou a empresa com seu irmão Bob e chegou a ser um dos homens mais influentes de Hollywood, foi acusado de má conduta sexual, inclusive estupro, por mais de 70 mulheres. Ele diz não ter feito sexo não consensual com ninguém, e não ficou claro como suas supostas vítimas serão tratadas em um possível pedido de falência.

A Weinstein Company pediu falência no final da segunda-feira, depois de passar meses procurando um comprador ou investidor. A empresa de ações texana Lantern Capital concordou em livrar o estúdio da bancarrota comprando-o por 310 milhões de dólares, estabelecendo um piso para outros interessados em um leilão que será supervisionado por um tribunal e agendado para o segundo semestre.

A falência deterá as ações civis das vítimas contra a empresa, e qualquer alegação de má conduta sexual provavelmente só renderá indenizações depois que outros credores segurados forem pagos integralmente.

Uma proposta feita e depois cancelada por Maria Contreras-Sweet, ex-secretária do governo do ex-presidente norte-americano Barack Obama, incluiria um fundo de indenização de 80 milhões a 90 milhões de dólares que suplementaria qualquer pagamento de seguro que as vítimas recebessem.

Como parte do pedido de falência, a Weinstein Company disse ter liberado qualquer um “que tenha sofrido ou testemunhado qualquer forma de má conduta sexual de Harvey Weinstein” de acordos de sigilo.

A Weinstein Company, que conquistou 28 Oscars, possui uma biblioteca de filmes com 277 títulos que geraram mais de 2 bilhões de dólares em bilheterias no mundo todo.

da Agência Reuters