Se há um nome popular surgido nos cinema de Hollywood nos últimos 40 anos este é Tom Hanks. Capaz de agradar cinéfilos, críticos e o público médio, o ator se tornou uma unanimidade ao estrelar produções de alta qualidade com diretores do porte de Steven Spielberg, Robert Zemecski, Ron Howard e Jonathan Demme.

Quem lembra a carreira de Hanks marcada por personagens dramáticos nos últimos anos, nem imagina que o ator começou a se destacar nas comédias. Depois de estrear nos cinemas com o suspense “Trilha de Corpos” e fazer alguns séries de TV (“Happy Days” e “O Barco do Amor”), ele ficou conhecido ao protagonizar “Splash – Uma Sereia em Minha Vida”. Em seguida, vieram outros filmes do gênero como “A Última Festa de Solteiro” e “Um Dia a Casa Cai”.

Hanks, entretanto, não passava de um sujeito marcado por comédias adolescentes sem grande peso artístico. A imagem dele começou a mudar ao fazer “Quero Ser Grande”, sendo indicado pela primeira vez ao Oscar de Melhor Ator. Em 1990, o ator se aventurou no drama “A Fogueira das Vaidades”. Fracasso absoluto, o filme dirigido por Brian De Palma manchou a carreira de todos os envolvidos e Hanks somente não viu o ano ser pior, pois, fez “Joe Contra o Vulcão”, primeira parceira com Meg Ryan. A dupla ainda faria outros dois sucessos: “Sinfonia do Amor” e “Mensagem Para Você”.

“Filadélfia” fez Tom Hanks, finalmente, ser encarado como um ator de filmes dramáticos. A atuação de um advogado contaminado pelo vírus HIV o levou a vencer o primeiro Oscar da carreira. Não demorou para o astro ganhar a segunda estatueta dourada ao protagonizar o inesquecível “Forrest Gump”. Daí em diante, Hanks estrelou uma série de grandes produções: “Toy Story”, “Apollo 13”, “O Resgate do Soldado Ryan” “À Espera de um Milagre”, “Náufrago”. Na mesma época, ele dirigiu o primeiro longa-metragem da carreira: o simpático musical “The Wonders”.

Associado a Tom Hanks estava a imagem de bom moço e portador moderno do american way of life. Essa fama motivou o ator a estrelar um mafioso impiedoso em “Estrada Para a Perdição”. Apostas na comédia (“Matadores de Velhinha” e “O Terminal”), ação (“O Código Da Vinci” e “Anjos e Demônios”) e drama político (“Jogos do Poder”) marcaram um período de baixa do astro.

A década atual trouxe novo fôlego para o ator com participações em filme de diretores conceituados como Stephen Daldry (“Tão Forte e Tão Perto”), os irmãos Wachowski (“A Viagem”) e Paul Greengrass (“Capitão Phillips”). Os próximos filmes de Tom Hanks são “A Hologram for the King” (de Tom Tykwer), “Ithaca” (de Meg Ryan), “St. James Place” (de Steven Spielberg) e “O Símbolo Perdido”.

VEJA AS CINCO MELHORES ATUAÇÕES DA CARREIRA DE TOM HANKS:

Captain_Phillips5 – Capitão Phillips

Fazia tempo que Tom Hanks não lembrava aquele ator infalível do fim dos anos 90. Ele volta a brilhar com uma atuação no limite da tensão exigida pelo diretor Paul Greengrass. O duelo entre o astro mundialmente famoso ganhador de dois Oscars com o desconhecido Barkhad Abdi dá o tom de “Capitão Phillips”, sendo a última cena o resultado de toda a catarse produzida ao longo da história.


4 – Náufrago

O último grande filme da fase de ouro da carreira de Tom Hanks mostra um ator disposto a se entregar com todos os custos a um personagem. A perda de 30kg e o visual desgrenhado para fazer a segunda parte de “Náufrago” impressionam pela veracidade capaz de dar ao público a imersão ideal, conseguindo carregar o filme sozinho por quase 2 horas sem que se perca o interesse pelo exibido na tela.


3 – Quero Ser Grande

Primeira indicação de Tom Hanks ao Oscar, “Quero Ser Grande” é o grande momento da carreira cômica do ator. A cena do piano mostra o surgimento de um astro capaz de hipnotizar a plateia e com capacidade de alçar voos mais altos. O futuro iria comprovar a consolidação da grande revelação do cinema em 1988.


2 – Filadélfia

Se ainda hoje o vírus da Aids assusta, o medo da doença no começo dos anos 90 era algo ainda dantesco pela falta de maiores conhecimentos. O tema começou a ser debatido nos cinemas no excelente “Filadélfia”. Dirigido por Jonathan Demme, Tom Hanks se entrega de forma semelhante ao realizado em “Náufrago” e compõe um personagem em completa decadência física lutando pela dignidade nos últimos dias de vida.

forrest-gump-original1 – Forrest Gump – O Contador de Histórias

Qualquer ator menos talentoso teria tornado “Forrest Gump” em um sujeito insuportável. Tom Hanks consegue acertar o tom ao dosar a inocência com o bom coração do personagem a ponto de fazer o público a embarcar na história. Não apenas rendeu o segundo Oscar da carreira do astro como criou uma das personas mais populares e queridas da história do cinema.

O pior


Larry Crowne

Tom Hanks sempre deixou claro ficar à vontade com o rótulo de bom moço do cinema americano. Exceto por “Estrada Para a Perdição”, a carreira do ator está marcada por mocinhos e sujeitos de caráter enorme. “Larry Crowne” é o cúmulo desse ideal alimentado por décadas. A tentativa de levar uma mensagem de esperança para as milhões de pessoas prejudicadas pela crise econômica vivida pelos EUA passa do ponto ao tentar fazer o público engolir um personagem insuportável de tão certinho. A cena do protagonista com a turma de motoqueiros estalando os dedos é, no mínimo, constrangedora.