MELHOR CENA DO ANO PELO CINE SET

  1. Sequência final – “Whiplash”100 pontos
  2. Tempestade de Areia – “Mad Max – Estrada da Fúria”76 pontos
  3. Val na Piscina“Que Horas Ela Volta? 63 pontos
  4. A travessia do World Trade Center – “A Travessia”50 pontos
  5. Han Solo e Kylo Ren – Star Wars – O Despertar da Força”32 pontos


Caio Pimenta

  1. Apresentação final – “Whiplash”
  2. Irandhir Santos dança “Fala” – “A História da Eternidade”
  3. Avalanche – “Força Maior”
  4. Perda das dimensões – “Divertida Mente”
  5. Val na piscina – “Que Horas Ela Volta?
  6. Han Solo e Kylo Ren – “Star Wars – O Despertar da Força”
  7. Julgamento de Chatô no auditório de televisão – “Chatô”
  8. Chacina – “A Gangue”
  9. Nascimento de Kaguya – “O Conto da Princesa Kaguya”
  10. Steve Carell na frente da mãe durante treinamento – “Foxcatcher”

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Nada foi mais explosivo que o final de “Whiplash”. Nada foi mais poético que a câmera girando em torno de Irandhir ao som de Ney Matogrosso. Nada foi tão inesperado como as reações diante da morte em “Força Maior”. E a complexidade de um roteiro brilhante em uma animação para crianças vista na perda das dimensões em “Divertida Mente”?

Uma piscina e uma empregada doméstica bastaram para Anna Muylaert dar o recado certeiro no filme brasileiro mais importante de 2015. O momento “Império Contra-Ataca” marcou a maior bilheteria do ano e gritos de ‘Não pode ser’ ecoando nos cinemas mundiais. Guilherme Fontes fez o que a maioria das cinebiografias não tem: coragem.

O ucraniano “A Gangue” é encerrado de maneira dura e chocante, enquanto o oposto é visto em “O Conto da Princesa Kaguya”. Por fim, Steve Carell mostra quão grande é ao mesclar humor e drama.

Camila Henriques
  1. Escapada + tempestade de areia – “Mad Max: Estrada da Fúria”
  2. Rey usa a Força e pega o sabre de luz dos Skywalker – “Star Wars: O Despertar da Força”
  3. Whatney começa a se preparar para voltar à Terra ao som de “Starman” – “Perdido em Marte”
  4. Bingbong diz “adeus” – “Divertida Mente”
  5. A apresentação final – “Whiplash”
  6. A travessia do World Trade Center – “A Travessia”
  7. Val entra na piscina – “Que Horas Ela Volta?”
  8. O Tiranossauro Rex salva o dia – “Jurassic World”
  9. Riggan é atormentado pelo alter-ego e voa – “Birdman”
  10. O filme final – “Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer”

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Em um ano onde os blockbusters foram as grandes surpresas, nada mais justo que coroar algumas cenas vindas desses filmes. Em 2015, vimos George Miller desafiar as probabilidades e entregar, aos 70 anos, uma série de sequências eletrizantes e cheias de ousadias estéticas em “Mad Max”. O ápice emocional de Furiosa emocionou, mas o que ficou na cabeça mesmo foi a escapada inicial de Max e companhia.

O filme mais esperado do ano – “O Despertar da Força” – não decepcionou e trouxe um equilíbrio (hã hã) entre nostalgia e novidade e o momento que sintetiza isso é aquele em que Rey usa a Força e pega o sabre de luz de Luke Skywalker para duelar com Kylo Ren. Outro momento de emocionar foi a sequência em que a Nasa se prepara para a missão de resgate a Mark Whatney, ao som da linda “Starman”, de David Bowie.

Com a despedida de Bing Bong em “Divertida Mente”, a Pixar fez todo mundo chorar e lembrar do amiguinho imaginário que um dia já teve. O fim apoteótico de “Whiplash” e a travessia de, bem, “A Travessia” nos deixaram na ponta da cadeira, enquanto que Val nos fez vibrar ao finalmente entrar na piscina em “Que Horas Ela Volta?”.

Corridas de salto alto à parte, o fim de “Jurassic World” mostrou quem manda ao colocar o Tiranossauro Rex de “Jurassic Park” contra a temida nova atração do parque. Já “Birdman” mostrou uma eletrizante luta entre Riggan e seu alter-ego em plena Nova York. “Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer” empolgou com suas referências a filmes, principalmente ao final com uma projeção com toques de “Persona”.

Danilo Areosa
  1. Clímax final – “Whiplash”
  2. A travessia de Philippe Petit – “A Travessia”
  3. Sequência da tempestade de areia – “Mad Max – Estrada da Fúria”
  4. Val e a piscina – “Que Horas Ela Volta?”
  5. Sequência de abertura – “Corrente do Mal”
  6. Tiro ao alvo com retratos dos presidentes – “Leviatã”
  7. Bill Hader e Kristen Wiig cantando “Starship” – “Irmãos Desastres”
  8. Briga de Colin Firth na igreja – “Kingsman”
  9. Reencontro de Dell e Sthep no Trem – “Eu Estava Pensando Justamente em você”
  10. Cena final – “Chatô – O Rei do Brasil”

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É difícil não suar, ficar angustiado ou impactado com a sequência final de Whiplash. Chazelle consolida nesta cena a essência da sua narrativa sobre as obsessões dos seus personagens com os aspectos técnicos, no caso, uma montagem exímia e um trabalho de som primoroso. Um final cheio de fúria e cinema de puro deleite estético. Zemeckis, por sua vez, mostra em A Travessia a razão da existência do cinema como ferramenta de imaginação para realização dos sonhos e o motivo que algumas obras são obrigatórias serem assistidas na tela grande na bela sequência que dá o título ao seu trabalho.

Mad Max – Estrada de Fúria, por si, só poderia compor diversas cenas desta lista, muito pelo talento de George Miller em encenar as ótimas sequências de ação, mas ele atinge a perfeição na insana perseguição durante uma tempestade de areia. Cenas simbólicas, quando bem conduzidas, geram momentos reflexivos. Em Que Horas Ela Volta?, o simbolismo da libertação de Val de extravasar seus sentimentos é catarse pura na sequência da piscina.

Bons filmes de terror, a meu ver, precisam de uma abertura inquietante e tensa. E é exatamente isso que David Robert Mitchell proporciona logo no início de Corrente do Mal, uma sequência de dar nos nervos de assustadora. Em Leviatã, o momento em que diversos personagens atiram nos retratos dos presidentes indica uma crítica cínica de Andrey Zvyagintsev em relação a uma Rússia contaminada pela corrupção que afeta todas as camadas da sociedade.

Irmãos Desastres está longe de ser uma maravilha, mas a sequência em que a dupla Hader e Wiig encena a música Starship de Journey é extremamente cativante e deliciosa. Já quando se fala em diversão, não tem como esquecer a cena delirante de Colin Firth detonando inimigos em uma igreja ao som de Free Bird do Lynyrd Skynyrd em Kingsman – Serviço Secreto. Amores e trem sempre ganham contornos românticos, mas Sam Esmail adiciona melancolia e um toque surreal em Eu Estava Pensando Justamente em Você no reencontro de Dell e Steph. E por fim, não há nada mais politicamente incorreto ou calhorda do que a última cena de Chatô – O Rei do Brasil. Você pode até odiar Guilherme Fontes, mas ele merece respeito pelo quanto ele foi ousado.

Gabriel Oliveira
  1. Val entra na piscina – “Que Horas Ela Volta?”
  2. Furiosa usa o ombro de Max como apoio para atirar – “Mad Max: Estrada da Fúria”
  3. O último embate musical entre Andrew e Fletcher – “Whiplash – Em Busca da Perfeição”
  4. A ponte (e o que acontece nela) – “Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força”
  5. A Tristeza salva Riley – “Divertida Mente”
  6. A “deusa” dança – “A Pele de Vênus”
  7. O pai de Adi esquece onde está – “O Peso do Silêncio”
  8. A dança inesperada – “Ex Machina: Instinto Artificial”
  9. A tensa abertura – “Corrente do Mal”
  10. A sequência da igreja – “Kingsman: Serviço Secreto”

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Talvez as minhas melhores cenas eleitas em 2015 não sejam tão contundentes quanto as do ano anterior, mas cada uma se destaca, a seu modo, seja pela estética, pelo impacto emocional, ou pela combinação efetiva dos dois. No topo da lista, o momento em que Val, a empregada doméstica vivida por Regina Casé em Que Horas Ela Volta?, entra na piscina pela primeira vez em pelo menos dez anos de trabalho, é uma revolução silenciosa e poética; assim como Max oferecendo seu ombro de apoio para Furiosa é um momento-chave que reconhece o protagonismo da personagem feminina mais badass do ano – isso num filme que, por si só, já é uma grande e inesquecível cena de perseguição pelo deserto.

Nos lugares seguintes da lista, estão toda a tensão de 15 minutos de muita bateria (agora no tempo certo) em Whiplash; o desolador destino de um certo personagem no novo capítulo de Star Wars; o tocante momento em que Riley chora em Divertida Mente, lembrando-nos da complexidade de nossas próprias emoções; e mais um momento de representatividade feminina em alto estilo com a dança de Emanuelle Seigner no fim de A Pele de Vênus. Entre os momentos bizarros, estão outra dança, desta vez de Oscar Isaac em Ex Machina, e o apuro estético, sangrento e imoral da cena da igreja em Kingsman. Por fim, a tensa e aterrorizante abertura de Corrente do Mal, e o pesado baque emocional do momento em que o pai de Adi, protagonista do documentário O Peso do Silêncio, esquece sua própria identidade e onde está – mais uma vítima das perdas irreparáveis e silenciadas da ditadura militar na Indonésia.

Menções honrosas: Rey invoca o sabre de luz de Luke Skywalker em Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força; a perseguição no esgoto e a reviravolta no momento de uma execução em Jogos Vorazes: A Esperança – O Final; a eficiente sequência de abertura de Ponte dos Espiões; e a desconstrução visual do nível subatômico em Homem-Formiga.

Ivanildo Pereira
  1. Cena final – “Whiplash”
  2. Phelipe Petit atravessa o cabo entre as Torres Gêmeas – “A Travessia”
  3. Max diz a Furiosa “Meu nome é Max” – “Mad Max: Estrada da Fúria”
  4. Han Solo e Chewie entram em cena na Millennium Falcon – “Star Wars: O Despertar da Força”
  5. Tom Cruise agarrado do lado de fora do avião – “Missão Impossível: Nação Secreta”
  6. Cena da piscina – “Que Horas Ela Volta?”
  7. Luta final entre Homem-Formiga e Jaqueta Amarela – “Homem-Formiga”
  8. Agu mata pela primeira vez – “Beasts of No Nation”
  9. Michael Keaton “guincha”, fala com o herói e sai voando – “Birdman”
  10. Morte de Kim Jong-un – “A Entrevista”

MENÇÕES HONROSAS:

A aparição da mulher na cozinha –  Corrente do Mal”
Massacre na igreja – “Kingsman: Serviço Secreto”

MENÇÃO (DES)HONROSA: Bryce Dallas Howard foge do T-Rex de salto alto no final – “Jurassic World”

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Estas foram para mim as cenas mais representativas, importantes e emocionantes de 2015. Algumas foram escolhidas pelo impacto, outras por serem impressionantes tecnicamente e o décimo-lugar, por ter sido talvez a mais importante do ano – afinal, o filme, e a cena em particular, praticamente foram os responsáveis por todo o ano infernal de um estúdio, no caso, a Sony Pictures. E o primeiro lugar foi o mais satisfatório e bem construído momento cinematográfico do ano que passou, além de ser um prodígio de montagem e de som.

Lucas Jardim
  1. Alegria descobre o sentido da Tristeza – “Divertida Mente”
  2. Luta entre Max e Furiosa – “Mad Max: Estrada da Fúria”
  3. Han Solo e Kylo Ren – “Star Wars: O Despertar da Força”
  4. Saída do funeral de Amy Winehouse – “Amy”
  5. Performance de “Fala” – “A História da Eternidade”
  6. Val na piscina – “Que Horas Ela Volta?”
  7. Travessia do World Trade Center – “A Travessia”
  8. Reviravolta final – “Jogos Vorazes – A Esperança: O Final”
  9. Missão de 007 no México – “007 Contra Spectre”
  10. Ethan Hunt se pendura em um avião – “Missão Impossível: Nação Secreta”

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2015 teve sua cota de filmes de ação com cenas memoráveis. Personagens estabelecidos como 007 e Ethan Hunt brilharam em momentos de pura destreza técnica, e queridinhos do público, como Han Solo, tiveram seu lugar ao sol dramático. O cinema nacional também mostrou força em filmes delicados, com uma boa dose de cenas sutis, mas potentes: a performance que o personagem de Irandhir Santos faz de “Fala”, dos Secos e Molhados, em “A História da Eternidade”, é arrebatadora, por exemplo.

Nenhum desses filmes obteve, no entanto, a precisão do momento em que a Alegria descobriu o sentido da Tristeza na animação “Divertida Mente” – uma cena desprovida de palavras, em que a Pixar nos relembra a dor das decepções da infância.

Renildo Rodrigues
  1. Riggan enrosca a roupa na saída do teatro – “Birdman”
  2. Primeira perseguição à Imperatriz Furiosa – “Mad Max: Estrada da Fúria”
  3. Reencontro erótico entre Doc e Shasta – “Vício Inerente”
  4. Despedida da Terra – “O Conto da Princesa Kaguya”
  5. Apresentação de Neiman à banda de Fletcher – “Whiplash: Em Busca da Perfeição”
  6. Revolta de Ava – “Ex Machina: Instinto Artificial”
  7. Chris tem de decidir sobre atirar numa criança – “Sniper Americano”
  8. Kurt tenta cortar o cabelo da filha – “Cobain: Montage of Heck”
  9. Du Pont comemora com seu perturbado time – “Foxcatcher”
  10. Alice deixa cair os papéis do discurso – “Para Sempre Alice”

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Afinal, 2015 tem, sim, muita coisa boa pra rememorar. Um ano particularmente fértil para o cinema americano, com bilheterias surpreendentes e astronômicas tanto nos filmes óbvios e chinfrins (Jurassic World, péssimo) quanto em coisas absolutamente sui generis e criativas (Mad Max: Estrada da Fúria). Entre as melhores cenas de 2015, este último, junto com o magnífico Birdman, de Alejandro Iñarritú, é quase um capricho: os filmes são, inteiros, uma grande e alucinada sequência, donde se poderia eleger cenas maravilhosas do início ao fim.

Entre os demais highlights, a cena febril e sensualíssima entre Katherine Waterston e Joaquin Phoenix (Vício Inerente); o verdadeiro soco no estômago que é Princesa Kaguya; a inteligência de Ex Machina; o retrato íntimo e devastador do vício em drogas de Cobain: Montage of Heck; e a intensidade aterrorizante de Steve Carell, que eleva (e muito) Foxcatcher a cada vez que aparece.


COMO FUNCIONA O SISTEMA DE PONTUAÇÃO DO CINE SET:

Cada um dos sete críticos do Cine SET elegem o seu ‘TOP 10′. Critério leva em conta filmes lançados no circuito comercial do Brasil entre 1o de Janeiro e 31 de Dezembro de 2015.

Para cada lista, fizemos a pontuação semelhante à da Fórmula 1:

1º lugar – 25 pontos

2º lugar – 18 pontos

3º lugar – 15 pontos

4º lugar – 12 pontos

5º lugar – 10 pontos

6º lugar – 8 pontos

7º lugar – 6 pontos

8º lugar – 4 pontos

9º lugar – 2 pontos

10º lugar – 1 ponto

Depois, tudo é somado e chegamos ao resultado final!