Allan Gomes está de volta à direção de projetos audiovisuais em 2015 com o curta-metragem “Gritos da Noite”. Projeto com roteiro de Zeudi Souza está engavetado há 10 anos e deve começar a sair do papel com o inicio das gravações previsto para a último semana de maio. Elenco será selecionado já em fevereiro.

“Gritos da Noite” traz a história dos amigos Lucas, Marcela e André, jovens da classe média de Manaus que resolvem passar um final de semana no sítio dos avós de André. O trio se depara com uma estranha manifestação no local e reagem com arrogância aos avisos de um mateiro da região que procura ajudá-los. Daí por diante, o suspense somente se eleva.

allan gomes cinema amazonenseSem comandar um projeto audiovisual como diretor desde 2011, Allan Gomes se mostra empolgado com a possibilidade de rodar “Gritos da Noite”. “Sempre achei esse roteiro muito bom e sabia que tinha potencial de ter um resultado final de qualidade. Quando escrevemos e algumas pessoas leram em 2005, fizeram comparações com ‘A Bruxa de Blair’, mas acho que hoje em dia já estamos distantes o suficiente pra que não associem qualquer ‘suspense no mato’ com a Bruxa”, afirmou.

Allan Gomes trabalha com a ideia de lançar o projeto em setembro por conta dos editais vencidos pelo filme para a captação de verbas, porém, cogita a possibilidade de estender o prazo. “Não temos pressa com o ‘Gritos da Noite’. Se ele exigir que eu entre com uma solicitação de prorrogação, farei. Para um projeto que está completando dez anos desde a sua concepção, mais alguns meses não seria problema”, afirma o diretor, salientando essa chance pelo fato de buscar cuidado extremo na qualidade final do projeto.

Bukowski em mente

O suspense “Gritos da Noite” não será o único projeto de Allan Gomes para 2015 no audiovisual. Outro curta previsto para chegar às telas neste ano será uma adaptação do conto “O Espremedor de Culhões”, do escritor alemão Charles Bukowski.

Segundo Allan Gomes, o roteiro do filme está pronto para ser gravado à espera de encontrar um parceiro para que seja desenvolvido. “Acho que ele traz alguns dos principais elementos do Bukowski pra fazer uma forte crítica social. Tem a crueza, o absurdo, os anti heróis fracassados”, afirma.

Com a carreira marcada por trabalhos no NAVI/UFAM, Coletivo Difusão e participação em curtas-metragens locais – diretor de produção em “Geyzislaine, Meu Amor”, assistente de direção em “Assim” e “Catunda”, Allan Gomes afirma que o processo de amadurecimento dele no audiovisual “abrange diferentes linguagens, atuação em outros segmentos, experiências profissionais diversas”.

Apesar de não saber quanto disso será decisivo para os resultados dos projetos para 2015, o diretor aponta caminhos capazes de aprimorar sua forma de trabalhar. “Talvez o que possa influenciar mais seja o que eu tenho consumido, tanto de audiovisual, quanto de arte em geral. Tenho lido mais quadrinhos que antes, assisto mais séries, e acho que isso pode marcar de uma maneira bem forte a questão do ritmo que quero imprimir pra trama”, finaliza.