O ator Dustin Hoffman foi alvo nesta sexta-feira (8) de uma nova acusação de assédio sexual. Desta vez, a atriz Kathryn Rossetter afirmou que o caso ocorreu quando os dois atuavam na peça “A morte de um caixeiro viajante”, na Broadway, em 1983. Em texto publicado na revista “The Hollywood Reporter”, ela escreve que o ex-colega “abusa de seu poder e é um porco com as mulheres”.

A produtora Anna Graham Hunter e a roteirista Wendy Riss Gatsiounis já havia feito denúncias semelhantes contra o ator, que tem 80 anos.

Sobre a alegação de Kathryn Rossetter, o editor da “Hollywood Reporter” informa que representantes de Hoffman se negaram a comentar a acusação, mas advogados dele colocaram a revista em contato com pessoas que faziam parte daquela montagem. Essas pessoas disseram não se lembrar de qualquer episódio envolvendo assédio e questionavam o relato (leia a nota abaixo).

Kathryn afirma que estava em início de carreira e que seu trabalho dos sonhos logo se tornou “uma experiência horrível, desmoralizante e abusiva nas mãos (litearalmente) de um de meus ídolos”. Na montagem, a atriz interpretava a amante de Hoffman.

De acordo com ela, o ator começou convidando-a para ir ao quarto de hotel em que estava hospedado e pedindo uma “massagem nas costas”. A partir daí, seu padrão de comportamento teria ficado cada vez mais inapropriado.

Kathryn descreve ainda que o assédio se repetiu em cena (“de seis a oito apresentações por semana”). A atriz alega que teve os seios apalpados e que Hoffman colocava as mãos na parte interna das coxas dela.

“Eu não podia falar para ele naquele momento porque eu estava com o microfone ligado. Ele continuava fazendo, e foi ficando mais e mais agressivo. Numa noite, ele na verdade começou a enfiar os dedos em mim. Noite após noite, eu voltava para casa e chorava. Eu me afastei e fiquei deprimida e não me relacionei com ninguém mais no elenco.”

A atriz conta que foi assediada em eventos públicos. Na descrição dela, Hoffman era “habilidoso” e evitava ser gravado ou visto cometendo o suposto crime. Kathryn escreve que, certa vez, ficou irritada e apertou a região genital do ator. O gesto foi flagrado por um fotógrafo e depois saiu na revista “Playboy” com a seguinte legenda: “A ressurreição do caixeiro viajante”.

No fim do artigo, ela conclui: “Eu continuo lendo elogios que se derramam sobre ele [Hoffman]: ‘generoso com quem comete erros, gentil, o melhor homem com quem trabalhar’. ‘Mulheres são excessivamente sensíveis a piadas sujas’. ‘Acalmem-se, senhoras, etc.’. Não há como negar que aprendi com ele uma quantidade enorme de coisas a respeito de atuação. Ele foi generoso nos muitos presentes que nos deu e nas muitas festas que arrumou. Ele pode fazer isso tudo e ainda ser um homem que manipula, abusa do poder e é um porco com as mulheres. Essas coisas não são mutuamente excludentes”.

Ao final do texto de Kathryn Rossetter, há uma nota do editor da “Hollywood Reporter” que diz:

“Quando lhes foi solicitado que negassem ou comentassem as alegações de Rossetter, representantes de Hoffman se negaram a oferecer uma declaração. Mas seus advogados colocaram a ‘Hollywood Reporter’ em contato com muitas outras pessoas que trabalharam em ‘A morte de um caixeiro viajante’, [elas] não se lembram de testemunhar qualquer conduta descrita por Rossetter e questionam o relato. Essas pessoas incluem Lee Gottsegen, cunhado de Hoffman, as atrizes Anne McIntosh, Debra Mooney e Linda Hogan, os atores Michael Quinlan e Andrew Bloch e o gerente de palco e produção Tom Kelly. ‘Isso simplesmente não soa verdade’, diz Kelly. ‘Dada a minha posição, é um insulto dizer que esse tipo de atividade iria continuar até o ponto da violência sexual'”.

do site G1