A quarta edição do Festival Olhar do Norte será palco de exibição de premiados e importantes longas-metragens nacionais ainda inéditos em Manaus. Caberá ao pernambucano “Rio Doce” e ao roraimense “Por Onde Anda Makunaíma?”, respectivamente, serem os filmes de abertura e encerramento do evento no Teatro Amazonas.

Previsto para ser exibido a partir das 20h na sexta-feira (21), “Rio Doce” acompanha a história de Tiago, interpretado por Okado do Canal. Pressionado por dores nas costas e com falta de dinheiro constantemente, ele vive um encontro que vai remodelar tudo o que sabia do próprio pai, fazendo com que uma crise ao seu modo de ser aconteça. Dirigido e roteirizado pelo estreante em longas Fellipe Fernandes, a produção foi a grande vencedora da décima edição do Olhar de Cinema (Festival Internacional de Curitiba) em 2021.

O diretor Fellipe Fernandes é um realizador e jornalista nascido no Recife, no ano de 1988. Trabalhou como assistente de direção de cineastas como Kleber Mendonça Filho, Tavinho Teixeira e Renata Pinheiro. Seu primeiro curta-metragem como diretor e roteirista, “O Delírio é A Redenção dos Aflitos”, estreou na Semana da Crítica do Festival de Cannes de 2016. Em 2019, seu segundo curta, “Tempestade”, estreou na Mostra de Cinema de Tiradentes. “Rio Doce” é seu primeiro longa-metragem.

Antes da cerimônia de premiação na noite de segunda-feira (24), o público do Festival Olhar do Norte terá a oportunidade de assistir a “Por Onde Anda Makunaíma?”. A obra faz um resgate histórico e cultural daquele que é o personagem ficcional mais identificado com um certo jeito de ser brasileiro. A começar por Makunaima, mito de origem de etnias da tríplice fronteira Brasil-Venezuela-Guiana, registrado em livro pela primeira vez no início dos anos de 1910, pelo etnólogo alemão Koch-Grünberg.

É ele quem faz a ponte entre o extremo norte da América do Sul com o Brasil não-indígena, por meio de Mário de Andrade, célebre autor da rapsódia Macunaíma, o heroi sem nenhum caráter, de 1926. Em 1969, Joaquim Pedro de Andrade lança a sua versão dessa história, o filme mais censurado do Cinema Novo. Em 78, Antunes Filho leva Macunaíma para o teatro. Em 1983, Macunaíma volta para o cinema como Exu-Piá, de Paulo Veríssimo, filme selecionado para o Festival de Berlim em 1985, mas não exibido. Com depoimentos em português, alemão, espanhol, macuxi e taurepang, o filme retorna a esse personagem que já nasce múltiplo e segue contemporâneo.

Dirigido por Rodrigo Séllos e com produção da Platô Filmes com coprodução da Boulevard Filmes, o documentário roraimense traz depoimentos de Joana Fomm, Luiz Carlos Barreto, Paulo José, Milton Gonçalves, Antunes Filho, entre outros. “Por Onde Anda Makunaíma?” ganhou o prêmio Candango de Melhor Filme no Festival de Brasília em 2020, o prêmio do júri no 25º Inffinito Brazilian Film Festival, em Miami, e ainda foi selecionado para a Mostra Competitiva do Festival de Cinema Latino Americano de Havana.

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