O fotógrafo Jimmy Christian está investindo cada vez mais no cinema. Após comandar o documentário “Bodó de Farinha”, selecionado para a Mostra do Cinema Amazonense, ele prepara o novo filme da carreira: o suspense “Mawé”. As gravações estão em andamento desde o ano passado com elenco formado por Fidélis Baniwa, Suzana Perrone, Artur Mamede e Vanessa Pimentel.

“Mawé” traz a história do indío Saterâ (Baniwa) que sai de sua tribo e vem para a cidade de Manaus, onde se apaixona pela bela modelo Luciana Gouvêa. O amor platônico leva o indígena a sequestrar a moça, tendo uma relação de amor e ódio. Segundo Jimmy Christian, a trama aborda assuntos como tráfico de órgãos e pessoas desaparecidas. Ainda sem data definida de lançamento, a obra conta com experientes nomes da fotografia amazonense na equipe de produção como, por exemplo, o diretor de fotografia Orlando K. Júnior, Bruno Kelly, Michael Dantas, Fernando Crispim no trabalho de som e montagem, e o experiente César Young Blood na maquiagem.

“A princípio escrevi esse roteiro quando eu estava estudando cinema em Brasília. Era pra ser um curta, mas o roteiro foi tomando forma e se tornou um longa. No começo, pensei em uma ideia que pudesse ser filmável com baixo orçamento. Foi quando li “O colecionador” de John Fowles, nada mais barato do que um cativeiro. Então me inspirei no cinema marginal underground, quadrinhos europeus e art pop, quase o mesmo que o Tarantino faz:  disco de vinil, carrões muscle car, fotos Polaroid, mas tudo com característica de cinema brasileiro ou, melhor, amazonense. Misturo rituais indígenas tribais e o urbano de Manaus”, afirma Jimmy.

Para Jimmy Christian, a ficção traz uma outra janela de exibição com diferente tipo de montagem em relação ao documentário. “É uma coisa mais planejada. Realmente você tem que dirigir, precisa de uma equipe maior, produzir mesmo, demandar, montar a história. No documentário, a história já está ali”, disse.

Apaixonado confesso por cinema e fã da produção americana e do mestre do suspense Alfred Hitchcock, ele revelou o que levou a dirigir filmes: “A ideia de investir nesta área aconteceu após perceber que ninguém consegue ver uma fotografia por mais de um minuto ou até menos. No cinema, podemos fazer com que as pessoas fiquem sentadas na poltrona por até duas horas. Essa é uma novidade na minha carreira que, estou achando muito difícil de fazer, mas extremamente gratificante.