Hildur Guðnadóttir. Talvez o nome mais complicado desta temporada de premiações leva o Oscar de Melhor Trilha Sonora por “Coringa”. Essa é a primeira indicação desta sueca de apenas 37 anos. Nesta temporada de premiações, ela já tinha o Globo de Ouro e o Bafta.
Esta é a primeira vez em que uma mulher em Melhor Trilha Sonora desde que terminou a divisão entre comédias e dramas no Oscar. As duas únicas compositoras premiadas antes na categoria foram a Rachel Portman, de “Emma”, e a Anne Dudley, por “Ou Tudo ou Nada”.
A participação da Hildur em “Coringa” foi diferente do habitual que se faz em Hollywood.
Após fechar o roteiro, o Todd Phillips mandou para a Hildur e pediu que ela enviasse uma música que representasse o sentimento que ela tinha. A partir daí, os dois foram trabalhando juntos desde o processo de pré-produção e a trilha se juntando à identidade do que pretendia a trama, em uma criação orgânica. Durante as filmagens, o Joaquin Phoenix e a equipe escutavam as sombrias composições da Hildur para entrar ainda mais no personagem.
Segundo a Hildur, há uma relação entre o uso do violoncelo com a nossa empatia pelo personagem inversamente proporcional ao papel da orquestra e do lado sombrio do protagonista que vão ganhando espaço ao longo da trama.
Além do “Coringa”, a Hildur colecionou merecidamente prêmios também pela trilha de “Chernobyl”. Eu só fico com pena do Thomas Newman, compositor de “1917”. Ele estava concorrendo pela décima-quinta vez e nunca vez. Para você ter uma ideia, isso é a soma das derrotas da Glenn Close e Amy Adams juntas e ainda sobram mais duas indicações. Não tá fácil a vida dele não.