Ao longo de 71 edições, as mulheres cineastas tiveram uma participação limitada no Festival de Cannes.

Dos 268 cineastas cujos filmes levaram os principais prêmios do festival (nos últimos anos, a Palma de Ouro, o Prêmio do Júri e o Grande Prêmio), 11 eram mulheres, ou seja, 4% do total, segundo uma contagem da AFP.

A neozelandesa Jane Campion é a única a ter levado a Palma de Ouro, com “O Piano” (1993), além de ter obtido o prêmio de melhor curta-metragem por “Peel” (1982).

Só mais uma mulher conta com dois grandes prêmios: a iraniana Samira Majmalbaf, que recebeu o Prêmio do Júri em 2000 (“O Quadro Negro”) e em 2003 (“Às Cinco da Tarde”).

A última laureada foi a italiana Alice Rohrwacher, Grande Prêmio em 2014 por “As Maravilhas”.

Quanto aos prêmios de melhor direção e melhor roteiro, há quatro mulheres entre 111 vencedores em mais de 70 anos, ou seja, 3,5%.

E metade destas recompensas foram atribuídas no ano passado: a americana Sofia Coppola, como melhor diretora por “O Estranho que Nós Amamos”, e a britânica Lynne Ramsay, com o melhor roteiro por “You Were Never Really Here”.

Indicações

Poucos prêmios significam também poucas indicações.

Entre os mais de 1.780 cineastas cujos filmes foram selecionados desde 1946, há 83 mulheres (4,7%).

Este ano três mulheres, entre 18 cineastas, competirão na seleção oficial, o que confirma a tendência dos últimos quatro anos: uma diretora para cada sete diretores.

Mas em seleções relativamente recentes, como 2012 e 2010, só havia filmes dirigidos por homens.

O Festival argumenta, em sua defesa, que a seleção oficial é apenas um reflexo da baixa representação das mulheres na direção de filmes.

Cate BlanchettJúri

Este ano, a atriz australiana Cate Blanchett estará à frente do júri, sendo a 12ª presidenta em 71 edições e a primeira desde Jane Campion, em 2014.

No total, houve 166 mulheres entre os 738 membros que integraram todos os júris, ou seja, mais de uma em cada cinco.

Desde 2013, há uma quase paridade no júri, composto por nove membros.

Em duas edições as mulheres estiveram em maior número que os homens (2009 e 2014), e em outras duas estiveram ausentes (1947 e 1954).

da Agência France Press