Rogue One: Uma História Star Wars pode estar numa galáxia muito, muito distante, mas já está mais próximo do que a gente imagina. Com estreia marcada para 15 de dezembro, o filme chega em breve para preencher o vazio dos nossos corações enquanto esperamos o Episódio VIII.

Mesmo com sua dose de segredos bem guardados, o nível de mistério de Rogue One ainda é bem menor do que o de O Despertar da Força, e toda semana surge uma novidade aqui e ali. Por isso, entre notícias e boatos, o Cine Set preparou um “resumão” de tudo que sabemos de importante sobre o filme até agora, e o que podemos esperar vindo por aí.

Afinal, sobre o que é Rogue One?

Jyn Erso (Felicity Jones) em Star Wars: Rogue One

Jyn Erso é a protagonista da vez

Embora a sinopse oficial faça questão de deixar tudo bem vago, boa parte da trama principal e seus personagens já estão bem delineados. Cronologicamente, a história de Rogue One se passa entre o Episódio III – A Vingança dos Sith e pouco antes do Episódio IV – Uma Nova Esperança, acompanhando o grupo de rebeldes responsáveis por roubar os planos da Estrela da Morte, que ajudariam Luke, Leia e cia., no primeiro filme da saga, a destruir a arma.

Esse grupo é liderado pela impetuosa Jyn Erso (Felicity Jones), que se vê convocada (ou convidada?) pela Aliança Rebelde para participar da missão como forma de se redimir de seu passado de erros, numa bem-vinda adição de mais uma protagonista feminina ao universo de Star Wars. Pelo que o mais recente trailer internacional indica, isso tem a ver também com o fato de que o pai da personagem, o cientista Galen Erso (Mads Mikkelsen), está de alguma forma diretamente envolvido com a construção da Estrela da Morte.

Além de Jyn, o grupo reúne Cassian Andor (Diego Luna), um oficial da Aliança Rebelde; o guerreiro cego Chirrut Îmwe (Donnie Yen), que, embora não seja um Jedi, acredita quase religiosamente na Força; o assassino de aluguel Baze Malbus (Jiang Wen), amigo de Chirrut, que se une à causa ao ver as consequências da ocupação do Império em seu planeta; o piloto Bodhi Rook (Riz Ahmed), desertor das forças imperiais; e, finalmente, a cota não-humana é preenchida com K-2SO (Alan Tudyk), um droide imperial reprogramado por Andor, e que promete ser o total oposto de R2-D2.

Em algum momento do filme, Saw Gerrera (Forest Whitaker), um rebelde com métodos não tão convencionais para a própria Aliança Rebelde, e velho conhecido de quem já acompanhou a animação Star Wars: The Clone Wars, também deve marcar presença, e, pelo que se vê nos trailers, de forma importante. (Interessados em saber mais sobre o personagem podem procurar desde já os episódios “A War on Two Fronts”, “Front Runners”, “The Soft War” e “Tipping Points” da animação).

Ben Mendelsohn no look básico do vilão Orson Krennic em Star Wars: Rogue One

Ben Mendelsohn no look básico do vilão Orson Krennic

Já o vilão, desta vez, chega em estilosos trajes brancos: Ben Mendelsohn vive o diretor Orson Krennic, um oficial do Império obcecado com a construção da Estrela da Morte, e que tem a seu comando os Death Troopers, que, ao que tudo indica, são basicamente Stormtroopers com uniformes pretos, mas que provavelmente são bons de mira, ao contrário dos colegas de armadura branca.

Depois de muitos rumores, o último trailer também confirmou o que já se esperava: Darth Vader (novamente com voz de James Earl Jones) também fará uma ponta no filme, embora não seja o antagonista principal. Segundo a produtora Kathleen Kennedy, Vader aqui já está em plena atividade há 20 anos, e é quase uma lenda, uma presença mitológica e ameaçadora para os outros personagens que pouco sabem sobre ele – mas, se seguirmos a linha atual dos seus quadrinhos na Marvel, que se passam no mesmo período, já podemos esperar desde já um Lorde Sith perigosíssimo.

Na galeria de rostos conhecidos, Vader não é o único a voltar: do lado da Aliança Rebelde, Mon Mothma também desempenha um papel importante, vivida por Genevieve O’Reilly. Já o ator Jimmy Smits confirmou que deve fazer uma breve aparição como Bail Organa, o pai adotivo da Princesa Leia.

O resultado da missão nós já sabemos – está nos créditos iniciais de Uma Nova Esperança, que inspiraram o supervisor de efeitos visuais John Knoll a jogar para o estúdio a ideia do filme –, mas o que nos resta é saber como Jyn Erso e sua trupe vão obter sucesso, e se vão sobreviver à empreitada. Quanto a isso, a única certeza que temos é: não, não teremos muitos Bothans mortos em Rogue One. Afinal, eles roubaram os planos da segunda Estrela da Morte, a de O Retorno do Jedi, não essa aqui. 😉

(Quer um pouquinho mais de possíveis detalhes? O io9 fez o favor de dissecar o segundo trailer todo aqui para você.)

Um pouco de frescor intergaláctico

Sem Jedis, sem sabres de luz, sem Skywalkers: de cara, Rogue One deve se diferenciar dos filmes principais da franquia por se concentrar em rebeldes comuns, “gente como a gente”. Afinal, estamos num ponto da história em que quase todos os guerreiros Jedis foram mortos ou vivem escondidos. Uma característica essencial que tanto o diretor Gareth Edwards quanto a produtora Kathleen Kennedy frisam em suas entrevistas é que se trata de um filme de guerra, algo também enfatizado pelos trailers, com bastante ação “pé no chão”, além da estrutura clássica de filmes de roubo.

Jedha, em Star Wars: Rogue One

Uma vista panorâmica de Jedha, novo cenário da saga

Entre as novidades mais importantes, além dos novos personagens, temos, por exemplo, um novo planeta, Jedha, lar dos cristais utilizados para a produção de sabres de luz e cobiçados pelo Império a fim de concluir a construção da Estrela da Morte. Outro novo planeta é Scarif, que poderia até ser paradisíaco (foi filmado nas Ilhas Maldivas), se não fosse um provável cenário de guerra no filme.

Além disso, a nave rebelde U-Wing dá as caras pela primeira vez no universo de Star Wars. Produzida especialmente para navegar em zonas de perigo, a nave pode não ser nenhuma Millenium Falcon, mas já aparece de relance nos trailers e promete garantir algumas boas cenas de ação no ar/espaço. Ainda no quesito tecnologias, R2-D2 e BB-8 também ganharão um “irmão gêmeo do mal”, na figura recém-revelada de C2-B5, um droide imperial que costuma ter sua memória frequentemente apagada.

U-Wing em Star Wars: Rogue One

A U-Wing pilotada por Jyn e cia não é uma nave de combate, na verdade; ela é utilizada para transportar tropas e armamentos.

“Eu tenho um mau pressentimento sobre isso”: bastidores e preocupações

Eu tenho um mau pressentimento sobre isso - Star Wars

Rogue One é o primeiro filme das chamadas “histórias de antologia” de Star Wars, e, portanto, é natural que haja uma determinada pressão para que o longa faça sucesso. Para comandar o filme, a Disney apostou principalmente em dois nomes: o diretor Gareth Edwards, da mais recente versão americana de Godzilla, e o roteirista Chris Weitz (Cinderela, e, entre outros, A Saga Crepúsculo: Lua Nova, cof-cof), e a eles coube a missão de apresentar uma nova faceta do universo Star Wars. Outros novatos na franquia espacial, com currículos diferentes, também foram chamados para ajudar: Greg Fraiser, de A Hora Mais Escura, por exemplo, assume a direção de fotografia para trazer os tons de guerra e câmera na mão ao filme, enquanto Alexandre Desplat tem a tarefa de substituir o icônico John Williams na trilha sonora.

Nesse contexto de muita pressão, a repentina notícia de que Rogue One passaria por uma série de refilmagens por não ter agradado aos executivos do estúdio preocupou muita gente. Reshoots não são incomuns em Hollywood, mas o caso teve uma repercussão tão alardeada quanto as refilmagens de Esquadrão Suicida – e ver que, no caso do longa da DC, isso não serviu para salvar o filme dá um certo medinho…

Em entrevistas às revistas Entertainment Weekly e The Hollywood Reporter, porém, tanto Gareth Edwards quanto Kathleen Kennedy afirmam que as refilmagens de Rogue One sempre estiveram previstas, e que são apenas uma maneira de garantir o tom certo do filme. Kennedy, por exemplo, não tem certeza nem se os tradicionais letreiros de apresentação de slides na abertura serão utilizados no filme.

Entre muitos boatos e notícias, a aparente verdade é que ninguém ainda sabe ao certo como uma “história Star Wars” deve se parecer. Se pesar muito a mão, a Disney corre o risco de cair no mesmo mundo sombrio dos filmes da DC e acabar não agradando; se pegar muito leve, o tom de aventura pode acabar lembrando demais os filmes clássicos e não parecer nada novo.

Para isso, os produtores convocaram os serviços de Tony Gilroy, conhecido por seu trabalho como roteirista dos primeiros filmes da franquia A Identidade Bourne e diretor de Conduta de Risco, para atuar como o “mecânico” de Rogue One e consertar tudo o que fosse preciso no filme. Segundo o Hollywood Reporter, Gilroy e Edwards trabalharam lado a lado tanto na reescritura de alguns trechos do roteiro quanto na direção das cinco semanas a mais de filmagens que o longa ganhou. Nas palavras de uma fonte da revista americana: “Não há duas salas de edição separadas; eles estão todos lá com suas ideias. Tony é uma forte presença, mas eles estão trabalhando juntos”.

Há (uma nova) esperança?

Darth Vader em Star Wars: Rogue One

Se, por um lado, a história das refilmagens pode deixar os fãs previamente amedrontados, por outro, todo o time de Rogue One parece se esforçar para fazer deste o melhor filme possível. Não que alguém na Warner estivesse tentando fazer um longa ruim com Esquadrão Suicida, por exemplo, mas simplesmente não funcionou. No caso da Disney, temos pelo menos um precedente positivo – O Despertar da Força mostra o quanto o estúdio e a equipe envolvida entendiam bem o material-base que tinha em mãos e como agradar seu público-alvo.

Rogue One se propõe a pegar um caminho novo, o que é ótimo para a renovação da franquia, em teoria, mas, no fim das contas, ainda é um filme de Star Wars. Encontrar o equilíbrio perfeito no tom do filme é a chave para não cansar desde já a mina de ouro que a saga intergaláctica pretende ser pelos próximos anos – afinal, teremos quase um filme por ano a partir de agora, contando já com os vindouros Episódio VIII e o longa do Han Solo jovem. Não é à toa que até Kylo Ren está ansioso para conferir  o resultado (à sua maneira, mas ainda assim).

Para os fãs e o público em geral, o que resta agora é esperar até dezembro para ver se a Disney acertou ou não. Até lá, ficamos na torcida: que a Força esteja com você, Rogue One!

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