A Agência Nacional do Cinema (Ancine) lança nesta semana uma campanha para estimular o público a ver filmes brasileiros. Propaganda conta com Patrícia Pillar, Matheus Nachtergaele, Cauã Reymond, Deborah Secco e foca nas qualidades técnicas e narrativas das produções do país. Com o slogan “Assista, recomende, valorize o que é seu”, a peça publicitária será veiculada em salas de cinema, televisão, rádio e jornais impressos com duração variando entre 15 a 60 segundos.

Para o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, a campanha vem um momento importante para o cinema nacional. “Nunca se produziram tantas obras, com tamanha diversidade de histórias, gêneros, estilos e formatos para as mais diversas telas. Com o esforço de nossos artistas e técnicos, aliados aos investimentos do Governo Federal, nossa produção tem cada vez mais representado e dado visibilidade aos diferentes olhares e sotaques do nosso povo. O audiovisual é um importante elemento de valorização da identidade nacional brasileira”, disse.

Patrícia Pillar considera que a diversidade do cinema brasileiro está entre os pontos fortes da produção no país. “Eu acho que estamos num caminho que não é fácil, mas tem muitos ganhos nessa caminhada. Hoje há uma diversidade de gêneros e de temas, com diretores novos, misturados com aqueles que já conhecemos que fazem um cinema muito autoral. Temos o prazer de ter um cinema diversificado, e isso eu acho que é importante para a nossa indústria”. Já Matheus Nachtergaele comemora o avanço conquistado pelo setor desde os anos 90. “Sempre fui um ator que fez muitos filmes, mas eu era uma exceção. Hoje em dia percebo que em muitos lugares do Brasil há filmes sendo feitos o tempo todo. Abro o jornal e tem matéria sobre um novo filme, do qual eu nem tinha notícia, sendo filmado. Tem acontecido cinema Brasil afora”.

MEGALANÇAMENTOS NA MIRA DA ANCINE

O cinema nacional, entretanto, enfrenta dificuldades para encontrar mercado de exibição. O recente lançamento de “Jogos Vorazes – A Esperança: Parte 1” em 1300 das 2800 salas dos país mostram como os filmes brasileiros sofrem para chegar ao consumidor. “Nem na Europa nem na América do Norte isso acontece. Nos EUA, os lançamentos não passam de 10% das telas. Na França, de 15%. O México chega a 20%. Mas no Brasil nós atingimos situações de 60%, muito frequentemente de 45%”, disse Manoel Rangel.

Segundo o diretor-presidente da Ancine, o órgão estuda uma limitação desses megalançamentos no Brasil. A proposta é que um filme não ultrapasse a marca de 30% nas salas de exibição do país. “Por enquanto, posso dizer que mais ou menos 90% das empresas exibidoras em atuação no país concordaram em assinar o documento”, disse Rangel. Uma reunião prevista para o dia 10 de dezembro deve selar esse acordo, o qual deve complicar a estratégia de superproduções de Hollywood previstas para 2015 como “Os Vingadores: A Era de Ultron”, “Star Wars: The Force Awakens” e “Jurassic World”.

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