Pelo menos 30 atrizes cearenses denunciaram nessa semana Raphael Fyah, um suposto diretor de cinema que fazia teste de elenco para uma grande produção em Fortaleza (CE). Com a promessa de participar de um filme de renome e ganhar um cachê de R$3.000, as mulheres foram chamadas para um teste que envolvia cenas de sexo e estupro e que aconteceu no dia 3 de fevereiro. O próprio Fyah interpretaria junto a elas, mas, sem câmeras ou assistentes, o diretor surgia despido para simular as cenas sem sequer saber as falas indicadas às atrizes. Cinco atrizes já formalizaram a denúncia na delegacia, com as demais se mobilizando em redes sociais contra Fyah.

Os falsos testes foram realizados no Centro Urbano de Cultura Arte, Ciência e Esporte da Barra do Ceará, local este onde Fyah afirmava ser produtor. O Centro emitiu nota afirmando que ele é apenas aluno do curso de Produção Cultural e já instituiu uma comissão para apurar o caso, além de ter aberto processo administrativo que pode levar à expulsão de Raphael. A história se complica ainda mais pelo fato de a investigação policial apontar que o falso diretor se chama, na verdade, Francisco Raphael da Costa Silva, conhecido pela polícia como Dentinho, e que já responde por cinco acusações por estelionato.

O suposto filme de Fyah, “Barra do Ceará”, era apresentado às atrizes como um épico policial com influência de “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite”. Já as cenas de sexo seriam inspiradas em “Ninfomaníaca” e “Azul é a cor mais quente”. O diretor seria também o produtor, roteirista e ator principal, interpretando um traficante de drogas. Em sua defesa, Raphael afirmou que foi mal interpretado: “Eu tive uma ideia, me aventurei sem conhecimento e acabei me envolvendo nessa situação constrangedora. Já pedi desculpas, não tinha a intenção de ofender ninguém”, explicou.