O Cine & Vídeo Tarumã apresenta nesta semana filmes voltados aos costumes, histórias e crenças africanas, além da própria realidade atual. A semana temática “Conhecendo Traços Culturais da África no Cinema” comemora o Dia Mundial da África, no próximo dia 25 de maio, quando, na UFAM, o Departamento de História está organizando o I Seminário do Programa Nossa África – Diálogos Africanos: novos objetos, pesquisas e ensino em pesquisas voltadas à cultura africana. O evento irá iniciar na terça, dia 23, e finalizará na sexta, dia 26, e a programação cinematográfica acompanhará os dias do Seminário.

Na terça-feira, dia 23, a programação tem início com a apresentação do longa-metragem Virgem Margarida, de 2013, escrito e dirigido pelo brasileiro radicado em Moçambique Licínio Azevedo. O longa conta a história de campos de reeducação (mas parecidos com campos de concentração) no país africano no momento de sua independência (1975), onde prostitutas eram enviadas, após serem retiradas das ruas, para serem transformadas em “novas mulheres”. É nesse contexto que se encontra Margarida, uma menina de 16 anos levada a um dos campos por engano, e agora deve conviver com outras mulheres, sofrendo toda sorte de adversidade. A atriz Rosa Mario ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa – Cineport em 2014.

No dia seguinte, 24, o Cine & Vídeo exibe o filme A Luz, de 1987. Escrito e dirigido por um dos principais nomes do cinema africano, Souleymane Cissé, o longa concedeu pela primeira vez na história do Festival de Cannes um prêmio a um cineasta africano, nesse caso, o Prêmio do Júri. A história é baseada em lendas do povo bambara e mescla fantasia com drama. Nela, Soma é um feiticeiro sedento por poder e ele tem uma visão onde lhe é dito que se ele matar o filho, Niamkoro, ficará mais forte. Com a ajuda de sua mãe e tio, Niamkoro consegue fugir da vila e seu pai inicia uma perseguição para encontrá-lo.

Na sexta-feira, o filme que fecha a programação desta semana é Le Président, de 2013, produção de Camarões, mas não exibido no país pela censura imposta, já que o personagem se parece com o presidente do país. Jean-Pierre Bekolo, que assina a direção e sofreu (e sofre) as restrições, constrói um filme como se fosse um documentário, mas trata-se, na verdade, de um falso filme documentário. O filme narra a fuga do presidente de seu palácio, há 42 anos no poder, exatamente na véspera  de uma importante reunião eleitoral. O jornalista Jo Woo’du decide iniciar uma pesquisa para saber o paradeiro do presidente, ao mesmo tempo em que documenta a luta entre diferentes grupos pela vaga deixada em aberto. Com o mesmo título e temática, o diretor iraniano Mohsen Makhmalbaf realizou um filme em 2014, mas não se confunde.

O projeto Cine & Vídeo Tarumã é uma atividade de extensão do curso de Jornalismo da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC), da UFAM, com apoio cultural da locadora de filmes Take Video Locadora. As sessões são gratuitas e acontecem sempre às 12:30h, no Auditório Rio Negro do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais (IFCHS), localizado no setor Norte do Campus Universitário.

com informações de assessoria