O mercado mexicano de cinema fechou 2014 com um total de 11,2 bilhões de pesos (ou US$ 725,3 milhões) arrecadados, uma queda de 5% em relação ao ano anterior. A ligeira redução parece sugerir más notícias, mas o fato é que a indústria anda com motivos para falar em boa fase. Um deles é o crescimento da produção local, que nos últimos dois anos está acima dos 120 títulos. Outro é que o termo de comparação é 2013, a um ano especialmente bem sucedido, com as comédias-fenômeno Não aceitamos devoluções e Los nobles – Quando os ricos quebram a cara no topo da arrecadação.

Com menos estouros locais, 2014 viu a participação dos filmes mexicanos no total de bilheteria cair de 12% para 10%. Mas, na média, a produção nacional tem sido não só mais numerosa como mais atrativa. De 2013 para o ano passado, a média de espectadores por título subiu de 298 mil para 352 mil. “É um bom momento para o cinema mexicano, não tenho dúvidas disso”, afirmou Jorge Sanchez, presidente do Instituto Mexicano de Cinematografía (Imcine), durante o Festival de Guadalajara, que começou na sexta-feira, dia 6. “Nós estamos tirando vantagem das plataformas digitais, mas nós não podemos nos esquecer do nosso dever de produzir filmes”, ele acrescentou, observando que, como o cinema é uma indústria subsidiada, é responsabilidade dos cineastas e produtores oferecerem qualidade em troca dos impostos dos contribuintes.

Em 2000, o México possuía apenas dez festivais de cinema, hoje somam cerca de uma centena. Nos últimos dois anos, o país garantiu sua presença na cerimônia de premiação do Oscar como um dos indicados às principais categorias, levando para casa ao menos uma estatueta (melhor diretor, em 2013; melhor filme, diretor, roteiro original e fotografia, em 2014). No ano passado, Cantinflas – A magia da comédia, cinebiografia do comediante Mario Moreno, mais conhecido como Cantinflas, obteve a segunda maior bilheteria de filme estrangeiro nos EUA.

Por outro lado, Sanchez disse também que é urgente a questão da acessibilidade do cinema nacional. De acordo com ele, é preciso criar leis que forcem distribuidoras e exibidoras a oferecer melhores condições de lançamento aos filmes mexicanos. Ele lamentou também a falta de acesso às produções cinematográficas do México nos EUA.

do site Filme B