Por “Duna”, o Greig Fraser conquista o primeiro Oscar da carreira em Direção de Fotografia. Ele já havia sido indicado em 2017 pelo trabalho em “Lion”. Além destes dois filmes, o Fraser foi o DP de obras como “Branca de Neve e o Caçador”, “A Hora Mais Escura”, “Vice” e “Rogue One”. 

Ainda que houvesse um clamor a favor da Ari Wegner, de “Ataque dos Cães”, a qual poderia se tornar a primeira mulher a vencer Direção de Fotografia, o Fraser dominou a temporada vencendo o sindicato da categoria e o Bafta. 

Em entrevista à Vanity Fair, Denis Villeneuve disse que buscou trabalhar com Fraser imagens suaves e monocromáticas vindas de um mundo com apenas areia e poeira. Outra característica buscada pelo diretor de fotografia foi explorar a luz natural e a movimentação dela em relação aos personagens. Por isso, a importância das filmagens fora do estúdio, um desafio tanto pelo tempo curto como pelos altos custos.  

Segundo Villeneuve, a ideia nas sequências de construção daquele universo era de uma “dança com a realidade”, ou seja, um mergulho na cultura e em momentos considerados relevantes para estabelecer uma verdade para o público, longe dos efeitos digitais que, muitas vezes, criam uma sensação artificial.  

“Poder fotografá-lo como um documentário, que também faz parte da minha formação, é fantástico e agradável e você consegue coisas incríveis”, disse Fraser certa vez. 

Ainda que eu considere por vezes previsíveis certas escolhas do Fraser, não dá para negar que esta construção de mundo, situando muito bem o espectador naquele universo de “Duna”, seja um mérito tremando da direção de fotografia. Considero um Oscar justo ainda que o meu favorito fosse “A Tragédia de Macbeth”, do Bruno Delbonell. 

E só mais uma informação: Greig Fraser deve aparecer no Oscar 2023 pela direção de fotografia de “Batman”. Pode anotar aí.