Do time das maiores barbadas do Oscar 2022, a Ariana DeBose era uma das principais líderes ao lado da Jane Campion.

E não deu outra: o destaque de “Amor, Sublime Amor” venceu Atriz Coadjuvante em um domínio absoluto ao longo de toda a temporada após ganhar Globo de Ouro, SAG, Bafta e Critics Choice. 

A vitória entra para a história do Oscar por um motivo bastante honroso: Anita é a primeira personagem feminina a ser premiada duas vezes com atrizes diferentes. Em 1962, Rita Moreno venceu Atriz Coadjuvante no longa dirigido por Jerome Robbins e Robert Wise, enquanto Ariana DeBose repete o feito no musical de Steven Spielberg.

Antes dela, Don Corleone rendeu estatuetas a Marlon Brando e Robert De Niro nos dois primeiros “O Poderoso Chefão”, enquanto Coringa levou aos Oscars de Heath Ledger, por “O Cavaleiro das Trevas”, e Joaquin Phoenix pelo filme solo do vilão. 

O prêmio da Ariana também a torna a segunda latina a ganhar o Oscar de atuação e a primeira mulher negra assumidamente lésbica a ser vencedora na Academia. E trata-se de uma conquista mais do que justa visto a força empregada por ela como Anita, uma personagem que ganha ainda mais personalidade e potência nas mãos dela. Como se não bastasse, tem o número musical mais bem coreografado e executado de “Amor, Sublime Amor”. 

Lamento apenas que atrizes negras encontrem espaço para vencerem o Oscar apenas em coadjuvantes. Com a conquista da Ariana DeBose, já são nove ao todo, incluindo, a pioneira Hattie McDaniel, de “E o Vento Levou”, passando pelo Whoopi Goldberg, de “Ghost”, até chegar na Viola Davis, de “Um Limite Entre Nós”, e a Regina King, por “Se a Rua Beale Falasse”.

Agora, em atriz principal, a Halle Berry, de “A Última Ceia”, continua lá solitária.