De “Lee” com Kate Winslet a “Indiana Jones e a Relíquia do Destino”, Caio Pimenta traz mais possíveis candidatos ao Oscar 2024.

“Challengers”

A última temporada de premiações foi cruel com o Luca Guadagnino:  

“Até os Ossos” saiu do Festival de Veneza com dois prêmios e cercado de elogios da crítica. “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, entretanto, tomou a preferência na A24, escanteando o terror do Luca Guadagnino, o qual já teria dificuldades por si só visto que o gênero não é dos mais preferidos da Academia e o cineasta italiano não poupa no sangue nas sequências mais pesadas. No fim das contas, foi ignorado solenemente. 

Em “Challangers”, o Guadagnino sai do mundo dos canibais para o tênis, em que a Zendaya interpreta uma treinadora capaz de transformar o marido vivido pelo Mike Faist de um jogador medíocre a um campeão de Grand Slam. Ele, porém, enfrenta uma péssima fase e se dispõe a jogar um torneio menor, onde encontrará o ex-namorado da esposa. O Josh O´Connor, conhecido por “The Crown” completa o triângulo amoroso. 

Quem sabe ele não retorna para Veneza e se credencia novamente ao Oscar? 

“NIGHTBITCH”

Falando de azarados no Oscar, eis a Amy Adams, mais uma vez, vencer a estatueta dourada. Ela será a protagonista de “Nightbitch”, novo filme da Marielle Heller, diretora dos bons “Poderia me Perdoar?” e “Um Lindo Dia na Vizinhança”. 

A Amy Adams faz uma ex-artista forçada a ficar em casa para cuidar do filho recém-nascido. Esta quase prisão faz com que ela passe a acreditar que está se transformando em um cachorro. A protagonista, então, passa a se comportar como um animal sempre que precisa corresponder à imagem de bela, recatada e do lar. 

Pela sinopse, “Nightbitch” transita entre a comédia e horror, o que, quase sempre, já significa estar longe do gosto médio do Oscar. Por outro lado, prestígio a Amy Adams tem de sobra para conseguir dobrar preconceitos – a Michelle Yeoh conseguiu isso neste ano. Ainda assim, parece uma aposta para lá de improvável. 

“DRIVE AWAYS DOLLS”

Sem a companhia do irmão Joel, o Ethan Coen lança “Drive Aways Dolls” no fim do ano. A produção mostra duas melhores amigas cruzando o caminho de um grupo de criminosos em uma viagem de carro pelos EUA.  

As jovens Margaret Qualley e Geraldine Viswanathan são as protagonistas e estarão acompanhadas de um elenco que ainda conta com o Pedro Pascal, Matt Damon e Colman Domingo. 

O roteiro fica por conta do próprio Ethan Coen em parceria com a Tricia Cooke, montadora de filmes como “O Grande Lebowski” e “O Homem que não Estava Lá”

“Air: A História por trás do Logo”

“Air: A História por trás do Logo” poderia ser um candidato forte para o Oscar 2023 vindo do primeiro semestre. Afinal, um filme dirigido e estrelado pelo ganhador da premiação Ben Affleck ao lado do parceiro Matt Damon e um elenco coadjuvante de luxo com nomes do naipe de Jason Bateman e Viola Davis não poderia ser desprezado. Para completar, trazia a força de Michael Jordan ao retratar a história do tênis histórico dele na parceria com a Nike. 

O projeto da Amazon Studios distribuído pela MGM, entretanto, flopou nas bilheterias arrecadando US$ 81 milhões ao redor do planeta. Segundo a imprensa norte-americana, o orçamento era dobro deste valor. Diante disso, será preciso uma campanha gigantesca para resgatá-lo do limbo. 

“FLORA AND SON”

Diretor dos excelentes “Apenas uma Vez” e “Mesmo se nada der Certo”, o John Carney lança “Flora and Son”.

Como não poderia deixar de ser, o filme traz muita música em uma história de uma mãe solteira encontrando na música uma forma de se conectar com o problemático filho adolescente, enquanto se apaixona pelo professor de violão.

A Apple adquiriu a produção muito elogiada no Festival de Sundance por US$ 20 milhões, após uma intensa disputa com outras grandes empresas do setor.

Será que está surgindo um novo “Coda” no horizonte? 

“LEE”

Sempre alvo de perguntas nos comentários do canal e no site, “Lee” deve chegar a tempo da próxima temporada de premiações. No drama, a Kate Winslet interpreta Elizabeth ‘Lee’ Miller, uma modelo que se torna repórter fotográfica cobrindo a Segunda Guerra Mundial para a Vogue.  

A direção fica por conta da Ellen Kuras e ainda traz no elenco Marion Cotillard, Alexander Skarsgård, Andrea Riseborough e Noémie Merlant.

Um timaço, sem dúvida, em uma produção moldada para o Oscar, o que pode dar muito certo como ocorreu, por exemplo, com “King Richard” ou muito errado como foi com “Uma Noite em Miami”

“SPACEMAN”

Se há candidatos com muita cara de Oscar, outros parecem distante. “Spaceman” é a nova parceria entre a Netflix e o Adam Sandler.

No filme dirigido por Johan Renck, o astro interpreta o primeiro astronauta da República Tcheca. Ao embarcar em uma importante missão para Vênus, ele descobre estar acompanhado apenas de uma aranha alienígena gigante, que se torna sua companheira improvável. Daí, por diante, veremos debates filosóficos sobre amor, vida, morte e bacon.  

Paul Dano e Carey Mulligan também estão no elenco da comédia. As primeiras notícias sobre “Spaceman” saíram em 2020 no auge da pandemia e, até agora, nada.

Fica a expectativa pelo lançamento neste ano e a improbabilidade dele surgir no Oscar, mas, para quem já premiou “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo”, por que não? 

“INDIANA JONES E A Relíquia do Destino”

Exceto pela fraca aventura de 2008, Indiana Jones teve todos os três primeiros filmes indicados ao Oscar. “A Relíquia do Destino” terá a missão de recolocar a série na festa da Academia.

Sem Steven Spielberg e George Lucas, mas, com o retorno derradeiro de Harrison Ford, a produção da Disney pode contar com a boa vontade recente da premiação para com os blockbusters.

Pelo trailer, nota-se uma pegada nostálgica forte para conquistar os fãs e, quem sabe, a Academia. 

“HERE”

Se tudo der errado, pelo menos, pode sonhar com categorias técnicas. Já que estamos no campo da nostalgia, “Here” é o novo do Robert Zemeckis.

O diretor retoma a parceria com a equipe de “Forrest Gump”, incluindo, o roteirista Eric Roth e os atores Tom Hanks e a Robin Wright.  

O filme se passa em um único cômodo de uma casa indo do passado para o presente trazendo a vida daqueles que lá moraram. Ideia superinteressante, mas, quando foi a última grande obra do Zemeckis? “Náufrago”, “O Expresso Polar”? Tanto tempo que é inevitável a desconfiança.  

“FIREBRAND”

Por fim, vamos de Brasil, afinal, o cearense Karim Ainouz estreia em filmes de língua inglesa com “Firebrand”. Ao lado da Alicia Vikander e Jude Law, o drama de época mostra a história de Catherine Parr, a sexta e última esposa do rei Henrique VIII.

O filme está na disputa da Palma de Ouro do Festival de Cannes e, caso saia forte de lá, coloca a dupla de protagonistas na mira das categorias de atuação, além da possibilidade vermos o Ainouz repetir o feito do Fernando Meirelles nomeado em Direção por “Cidade de Deus”.

Já pensou se acontece?