De “O Segredo dos Seus Olhos”, da Argentina, a “Roma”, do México, Caio Pimenta elege o TOP 10 dos Ganhadores de Melhor Filme Internacional nos Anos 2010.

PS: até 2019, a categoria se chamava Melhor Filme de Língua Não-Inglesa, porém, para fins de maior entendimento, neste vídeo utiliza-se o termo atual.

10. A GRANDE BELEZA (ITÁLIA)

Crítica: A Grande Beleza, de Paolo Sorrentino

Abro a lista com a vitória da Itália em 2014.  

Paolo Sorrentino tenta emular Fellini em “A Grande Beleza” e, ainda que tenha momentos inspirados e uma atuação soberba do Toni Servillo, a sensação é que tudo soa tão vazio quanto o que analisa e critica.

Melhor ficar com o original. 

9. “EM UM MUNDO MELHOR” (DINAMARCA)

Dirigido pela Suzanne Bier, o dinamarquês “Em um Mundo Melhor” é um belo drama extremamente bem contado capaz de prender e emocionar o público em sua triste história.

Ainda assim, não chega a ser tão memorável.

8. “O FILHO DE SAUL” (HUNGRIA)

Son of Saul, de Laszlo Nemes

Já o húngaro “O Filho de Saul” se vale da direção do László Nemes para sair da mesmice dos filmes sobre Holocausto e fazer uma imersão no cotidiano de um prisioneiro judeu nos campos de concentração. 

7. “UMA MULHER FANTÁSTICA” (CHILE)

A sétima posição deste ranking fica com “Uma Mulher Fantástica”.

Admito que tem um lado sentimental com esta escolha, pois, torci muito para o Chile vencer o Oscar daquele ano, mas, isso não diminui em nada a estranheza como o Sebastián Lelio conduz a trama carregada de muito afetada em uma personagem defendida de forma comovente pela Daniela VeGa.

Belo filme. 

6. “ROMA” (MÉXICO) 

“Roma” é o próximo filme da lista. Imagino que muita gente o esperava mais acima, porém, não considero ser esta obra-prima toda.

Reconheço a excelência do Alfonso Cuáron na direção, fotografia e montagem, há planos absolutamente lindos no filme, mas, observo uma incompreensão total dele em entender quem, de fato, era a protagonista.

Este impasse faz com que a produção da Netflix não atinja a grandeza a que se propõe. 

5. “AMOR” (ÁUSTRIA) 

amor michael haneke

Vencedor da categoria em 2013 e também indicado a Melhor Filme, “Amor” traz atuações marcantes da Emanuelle Riva e do Jean-Louis Trintignant em uma obra com atmosfera sufocante do início ao fim em um retrato dolorido do fim da vida.

Só não vai mais para cima no ranking pela mão pesada e desnecessária do Michael Haneke em certos momentos. 

4. “O APARTAMENTO” (IRÃ) 

O Ashgar Farhadi conquistou a segunda estatueta da categoria com o excelente “O Apartamento”.

Novamente, o iraniano trabalha questões morais e éticas universais a partir de uma trama com personagens complexos em que tudo se ressignifica a todo instante. 

3. “IDA” (POLÔNIA) 

Ida Pawel Pawlikowski

A medalha de bronze com “Ida”, um filme que se passa no pós-guerra mostrando as consequências do conflito para aqueles que ficam, algo nem sempre tão explorado no cinema.

A direção do Pawel Pawlikowski e a fotografia traduzem em imagens o deslocamento daquela realidade e vidas assombradas por um passado trágico. 

2.  “O Segredo dos Seus Olhos” (ARGENTINA)

“O Segredo dos Seus Olhos” superou “O Profeta” e “A Fita Branca” para ser o segundo filme da Argentina a vencer o Oscar.

E o resultado foi merecido, afinal, é um thriller conduzido com brilhantismo pelo Juan José Campanella, tenso até o fim, repleto de cenas marcantes e um elenco em perfeita sintonia liderado por Ricardo Darín e Soledad Villamil. 

1. “A SEPARAÇÃO” (IRÃ)

Por fim, o primeiro lugar não poderia ser outro se não de “A Separação”. Aula de roteiro e direção do Farhadi, o longa iraniano premiado em 2012 foge de julgamentos ao analisar seus personagens e apresentar seus dramas.

Um cinema do real, de pessoas de verdade com dramas palpáveis a todos nós.

Clássico.